31 maio 2015

PILAR



PILAR


Pilar Vaz de Almada Homem de Melo, nasceu a 05 de Julho de 1963 em São Domingos de Benfica, em Lisboa.

Em 1975 parte para o Brasil com a família, vivendo no Rio de Janeiro até 1981.

Auto-didacta, aprende a tocar guitarra sozinha. Volta para Lisboa e, durante algum tempo, actua em bares de norte a sul do país. 

Em 1982 vai para os Estados Unidos para frequentar o curso superior de música na Berklee College of Music em Boston, actuando em duas ocasiões no Berklee’s Auditorium. 

Em 1985 regressa a Portugal, e começa a compor os seus próprios temas, participando também em discos de Jorge Palma e Rui Veloso.



1988 - Assinou contrato com a editora EMI que lança, no ano seguinte, o seu homónimo álbum de estreia produzido por Wayne Shorter. As letras das canções foram da responsabilidade de Miguel Esteves Cardoso, Pedro Aires de Magalhães, Eugénia Melo e Castro e Francisco Menezes. Na composição da música, Pilar teve a colaboração de Nuno Canavarro em dois temas. Em estúdio, Pilar foi acompanhada por um naipe excelente de músicos como Yuri Daniel, Mário Laginha, Mário Barreiros, Wayne Shorter e Flak.

1991 - Actua na primeira parte dos concertos de Suzanne Vega, no Pavilhão de Cascais e no Coliseu do Porto.



1993 - É editado o álbum Pecado Original, gravado no Marcus Studio em Londres, com produção de Steve Davis e a participação de Vicente Amigo.


2000 - Apresenta conjuntamente com Anamar e Né Ladeiras, o espectáculo SM-58 do qual se editou o CD "Ao Vivo - Anamar Né Ladeiras Pilar".



2001 - Editou o CD Não Quero Saber, produzido por Armando Teixeira (Bizarra Locomotiva, Balla, Bulllet, etc.). A maioria das letras é da responsabilidade de Tiago Torres da Silva, havendo um tema escrito por Augusto Sanches e outro por Anamar, ambos em inglês.

 

2003 - Foi editado o álbum Põe um Bocadinho + Alto, com letras de Tiago Torres da Silva e músicas de Pilar, com excepção de "Alguém Cantando" de Caetano Veloso. Os arranjos são de Alexandre Cortês, Pilar & Filipe Valentim, Mocho, Mourah, Tjak, João Roquette e Augusto Sanches.

2005 - Apresenta o concerto Cristal no Grande Auditório do Teatro São Luíz em Lisboa. Neste espectáculo são apresentadas novas composições e versões de temas como Fria Claridade de Pedro Homem de Mello e Um Índio de Caetano Veloso.
Teve a participação do percussionista Thio Mbaye assim com Jorge Palma.


2006 - Viaja para o Senegal onde trabalha nos arranjos de novas composições com Habib Faye e Thio Mbaye - ambos músicos de Youssou N'Dour e Peter Gabriel, actuando no casino du Cap Vert em Dakar. Pilar toma assim consciência da crescente importância de África na Cultura Ocidental contemporânea.

2011 - Muda.se para Espanha onde se encontra a compor.

2013 - Em Setembro lança online o single Teatro - poema de Pedro Homem de Mello. Sendo a primeira artista a musicar um poema deste poeta em estilo Pop. 

Vamos ficar com "Um Amor Assim", na voz de Pilar Homem de Melo.










- Bom domingo!

26 maio 2015

O GUERREIRO LUSITANO



O GUERREIRO LUSITANO
NO CASTELO DE PENAFIEL


No dia 10 de Agosto de 2006, desloquei-me com o meu amigo António França a Oldrões, para visitar o Castelo de Penafiel, também chamado em documentos antigos, como castelo de Penhafidelis, de Canas de Penafiel, de Canas ou simplesmente do Reguengo, que ocupa um cerro abrupto dificilmente acessível.

Carro estacionado, lá fomos a calcantes com mochila às costas, até depararmos com um aglomerado de pedras e penedias que começamos a trepar com o fim de encontrar o penedo denominado de Gato, onde se encontra gravado a figura de um guerreiro calaico-lusitano.


Finalmente, no cume, um grupo de rochedos escalvados forma a coroa da Penha-fidelis, e num deles, no mais sobranceiro, rudemente delicada nos toscos sulcos dum petroglifo, voltada a sul, dominando os montes e os vales, nos surpreende e arrebata a imagem da Vitória.

Singelo petroglifo, mas vivamente expressivo e repleto de simbolismo: figura hierática de guerreiro intrépido, vestindo a comprida túnica ou sagum, a fronte orgulhosamente erguida, os braços abertos, levantados, brandindo a adaga curta na mão direita, esbraçando o escudo redondo e pequeno na esquerda, em atitude de quem brada, parece ouvi-lo naquele supremo gesto de entusiasmo, proclamar, às gerações futuras, a glória dos feitos que ali se desenrolaram, o triunfo das armas que ali venceram, o fim do cativeiro, a outorga da liberdade a estes povos, com o extremínio decisivo do inimigo subjugador. 

Daquele peito brota com inspirada naturalidade a palavra Vitória, que ele tão magnificamente simboliza.

Combinando a arte com a natureza, em tão pobres linhas, saiu a Vitória mais eloquente e triunfante do que no petroglifo de Penha-fidelis que só por si constituiu um monumento notabilíssimo do Concelho de Penafiel, da época pré-histórica.

Depois para além de várias fotos, havia a missão de trazer o desenho do guerreiro luso em tamanho natural.



Assim foi colocado uma folha de papel vegetal sobre o petroglifo, que o meu amigo França decalcou com carvão.

O petroglifo mede 43cm de altura, e está muito bem gravado na imponente penedia que constituiu o cume e que na região é chamado o Penedo do Gato.

Pela sua atitude de desafio ou triunfo, a singela e rude figura de guerreiro luso, parece ali, naquele morro alcantilado, num verdadeiro ninho de águias, ao lado de venerandas ruínas castrejas e de restos de armas de combate, o símbolo altivo e heróico dum remoto e sagrado sentimento de independência.  

24 maio 2015

NORBERTO LOBO



 NORBERTO LOBO


Nasceu em Lisboa no ano de 1982.

É considerado já por muitos como uma das principais figuras da música portuguesa deste início do século XXI,

Norberto Lobo  talentoso guitarrista e compositor, soube criar uma linguagem própria e original, que bebe tanto da tradição portuguesa de Carlos Paredes como de John Fahey e de Takoma. No seu já substancial corpo de trabalho, que alia elementos musicais da tradição popular portuguesa a traços marcadamente modernos, podem escutar-se sons da Índia, do Brasil e do jazz, numa síntese contemporânea e inovadora. edificou o seu trajecto através de uma aprendizagem riquíssima e independente. 


Guitarrista de todas as guitarras, a solo, Norberto Lobo dedica-se às acústicas. Na sua música estão lá Carlos Paredes e o Tejo; Paulinho da Viola e noites e tardes e manhãs do Brasil; John Fahey, Charley Patton e o blues como matriz primordial para dor e ardor, ladeados por som de toda a África e de ilhas esquecidas. Mas está algo mais, algo de outro para além disso. Um amor por todas as músicas e todos os músicos que vivem deste negócio de sentir para pôr em prática, para sentir outra vez e mais.


Autodidacta, Norberto Lobo é versado em várias guitarras, tendo dedicado particular atenção, nos últimos anos, às guitarras acústica e eléctrica, e, mais recentemente, à tambura. 


COLABORAÇÕES E PROJECTOS

Norberto Lobo é co-fundador do projecto Tigrala, (com quem fez uma tournée nacional em 2010), com Guilherme Canhão (também parte do duo guitarra-bateria Losbter) e Ian Carlo Mendoza (vibrafone, percussão, objectos vários). Paralelamente, colabora com o baterista João Lobo, com quem toca há vários anos na banda Norman, e com quem se apresentou ao vivo no Teatro Maria Matos e Centro Cultural Vila Flor em duas datas especiais.

DISCOGRAFIA


2007 - Mudar de Bina
O primeiro álbum de Norberto Lobo, surpreendeu pela sua maturidade, virtuosismo e carácter inovador. Intitulado a partir do original Mudar de Vida, de Carlos Paredes, consiste numa montagem de gravações variadas e temas em estúdio, tendo sido calorosamente aclamado pela crítica e pelo público.



2009 - Pata Lenta
O seu segundo álbum, gravado nos estúdios Golden Pony e masterizado por Tó Pinheiro da Silva, é testemunho da sua evolução técnica e enorme talento composicional. Editado pela Mbari em 2009 (que edita também B Fachada, Ricardo Rocha e Lula Pena, entre outros) foi o seu álbum de consagração. 



2010 - Tigrala
Os Tigrala são um projecto que junta o virtuosismo de Norberto Lobo (guitarra), os fantásticos malabarismos sonoros de Guilherme Canhão (guitarra) e o imaginativo trabalho rítmico de Ian Carlo (excelente percussionista mexicano).



2011 - Fala Mansa
O terceiro álbum de Norberto Lobo, foi editado em 2011 e rapidamente se tornou alvo de entusiasmo por parte da crítica especializada – entusiasmo que culminou com a atribuição do primeiro lugar no Top de melhores discos nacionais para a revista BLITZ– assim como de afecto e interesse por parte do público. 


2012 - Mel Azul
Aclamado de forma praticamente unânime pelo jornalismo nacional da área da música, foi eleito disco do ano pela revista Time Out, e caracterizado como “um lote de canções magníficas, uma síntese mágica de estilos e sons.


2013 - Mogul de Jade
Mogul de Jade imprimia em disco o vasto mundo de hipóteses da dupla,  Norberto e João Lobo. E como os génios se comprovam pelo contínuo desejo em ir mais longe e subir mais alto, as composições de Norberto e João começaram a pensar em mais vozes, mais músicos e mais instrumentos, levando o duo a expandir-se para um pequeno ensemble que passou a oferecer, finalmente, alguns dos sons que Norberto e João avidamente procuravam


2014 - Fornalha
Norberto Lobo passou em todos os recitais de guitarra com nota máxima e sem academismos. De ano para ano e álbum para álbum, incrementou a disciplina sem perder o livre-arbítrio que o torna um renovador não deliberado.
«Fornalha» é uma guitarra com vida dentro moldada pelo tempo e pelo espaço sem apriorismos ou limitações impostas pela técnica.
Quando as ideias superam a técnica e o instrumento se toca com a cabeça, é o subconsciente que molda cinco peças sem destino pré-estabelecido movidas por um ideal libertário que contrasta com os limites impostos pelas seis cordas.

Deste novo músico e compositor português, vamos ouvir "Mudar de Bina", onde podemos ver o virtuosismo de autodidacta, que passou em todos os recitais de guitarra com nota máxima e sem academismos.






-Bom fim-de-semana!