28 agosto 2013

O LAGO DO SAMEIRO



O LAGO DO SAMEIRO


Quando se iniciaram as obras do Santuário e do Parque, os habitantes de Penafiel, dentro das suas possibilidades financeiras contribuíram para este melhoramento citadino, e todos ostentavam orgulho nisso.

Mais tarde, veio até nós o inolvidável Zeferino de Oliveira, e graças à sua benemérita generosidade, e indiscutível amor pátrio, as obras do Santuário e do Parque, tiveram então o seu maior impulso. 


Zeferino de Oliveira, foi um verdadeiro mecenas, quer do Santuário de Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos, quer do Parque que o circunda e que havia de ser baptizado com o nome deste benfeitor.

 
No ano de 1922, no Parque inicia-se a construção do lago grande (desenhado pela Companhia Hortícola Portuense), rompendo-se fragas e nivelando alicerces; levantam-se muros de suporte; surribam-se terras; exploram-se e canalizam-se mais águas; rasgam-se novas ruas e aleias (caminhos ladeados de árvores), preparam-se canteiros para a plantação de arbustos.

Todo o Parque se acha num autêntico frenesim de trabalhos e obras, chegando a estar ocupados, simultaneamente e em tarefas várias, mais de cem operários.
Tudo isto a expensas de Zeferino de Oliveira.



A Comissão Pró-Penafiel, pensa e formula uma justíssima homenagem a Zeferino de Oliveira, ao que este se opõe categoricamente, chegando mesmo a ameaçar cortar as verbas necessárias para os trabalhos do Parque e Santuário.

Depois do seu falecimento, a Câmara Municipal de Penafiel, delibera, na sua reunião ordinária de 1 de Outubro de 1934, inaugurar o busto de Zeferino de Oliveira no Parque, que entretanto já tinha recebido o seu nome, tal como a avenida que o ladeira pela parte norte.


Neste lago, realizavam-se nas décadas de 50;60: e 70, geralmente no segundo sábado de Setembro as famosas Festa do Lago. O lago era esvaziado e limpo, para no seu interior e ao som da música os pares se entrelaçarem na dança, até a lua se ir deitar.



Agora os ventos do furacão do nacional parolismo (que veste pelo figurino das modas dos dinheiros fáceis da U.E.), varreram todo este esforço monetário de penafidelenses, para alindarem a sua terra natal, entre eles Zeferino de Oliveira e seu filho Mário de Oliveira.


Mas de uma coisa estou certo, enquanto houver penafidelenses que amem a sua terra, Homens como Zeferino e Mário de Oliveira sempre se perpetuarão nas suas memórias, assim como todo este património municipal destruído, por gente sem  alma penafidelense.

26 agosto 2013

MEIA EQUIPA DE FUTEBOL



MEIA EQUIPA DE FUTEBOL 

Sede da M.P. Ala N.º1 de Penafiel


A ALA N.º 1 Extra da Mocidade Portuguesa em Penafiel, situada no Largo da Misericórdia, oferecia aos jovens das décadas de 30 e 40 do século passado, uma série de diversões e práticas desportivas, que eles não encontravam noutro lugar.

Assim, atraíam muitos jovens a filiarem-se para poderem jogar ping pong (designação desse tempo do ténis de mesa), jogar as damas, fazer campismo, atletismo (desde corridas a saltos), e jogar a bola.

Esta foto, é dessa época, onde o amadorismo predominava, desde o fotógrafo que corta parte do corpo do instrutor da M. P. Sargento Lima, e metade da equipa de futebol que representava a ALA N.º1 de Penafiel, da Mocidade Portuguesa.

Alguns destes elementos, vieram a integrar, algumas das primeiras equipas do Futebol Clube de Penafiel nos anos 50, como é o caso do guarda-redes David, e do defesa Rodrigo.

Como devem compreender, não me foi possível identificar todas as pessoas que se vêem na foto, embora tivesse abordado o sr. José Aires de Sousa, talvez o único do grupo, que se encontra entre nós. 


Assim temos: 

De pé - Sargento Lima (cortado na foto), não identificado, José Aires de Sousa (Zéquinha da Farmácia), David (Guarda-redes), não identificado, Rodrigo, não identificado.

Aninhados e pela mesma ordem: Não identificado, Castro e Cesário.

São estas pequenas recordações que nos vão avivando as vivências de outros tempos, e fazem parte do nosso Sentir Penafiel, e vão remando contra a corrente instalada dos apagadores da história da nossa terra.

25 agosto 2013

HOMENAGEM AO ANTUNES



HOMENAGEM AO ANTUNES


Hoje vou homenagear o meu amigo Antunes.

Estávamos na década de sessenta do século passado, quando apareceram “The Beatles”, um conjunto musical inglês que fazia furor em todo o mundo.

Além das suas belas canções, trouxeram consigo a moda dos cabelos compridos.

O meu amigo Antunes, foi um dos pioneiros a deixar crescer os seus cabelos.

Com a sua ousadia, nesta santa terrinha, começou a ser visto como um indivíduo anormal, sendo brindado com alguns impropérios, especialmente pelos taxistas, quando este atravessava a Praça Municipal, quer a caminho de casa ou da escola.

Com o tempo as coisas foram amaciando, e até alguns filhos daqueles que o criticavam, vieram a aderir à moda dos cabelos à beatle.

Hoje essas trunfas compridas, foram substituídas com o peso dos anos por umas calvícies, mas as recordações da nossa juventude, são alimentadas com estas pequenas coisas.

Para o amigo Antunes, um grande abraço, e para colorir este pequeno texto, aqui fica uma canção desse tempo, do cantor brasileiro José Roberto, com o título “Deixa o meu cabelo em paz” que se encaixa perfeitamente nesta temática, que chegou a ser catalogada como um conflito geracional.  

Ontem, como hoje, “Deixa o meu cabelo em paz”.




- Bom domingo!

21 agosto 2013

A DANÇA DOS FERREIROS



A DANÇA DOS FERREIROS


Este postal com a Dança ou Baile dos Ferreiros de Penafiel, faz parte da colecção de postais editados pela papelaria e tipografia Santos & Magalhães, que ficava na Rua da Prata, N.º 10 – 12, em Lisboa.

Como se pode ler no postal, a foto diz respeito às Festas da Cidade promovidas pelo Grande Club de Lisboa.

Tem mais de cem anos, já que foi impresso no tempo da monarquia, e o seu preço em Portugal e Hespana era de 10 réis, e a estampilha postal de 20 réis, para o mesmo ser enviado para Portugal ou Espanha.

Nesse tempo, estou convencido que todos ou quase todos os elementos que faziam parte do Baile dos Ferreiros, deviam exercer a profissão de ferreiro ou serralheiro.

Como facilmente se deve calcular, nenhum destes membros do Baile ou Dança dos Ferreiros que aparece no postal, está entre nós.

É a lei da vida. 

Mas o Baile dos Ferreiros… esse continua, para nosso contentamento, a abrilhantar todos os anos, as Festas do Corpo de Deus em Penafiel.

18 agosto 2013

UM CASO MUITO SÉRIO



PEDRO BARROSO
É UM CASO MUITO SÉRIO
DA MÚSICA PORTUGUESA


Pedro Barroso, é um dos poucos trovadores portugueses, que não vendeu a alma ao sistema, nem enveredou pela pimbalhada instalada.

Hoje é um cantor de peso (quer artístico, quer pessoal), mas sempre nos vai dizendo olhos nos olhos, as voltas que o país deu, e por isso continua a ser “um caso muito sério” na música popular portuguesa.

Façam o favor de ouvir Pedro Barroso de viva voz, neste retrato social, deste país por inventar, e porque se trata de um caso muito sério, onde os cartões laranja e rosa tiveram e continuam a ter a sua influência.
 

- Bom domingo!