30 novembro 2014

BANDA DO CASACO




BANDA DO CASACO


A Banda do Casaco nasceu da junção de duas bandas: os Plexus, onde tocavam Nuno Rodrigues (guitarra) e Celso Carvalho (violoncelo e contrabaixo), e a Filarmónica Fraude, onde tocavam António Pinho (letras e voz) e Luís Linhares (teclas). 

Além dos fundadores da Banda do Casaco, António Pinho, Luís Linhares, Nuno Rodrigues e Celso de Carvalho, durante a sua existência 1974 – 1984, passaram pela banda inúmeros músicos de grande nível e vozes que fizeram mais tarde uma carreira a solo. Podemos mencionar entre outros, Cândida Soares (Cândida Branca Flor), Helena Afonso, Né Ladeiras, Gabriela Schaaf, Catarina Chitas (Ti Chitas), Mena Amaro, Concha, José Campos e Sousa, Rão Kyao, Jerry Marotta, Zé Nabo e Carlos Zíngaro.



1974 – É lançado um single com os temas "Ladainha das Comadres" e "Lavados Lavados Sim".


1975 - Sai o álbum, "Dos Benefícios dum Vendido no Reino dos Bonifácios". No disco colaboravam Judi Brennan e Helena Afonso nas vozes, Carlos Zíngaro, Luís Linhares, José Campos e Sousa e Nelson Portelinha. António Pinho, assina todas as letras e Nuno Rodrigues compôs os temas com excepção de "Aliciação" e "Opúsculo".


1976 - Sai o primeiro disco verdadeiramente marcante do grupo, "Coisas do Arco da velha". O talento satírico dos trocadilhos de Pinho conjuga-se com soluções inovadoras, e o disco é marcado pela guitarra de Armindo Neves e pelo violino de Mena Amaro, que substituiu Zíngaro. Cândida Soares participa e reforça a vocalização, ao mesmo tempo que ganha um nome artístico: Cândida Branca-Flor, do título da terceira faixa do disco, "Romance de Branca-Flor". Temas como "Canto de Amor e "Trabalho", "Morgadinha dos Canibais", ou "Cantiga d'Embalar Avozinhas" contribuíram para um inesperado sucesso junto do público e da crítica, que o considera disco do ano. Neste disco é notório uma recolha etnográfica, depois livremente trabalhada e adaptada para o resultado final.

 

1977 - "Hoje Há Conquilhas, Amanhã Não Sabemos", inclina-se para a experimentação e o vanguardismo. Este disco, pretendia ser uma sátira à instabilidade económica e à precaridade social do país. Num álbum onde são significativas a entrada para o grupo de António Pinheiro da Silva e as colaborações dos iniciados Gabriela Schaaf na voz e Rão Kyao no saxofone tenor, destacaram-se os temas "País, Portugal", "Geringonça" e "Acalanto". Este álbum é uma das joias da nossa música popular.

 

1978 - "Contos da Barbearia" sintetiza os trabalhos anteriores, incorporando as colaborações do contrabaixista José Eduardo e do baterista Vitor Mamede, além do regresso de Zíngaro.


1981 – Sai um novo disco da banda que viria a causar forte impressão junto do público e da crítica. "No Jardim da Celeste" trazia duas novidades: uma sonoridade mais urbana, aproximando-se do rock, e a participação de duas notáveis figuras: Né Ladeiras, na voz, após ter colaborado com a Brigada Victor Jara e os Trovante; e Jerry Marotta, baterista de Peter Gabriel, de reputação internacional, que gostou tanto da banda que veio a Portugal gravar com ela. Do disco sobressai "Natação Obrigatória", presença "obrigatória" nas playlists das rádios.



1982 - "Também Eu", é o último álbum de originais do grupo, onde se faz sentir a ausência de António Pinho, um dos pilares do projecto. Notabiliza-se "Salve Maravilha", na voz de Né Ladeiras. Depois da saída do letrista de sempre António Pinho, Nuno Rodrigues (que já assegurara a solo a direcção do álbum "Também Eu" de 1982) reuniu Celso de Carvalho, José Fortes, Ramon Galarza e Zé Nabo. A maior parte das vozes é de Concha (esposa de Rui Guedes que lançou em 1979 o single "Qualquer Dia, Quem Diria" da dupla Pinho/Rodrigues). Nas vozes aparece ainda o próprio Nuno Rodrigues e Ti Chitas, pastora beirâ de Penha Garcia. O álbum foi discretamente reeditado em 1993 com a inclusão da faixa "Matar Saudades" produzida por António Emiliano. Ti Chitas, tocadora de adufe de Penha Garcia (Idanha-A-Nova), é a nova convidada do grupo, que actua ao vivo na entrega dos "Se7e de Ouro".



1984 - O famoso disco Com Ti Chitas, que para Rodrigues foi o “realizar de um sonho, de ter um disco com uma voz verdadeiramente popular” — Ti Chitas velha adufeira, era uma pastora que até aos 50 e tais anos nunca aprendera a ler. É o último disco da "Banda do Casaco. Com o fim da Banda do Casaco, a música portuguesa ficou orfã da irreverência que fazia do grupo um dos mais originais de Portugal.

Em 1984 o grupo dá o seu primeiro e único espectáculo ao vivo, que deste modo encerra uma década de prodigiosa reinvenção dos pressupostos da música popular portuguesa.

E pronto, por hoje vamos ficar com a Banda do Casaco no tema Morgadinha dos Canibais, com um instrumental belíssimo. 

 



- Bom domingo!

26 novembro 2014

O BAIRRO DR. MÁRIO DE OLIVEIRA



O BAIRRO DR. MÁRIO DE OLIVEIRA



No dia 28 de Maio de 1969, através do Decreto-Lei nº 49033, foi criado o Fundo de Fomento da Habitação, sob a forma de organismo com autonomia administrativa e financeira, com o propósito de inserir o fomento de habitação social na política de equipamento e integrar a política nacional de habitação com o planeamento urbano, contribuindo para a resolução do problema habitacional dos indivíduos não beneficiados pelas Caixas de Previdência ou outras instituições semelhantes.

A Comissão Administrativa, que depois do 25 de Abril de 1974, tomou a gestão da Câmara Municipal de Penafiel, tendo à frente o Dr. Guy Falcão, conseguiu que fosse construído na Rua Mário de Oliveira, um conjunto de habitação económica de promoção pública estatal (Fundo de Fomento da Habitação - FFH) de pequena dimensão, de habitação multifamiliar, constituído por 32 frações, das tipologias T2 (8), T3 (16) e T4 (8).

Este bairro Dr. Mário de Oliveira, foi inaugurado em Junho de 1977.


Em singela cerimónia que teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Penafiel, com a presidência do Dr. Mário Castro e Sousa, ladeado pelos vogais srs. Aires Gomes, António Justino, Dr. Ferreira Alves, Drª. D. Maria Madalena Machado, e três assistentes Sociais da Direcção de Habitação do Norte, procedeu-se à entrega das 32 chaves aos novos moradores do bloco habitacional. 

Foi uma cerimónia que tocou e fez vibrar de emoção todos quantos a ela assistiram e o reconhecimento daquela gente humilde, mas boa era evidente. 

Num pequeno improviso o Presidente de Câmara exortou os contemplados a que soubessem ser dignos das casas que iam ocupar, as soubessem conservar limpas e asseadas e não podia deixar de assinalar o nome do Dr. Guy Falcão como obreiro daquela obra.

O inquilino Alberto Acácio Moreira, agradeceu em nome dos moradores, e seguiu-se a visita ao bloco.

Os contemplados foram os seguintes:
Bernardo Alves Ferreira
Arlindo Alcino Alves
José Maria Moreira Soares da Silva
Adelina do Céu
Armando Lopes
António Rodrigues
Mário Ferraz
Rosa da Piedade C. Ferreira
Alberto da Rocha Cruz
Ilídio Vieira Marques Magalhães
Artur Loureiro
Alberto Acácio da Silva Moreira
Manuel Joaquim Alves da Silva
José de Jesus Rocha
Manuel Magalhães Meireles
Alcídia da Conceição Rosa Ferreira
Álvaro Nogueira Quintas
Ludovina Pereira Carvalho da Fonseca
Manuel Alves da Silva
António Carlos Barbosa
David da Silva
Albino Rodrigues de Sousa
Bernardino Pereira dos Santos
Fernando Soares
Estêvão da Rocha
José Manuel de Sousa
António Rodrigues da Silva
Manuel Loureiro
Salvador Teixeira da Fonseca
António de Carvalho
António Teixeira de Sousa

Ao receber a chave que lhe dava posse ao seu novo lar, Álvaro “ferrador”, afirmava ser o dia mais alegre da sua vida, ao ver um sonho transformado em realidade.


Este era o sentir da maioria dos 32 inquilinos que iam ocupar o bloco habitacional da Rua Mário de Oliveira, em boa hora mandado construir pelo Fundo de Fomento de habitação e para cuja realização não podemos, nem devemos deixar de referir mais uma vez, a pessoa do Dr. Guy Falcão, Presidente da Comissão Administrativa da Câmara que, com os seus pares, foram os grandes obreiros daquela obra de justiça social.

No entanto este bloco habitacional, é vulgarmente chamado por Bairro dos Índios.

Para tal apelido, aparecem duas versões que me foram contadas respectivamente por um ex-morador, e outra por um não morador.

A primeira é que a comissão de moradores da rua, ao fazer um levantamento dos futuros interessados moradores para o bairro habitacional, ao abordar um barbeiro se o mesmo queria habitar o bairro, levou como resposta que não ia habitar para o bairro dos índios. 

Outra é que no dia da inauguração foi colocado um cartaz com letras garrafais pintadas a vermelho a assinalar o Bairro dos Índios.

De uma maneira ou de outra, o que é certo e sabido é que o nome pegou, e hoje é mais conhecido por Bairro dos Índios do que pelo seu próprio nome, Bairro Dr. Mário de Oliveira.

E vá lá a gente saber porquê?…

24 novembro 2014

AINDA SOBRE A GEMINAÇÂO PENAFIEL E PEÑAFIEL



AINDA SOBRE A GEMINAÇÂO
PENAFIEL E PEÑAFIEL

1988 - Geminação. Comitivas de Penafiel e Peñafiel.

No dia 4 de Novembro de 2014, postei no meu blogue “Penafiel, terra nossa”, um texto com o título Geminação de Penafiel e Peñafiel.

Qual não é a minha surpresa, ao ler no jornal local “O Penafidelense” de 20 de Novembro, que no dia 15 de Novembro de 2014, foi recebida no Salão Nobre da Câmara Municipal de Penafiel, uma comitiva composta por 44 alunos e 3 professores do Instituto Conde Lucanor de Peñafiel.

Recorte do jornal "O Penafidelense" de 20-11-2014

Ainda bem que este intercâmbio cultural ainda funciona entre alunos e professores, 26 anos depois destas duas cidades serem geminadas. 

Artigo relacionado

http://penafielterranossa.blogspot.pt/2014/11/geminacao.html