09 janeiro 2021

APREGOAR ACHADOS DÁ SEMPRE MAUS RESULTADOS

 APREGOAR ACHADOS

DÁ SEMPRE MAUS RESULTADOS




No mês de Abril de 1965, o sr. José Teixeira, comerciante, residente no lugar de Outeiro (Monte do Marquinho), da extinta freguesia de Santiago de Sub-Arrifana, do concelho de Penafiel, quando fazia escavações do seu quinteiro para arranjo do mesmo, foi descoberta uma sepultura Luso – Romana com objectos de barro, grande parte destruídas pelos netos nas suas brincadeiras, ás quais não deu qualquer importância, pois desconhecia por completo o valor arqueológicos das mesmas.  


Padre António Ferreira Baptista

Entretanto o achado constou-se na freguesia, tendo então José Teixeira sido abordado pelo Reverendo Pároco da freguesia de Novelas e Santiago, Padre António Ferreira Baptista, que se deslocou ao local, acompanhado pelo Reverendo Dr. Domingos Pinho Brandão, professor universitário, arqueólogo, historiador de arte, bispo auxiliar do Porto e fundador do Museu de Arqueologia e Arte Sacra do Seminário do Porto e António Pereira Guimarães, natural de Penafiel, tendo sido oferecido pelo José Teixeira a Domingos Brandão uma jarra de barro intacta. 

 

Bispo Domingos Pinho Brandão

 

Embora sem intenção malévola, foram levados alguns objectos pelo Dr. Domingos Brandão que foram parar a um Museu do Porto.


Ao ter conhecimento, a Comissão Municipal de Cultura de Penafiel destes factos, deslocou-se a casa do Sr. José Teixeira, para se inteirar do achado, tendo já nesta ocasião mais algumas peças de barro provenientes de posteriores escavações que levou a efeito no mesmo local, assim como uma moeda encontrada na proximidade das escavações, que ofereceu ao museu. 


Coronel Cipriano Alfredo Fontes

 

Depois de ter sido dado conhecimento pormenorizado do sucedido ao Presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Coronel Cipriano Alfredo Fontes, este oficiou (ofício N.º 1602), em 29 de Junho de 1965, ao Reverendo Padre António Ferreira Baptista, para que se dignasse providenciar no sentido de que os objectos levados para o Porto fossem entregues, a fim de que ficassem depositados, no Museu Municipal de Penafiel, como elementos que são do património histórico e cultural do concelho.

Rapidamente os objectos foram entregues ao sr. Director do Museu Municipal pelo Pároco António Ferreira Baptista, padre das freguesias de Novelas e Santiago de Sub-Arrifana, hoje extintas e anexadas à freguesia de Penafiel, tendo sido elaborado um acto de entrega datada de 31 de Julho de 1965, assinado pelo Director do Museu de Penafiel, Ângelo Pimentel.

Ainda foram feitas mais algumas escavações, mas nada foi encontrado, no lugar de Outeiro, na freguesia de S. Tiago de Sub- Arrifana.


Ainda hoje, qualquer obra onde seja encontrado qualquer achado, todos sabemos que é sinónimo de obra encravada, daí a razão do título deste texto.


Fernando Oliveira – Furriel de Junho