30 outubro 2016

SAINT – PREUX

SAINT – PREUX



Saint- Preux foi o pseudónimo inventado por Cristian Langlade, que nasceu em 1950, na pequena cidade de Mervent, em França.

É um compositor de música clássica contemporânea, combinando elementos da música popular e da música electrónica.,

Em 1969, participou no Festival Internacional da Canção de Sopot na Polónia, com a composição “La Valse de L'enfance”.

A canção foi defendida por Henri Seroka e o próprio Saint-Preux regendo a orquestra sinfónica. Sua música recebeu o prémio Grand Prix de la Presse (Grande Prémio da Imprensa) no festival.

Durante sua estadia na Polónia, compôs o que veio a ser o seu maior sucesso o Concerto pour une Voix (Concerto para Uma Voz).

Quando Saint-Preux regressou a França, René Boyer, líder da gravadora Fantasia, convenceu-o a gravar seu Concerto para uma voz. Apesar de escrito originalmente para trompete e cordas, Saint-Preux ouviu a cantora francesa Danielle Licari ensaiando num outro estúdio, decidiu gravá-lo com a sua voz, misturando instrumentos clássicos com o estilo vocal jazzístico.


Concerto pour une voix ,  foi um estouro de vendas. Rendeu fortunas. No início da década de 1970 milhares de discos com a capa do anjinho invadiram as lojas e do dia para a noite.
A canção, lançada no selo DiscAZ em 1969, fez tanto a carreira dele quanto a dela.



Discografia:



1969 – Concerto pour une voix 

 


1972 - Le piano sous la mer

 


1973 - La passion 

 
1974 - La fête triste

 


1975 - Your hair & Missa Amoris 

 
1975 - Concerto pour piano 

 
1977 - Symphonie pour la Pologne 

 
1980 - To be or not 

 
1983 - Le piano d'Abigaïl

 
1983 - Atlantis 

 
1991 - Phytandros

 
1994 - The last opera 

 
1999 - Free Yourself 
 
 
2005 - Concerto pour deux voix




2007 - Jeanne la Romantique


2009 - Le désir 

 

Concerto pour une Voix tornou-se ícone de uma época e acabou incorporado ao repertório de melodias que todo o mundo guarda na memória.


Nada melhor do que ficarmos com esta canção sem letra, mas interpretada por uma grande voz, neste Concerto pour une voix.











- Bom domingo!

26 outubro 2016

MÁRIO DE OLIVEIRA INAUGURA O BUSTO DE SEU PAI

MÁRIO DE OLIVEIRA
INAUGURA O BUSTO DE SEU PAI
ZEFERINO DE OLIVEIRA 

 

Terminada a Sessão de Câmara, o cortejo saiu em direcção ao Parque do Santuário, em que tomaram parte diversas colectividades locais com os seus estandartes, crianças das escolas, uma banda de música e muitas pessoas de todas as classes sociais, o qual estacionou em frente ao busto de Zeferino de Oliveira, coberto pelas bandeiras de Portugal e Brasil.

Fizeram uso da palavra ali os Srs. Capitão Coelho dos Santos, administrador do concelho, e Dr. Avelino Soares, Presidente da União Nacional, os quais proferiram dois brilhantes discursos que foram muito aplaudidos.

Dr. Avelino Soares


Discurso do Dr. Avelino Soares

Meus Senhores

Partiu da colónia portuguesa do Brasil a ideia de erigir neste lugar um monumento a Zeferino de Oliveira, oferecendo generosamente o busto em bronze que vai agora ser inaugurado. Deram-lhe realização, em parte, os excelentíssimos senhores Francisco Sena Pereira, José Maria Pinto Júnior e Raul Monteiro Guimarães.

É preciso recordar estes nomes e confiá-los à memória do coração para que os não esqueça.

São o testemunho perene das afeições que Zeferino de Oliveira sabia inspirar e que se prolongaram, para além da pessoa do amigo saudoso, até a terra longínqua que lhe foi berço.



Revelam o grau de altíssimo apreço e veneração em que a colónia portuguesa tinha o patrício ilustre que, pela sua energia indomável e pela sua inteligência cintilante, através de realizações fulminantes e espantosas, dignificará o nome de Portugal, como pouquíssimos o poderiam jamais fazer em terras do Brasil.

A Comissão Administrativa da Câmara Municipal, acolhendo pressurosa a ideia, mandou construir o pedestal de linhas sóbrias e elegantes que vai servir de suporte ao busto do saudoso penafidelense. Interpretou o sentir do concelho de Penafiel desvanecido de poder inserir na galeria dos seus homens ilustres o nome imorredoiro de Zeferino de Oliveira.

Deu expressão material à saudade e à gratidão que todos os penafidelenses, em absoluta e indestrutível unanimidade, consagram à memória querida do opulento benemérito.

Para o acto solene da inauguração aguardou-se confiadamente a oportunidade que nos ofereceu a visita do Excelentíssimo Senhor Mário de Oliveira e de sua excelentíssima esposa à terra muito amada de seu saudoso Pai.

Queríamos todos que fossem suas excelências as figuras destacantes desta cerimónia. Esperamos quanto foi preciso esperar e mais esperaríamos ainda, se tão pronta não tivesse sido a aquiescência dos nossos ilustres hóspedes aos nossos desejos ansiosos.

Meus Senhores

Tudo que se possa dizer de Zeferino de Oliveira é deficiente e é supérfluo.

É deficiente porque não pode exprimir-se em palavras a luta gigantesca em que se empenhou até ao triunfo o esforço hercúleo deste homem excepcional.

É supérfluo porque nem infinitissimamente pode acrescer a vaga alta de saudosa simpatia em que as nossas almas envolveram, desde há muito, o seu nome e a sua memória.

Se as circunstâncias do momento me compelem a falar do homem portento que, no domínio das relações industriais, transcendeu o comum e atingiu o genial e o miraculoso, faço-o na dolorosa persuasão da minha invencível insuficiência.

Mal tive tempo de conhecer pessoalmente Zeferino de Oliveira. Mas o meu culto profundo e instintivo pelos homens grandes de Portugal levou-me frequentes vezes a procurar ouvir individualidades que me elucidassem sobre a carreira esplendoroso desse homem que se constituíra imprevistamente o maior benfeitor da sua terra.

Ninguém me definiu em frases completas, em períodos de perfeita estrutura gramatical o perfil social do inolvidável Zeferino de Oliveira.

Todos me reponderam em simples exclamações: um colosso, um assombro, um portento, um homem formidável. E ninguém pôde diluir-se em pormenores logicamente encadeados a trama surpreendente da vida triunfal de Zeferino de Oliveira.
Só ante-ontem, aqui mesmo, à beira deste pedestal, alguém que muito bem o conheceu, por estar já embrenhado no mundo que ele frequentou, me disse esta frase significativa que fixei para vo-la transmitir:

- Se Zeferino de Oliveira vivesse mais quinze anos, seria a maior afirmação do valor da raça portuguesa em terras do Brasil.


E em verdade quando se analisam as modalidades diversas e variadíssimas por onde se repartiu a sua actividade prodigiosa, quando procuramos contornar a envergadura do seu espírito que tudo abarcava, quando matematicamente se ajusta a subtileza da sua observação sempre exacta, a penetração das suas previsões sempre certas, o acerto das suas objecções sempre previdentes, tem-se a impressão esmagadora de que o nosso espírito se deslumbra ao clarão dum génio que na ordem das realizações comerciais e industriais iguala e irmana com os grandes génios que vincaram na história um nome imorredouro.

Ainda que não tivesse sido um grande benemérito da nossa terra, a glória do seu nome tê-la-ia envolvido numa auréola de fama tão alta, que o nosso amor próprio poderia vibrar de justo desvanecimento. Ditosa terra que tal filho teve!

Mas Zeferino de Oliveira foi para nós e será pelas gerações em fora muito mais do que um conterrâneo ilustre. Foi também dos nossos pobres um pai estremosíssimo e amoroso, compadecido dos alheios infortúnios até requintes de bondade que se não podem relembrar sem lágrimas nos olhos.

Esmolas toda a gente dá. Até os pobrezinhos repartem entre si as migalhas da sua miséria.

Mas a ciência de fazer bem, confessêmo-lo ainda ninguém entre nós a possuiu como Zeferino de Oliveira.

Outros terão feito pelas necessidades alheias sacrifícios mais pesados, porque o valor intrínseco dum benefício, afere-se pelo grau das privações que implica para quem o confere. Mas ninguém o excedia no enternecido carinho com que distribuía o seu bem fazer, no prudente critério com que seleccionava e escalonava e escalonava as necessidades, com que ia ao seu encontro espontaneamente, com que procurava, para além do efeito ocasional da esmola, atingir e remediar a causa radical do infortúnio.

As condições em que instituiu e ininterruptamente manteve a Sopa dos Pobres, a maneira como dirigiu, orientou e estimulou a assistência do concelho ao Hospital, graduando e condicionando o seu auxílio pelo auxílio da restante população, os sapientes conselhos que incansavelmente mandava do Brasil, em longas cartas, aos executores da sua caridade, revelam em Zeferino de Oliveira uma alma de eleição, grande e excepcional até no gesto banal de abrir a sua carteira.

Nunca ia à frente numa exibição banal de riqueza e prodigalidade, nos encargos que por dever social devem impender sobre todos ele exigia a comparticipação de todos. Seguia atrás a impelir, a animar, a urgir com palavras brandas de persuasão.

Para os egoístas renitentes e obstinados, ah! para esses tinha expressões de rude severidade, duras como um látego, sonoras como um trovão.

A sua fortuna permitia-lhe ser taumaturgo, erguendo ruínas e sanando desgraças.

Mas antes disso queria ser apóstolo que arrastasse prosélitos para a Cruzada Santa do bem fazer.

Quando a marcha cansava e os recursos se exauriam, então surgia como a Providência e fazia o resto, satisfeito de cumprir o seu dever, mais satisfeito ainda de ao dever ter compelido os outros.

As obras ficavam inacabadas por se esgotarem os recursos, a administração do hospital fechava em cada ano com um défice alarmante.

Fechar enfermarias, reduzir os leitos? Talvez não. Havia uma esperança; Zeferino de Oliveira, para quem Freitas Guimarães, o desvelado Provedor da Santa Casa, apelava sempre, timidamente com medo de lhe cansar a bondade já tão experimentada por sucessivas impertinências.
Tão grande era a sua magnanimidade que acabou um dia por escrever a Freitas de Guimarães, no tom rústico que por vezes tinham as suas expressões:

-Homem, não me arregale os olhos. Diga afoitamente quanto precisa.

E tudo quanto era preciso, vinha do Rio pelo paquete, imediato, quando não era até em ordens telegráficas.

Foi assim Zeferino de Oliveira. Era impossível, pois, que não tivéssemos por este conterrâneo insigne o afecto e a veneração mais alta que jamais foi possível inspirar a uma terra de gente boa e agradecida.

Ainda em sua vida, pôde Zeferino levar as obras no monte do Santuário até ao ponto em que agora se encontram (1934), incompletas, ainda áquem daquilo que a sua imaginação tracejara, elas representam já para Penafiel um melhoramento tão grande, que seria despropósito exaltá-lo em palavras aos nossos ouvidos, quando pertence aos nossos olhos contemplá-losà nossa saudade agradecê-las.



Em meio deste frondoso arvoredo que ele viu plantar e já não pôde ver bracejar e enverdecer, vai ficar o seu monumento preito da nossa saudade, símbolo de uma gratidão, farol das nossas esperanças.

Ex.mo Sr. Mário de Oliveira, vai V.ª Ex.ª ser convidado, em nome do povo de Penafiel, a descerrar o busto de seu saudoso e querido Pai.

A presença de V.ªEx.ª nesta cerimónia é para Penafiel uma honra e uma alegria. Nunca nos abandonou a esperança de que V.ª Ex.ª havia de vir até junto de nós, escutando e atendendo o pedido que, nesse intuito, lhe foi comovidamente endereçado, Sabemos agora que V.ª Ex.ª viria, ainda que tal pedido lhe não fosse dirigido. Viria, porque queria vir, não em jornada de turismo, mas em peregrinação de saudade.

Terá V.ª Ex.ª tempo de percorrer com enlevo os lugares santos para o seu coração, por onde se gastou a infância e a primeira adolescência do homem notabilíssimo cujo nome, tão valioso como a sua fortuna, V.ª Ex.ª herdou e usa com justificado orgulho.

O que V.ª Ex.ª não pode infelizmente é avaliar em toda a sua extensão e profundidade e indelével saudade deste bom povo pelo insigne benfeitor que tão imprevistamente a morte nos arrebatou. Essa extensão, essa profundidade poderam senti-la aqueles que estavam em Penafiel na tarde trágica em que, nos sete campanários da cidade os sinos dobraram simultaneamente e repassava de boca em boca a notícia angustiosa:

  • O Senhor Zeferino de Oliveira morreu!

    Foto do jornal brasileiro Diário Português de 13 Outubro 1934

O espectáculo que Penafiel oferecia nessa hora, nunca em minha vida hei-de esquecê-lo. Tenho orgulho de ser penafidelense, Mas esse orgulho data sobretudo dessa hora.

O que V.ª Ex.ª não tem ocasião de apreciar é a gratidão sentida e profunda, que já avassala o coração do povo do concelho, pela generosidade com que V.ª Ex.ª , sem uma hesitação, sem uma quebra de continuidade, tem mantido fidelissimamente a bondosa assistência que seu ilustre Pai iniciou.

Soube-se tarde do dia da visita de V.ª Ex.ª. Não foi possível, nem pelos jornais, nem nas missas, as grandes assembleias do nosso povo, levar ao conhecimento das populações rurais a notícia faustosa da sua vinda.

Se tal não fora, a passagem de V.ª Ex.ª assumiria proporções duma apoteose.

Vem V.ª Ex.ª dispendendo com esta terra cerca de quarenta contos anuais. Que terras portuguesas se ufanarão de uma tamanha benemerência?

Deus cubra de rosas e de bênção o caminho da sua existência preciosa!

Que os seus olhos se deleitem na frescura deslumbrante das nossas paisagens, que a sua retina se embeba na luz fulgurante do nosso sol, que o seu coração se enamore da bondosa simplicidade do nosso povo, a ver se se remedeia em nós a maior mágoa que nos consome, não ter V.ª Ex.ª nascido em Portugal. 

Foto do jornal brasileiro Diário Português de 28 Outubro 1934
 

Ex.ma Senhora Dona Lícia de Oliveira

Para V.ª Ex.ª as últimas palavras desta saudação.

Deve V.ª Ex.ª ter reparado no enternecido carinho com que nos seus olhos ungidos de bondade se pousam reverentes nos olhos de todos nós. Não há nos nossos olhares vislumbres de curiosidade impertinente com que é de uso mirarem-se em terras pequenas, os estrangeiros que nos visitam.

É que V.ª Ex.ª, não pode, não conseguirá nunca ser para nós uma estrangeira. Nenhum brasileiro pode ser jamais estrangeiro em Portugal. Como poderia sê-lo V.ª Ex.ª , se acrescenta ao seu nome de família o apelido português “Oliveira”.

Ao saber da visita de V.ª Ex.ª , minha senhora, nasceu no coração dos penafidelenses uma ambição estranha e absorvente; quereríamos que levasse da nossa terra uma impressão tão grata, e tão profunda, que até nos deslumbramentos do Brasil, grande, rico, moderno e sedutor, V.ª Ex.ª fosse intimamente forçada a sentir uma grande afeição pelo velho e nobre Portugal, adoptado como segunda pátria pelo seu coração de peregrinas e acrisoladas virtudes.

Como penhor como assim há-de ser, soltarei duas saudações antes de descerrar-se o monumento a Zeferino de Oliveira. Ele ficará assim, além de tudo, como símbolo imperecível da amizade de dois povos, da união espiritual de duas pátrias.

- Viva o Brasil!

- Viva Portugal! 

Foto do jornal brasileiro Diário Português de 28 Outubro 1934
 

De seguida foi convidado o Sr. Mário de Oliveira a descerrar o busto de seu Pai Zeferino de Oliveira, que se encontrava coberto pelas bandeiras do Brasil e Portugal.

Descerrado o busto, da enorme multidão, que por completo, coalhava o parque do Santuário baptizado de Zeferino de Oliveira, rompeu uma apoteótica e comovente ovação.


Continua na próxima semana
o relato da visita de Mário de Oliveira a Penafiel

23 outubro 2016

CARLOS SANTANA

CARLOS SANTANA



Carlos Augusto Santana Barragán, mais conhecido por Carlos Santana ou simplesmente Santana, nasceu a 20 de Julho de 1947, em Autlán de Navarro, Jalisco, México.

É considerado o 15º melhor guitarrista de todos os tempos, segundo a revista Rolling Stone, tendo ganho váriops prémios Grammy.

Em1966 formou a banda Santana Blues Band. Já no ano de 1969 a banda passa a chamar-se simplesmente Santana e actua no festival de Woodstock.



A popularidade aumentou e a partir deste ano começam a gravar, e músicas como "Soul Sacrifice", "Jingo", "Gypsy Queen", "Oye como va", “Samba pa ti” alcançam enorme sucesso mundial.


Discografia de álbuns de estúdio: 
 
1969 – Santana


1970 - Abraxas 

 
1971 - Santana III 

 
1972 - Caravanserai 

 
1973 - Welcome 


 

1974 - Borboletta 

 

1976 - Amigos 

 

1977 - Festival 




1977 - Moonflower 

 
1978 - Inner secrets 


 
1979 - Marathon 

 

1981 - Zebop! 

 

1982 - Shangó 

 

1985 - Beyond Appearances 



1987 - Freedom 



1990 - Spirits Dancing in the Flesh 

 

1992 - Milagro 


 
1994 - Brothers 

 

1999 - Supernatural 

 

2002 - Shaman 

 

2005 - All That I Am 

 

2010 - Guitar Heaven: The Greatest Guitar Classics of All Time 

 

2012 - Shape Shifter 

 
2014 - Corazón 


2016 - Santana IV 



Carlos Santana no dia 26 de Julho deste ano actuou bem perto de nós, no Pavilhão de Multiusos de Gondomar.

Santana em Gondomar

Para o recordar, vamos ouvir o slow “Samba Pa Ti”, música que ainda hoje se ouve com agrado, e que continua a derreter muitos corações.







- Bom domingo!