19 julho 2019

1.ª EXPOSIÇÃO DE ARTESANATO EM PENAFIEL


1.ª EXPOSIÇÃO DE ARTESANATO


EM PENAFIEL


A 1.ª Exposição de Artesanato realizada em Penafiel, que esteve patente ao público, de 6 a 8 de Outubro de 1967. 
Esta exposição, foi levada a efeito, pela Comissão Municipal de Cultura, integrada no encerramento do Curso de Extensão Agrícola Familiar levado a efeito pela Estação Agrária do Porto, pelo Pároco de Penafiel Albano Ferreira de Almeida, e cerca de 30 alunas que durante três meses orientadas por uma equipa de jovens senhoras da Estação Agrária, conseguiram apresentar trabalho válido.




Foi inaugurada pelo Senhor D. Florentino de Andrade e Silva, que chegou pelas 16 horas à Assembleia Penafidelense, que percorreu calmamente a exposição, acompanhado pelas diversas individualidades presentes, tendo elogiado os trabalhos expostos.

Organizada em seguida uma sessão solene a que presidiu Sua Excelência Reverendíssima o Administrador Apostólico do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva, que foi ladeado pelos Ex.mos Senhores Comandante do RAL 5, Dr, Juiz da Comarca, Delegado Procurador da República, Presidente da Assembleia Penafidelense, Dr. António da Silva Carvalho, Representante do Presidente da Câmara, Director da Escola Industrial de Penafiel, Dr. Aurélio Tavares, Subdelegado de Saúde, Dr. Francisco Brandão Rodrigues dos Santos Director Clínico do Hospital da Santa Casa da Misericórdia, Dr. Joaquim da Rocha Reis e Inspector da Estação Agrária do Porto, Engenheiro Sousa Andrade.

 
Eng.º Sousa Andrade no uso da palavra

Usaram da palavra os Senhores Dr. António da Silva Carvalho, como Presidente da Direcção da Assembleia Penafidelense, Professor Joaquim José Mendes, Presidente da Comissão Municipal de Cultura, Padre Albano Ferreira de Almeida, Pároco de Penafiel, Eng.º Sousa Andrade, Subdirector da Estação Agrária do Porto, a menina Cândida Gamboa de Carvalho, pelas alunas do Curso de Extensão Agrícola Familiar, e por fim, D. Florentino de Andrade e Silva.



Esta exposição, foi superiormente planificada e montada, no seu aspecto artístico, pelos senhores Escultor Júlio Margarido Carneiro Giraldes e José Luís Costa Rodrigues Oliveira , (Mestre Zé Luís), respetivamente Subdirector e Professor da Escola Industrial de Penafiel.

Com este certame, o primeiro do género na nossa terra, ficou bem evidenciada a variedade e a riqueza do artesanato penafidelense.



A lista dos expositores, presentes com os seus artigos, foi a seguinte:



Bordados

Escola Industrial de Penafiel

Maria Augusta de Araújo Correia de Rio Mau

Patronato da Sagrada Família Penafiel



Candeias

Escola Industrial de Penafiel

Cestaria

António Gomes Magalhães - Penafiel

 
Foto na Loja dos Tamancos - Rua do Paço Penafiel

Chancas

Alfredo de Sousa Lopes – S. Martinho

Manuel A. Afonso – Penafiel




Cobertores

Alzira da Silva – Luzim

Ana Rosa Pereira – Galegos

Casa de Jesus Misericordioso – Ordins Lagares





Cobres

Joaquim Pereira da Cunha – Penafiel

José Carvalho e Macedo – Penafiel

Rodrigo da Cunha Ferreira – Herdeiros – Penafiel

Vitorino Ferreira da Cunha – Penafiel




Correaria

Luís de Sousa Mendes



Cortiços

António Marques – Rio Mau



Estatuária

José da Rocha Ferreira de Melo – S. Martinho



Ferragens

Joaquim Ribeiro de Sousa – Novelas



Ferro Forjado

Escola Industrial de Penafiel

Joaquim Pereira – S. Martinho



Galão

Afonso Soares da Silva – Rans

Albina Sá Pereira da Cruz – Galegos

Ana da Silva – Galegos

Augusto Ferreira Cancela – Galegos

Aurora da Silva Santos – Galegos

José Pereira da Silva - Bombeiro e latoeiro de profissão


Latoaria

José Pereira da Silva – Penafiel

Manuel Ribeiro – Novelas



Limas

Aníbal Ribeiro de Sousa – Novelas



Linhos

Felícia da Conceição Guimarães – Boelhe

Franquelina Moreira da Rocha e Filhas – Cabeça Santa

Maria da Conceição da Silva Leite – Cabeça Santa

Maria Emília de Sousa – S. Martinho



Luvas de Apicultor

Maria José Oliveira Amorim – Rio Mau



Mantas de Tiras

Ana Rosa – Galegos

Casa de Jesus Misericordioso – Ordins Lagares

Maria Emília de Sousa – S. Martinho



Palha

António Augusto Duarte – Castelões



Redes

António Pinto Espincho e Filho – Eja

Octávio Monteiro – Rio Mau

Hilário Rodrigues Gomes – Rio Mau

Manuel Moreira Carvalho – Rio Mau

José Maria da Silva Rocha – Rio Mau



Rendas

Casa do Outeiro – Rio Mau

Escola Industrial de Penafiel

Maria Rosa Nogueira da Gama – Rio Mau



Talha

António Ferreira – Novelas

António Gomes Magalhães – Penafiel

Escola Industrial de Penafiel

Alfa-Indústria de Madeiras de Penafiel, Lda

 
Tamanco já gasto

Tamancos

Alfredo de Sousa Lopes – S. Martinho

Joaquim Duarte Ferreira – Bustelo
Tamancos novos- à venda na Loja dos Tamancos


Tanoaria

Joaquim Oliveira Rocha – Penafiel



Tapetes

Alzira da Silva – Luzim

Casa de Jesus Misericordioso – Lagares

Felícia da Conceição Guimarães – Boelhe

Franquelina Moreira da Rocha e Filhas – Cabeça Santa



Trabalhos de Madeira

António Moreira – Novelas

Escola Industrial de Penafiel

Maria Gomes Pinto – Rio Mau

Maria do Rosário Martins Pinto – Rio Mau



Xailes

Casa de Jesus Misericordioso – Lagares




No final, antes de se retirar para a cidade do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva, fez questão de cumprimentar uma a uma, as trinta alunas que terminaram o Curso de Extensão Agrícola Familiar, dando a todas elas os respectivos parabéns.

Parece que foi ontem, mas já conta a bonita idade de 52 anos, a 1.ª Exposição de Artesanato Regional em Penafiel.

Se hoje as feiras de artesanato se tornaram banais por este Portugal, em 1967, era novidade na Cidade de Penafiel.

- Como o tempo voa!...- Pópilas!



Fernando Oliveira – Furriel de Junho

11 julho 2019

COMBATENTES

COMBATENTES
DA SANTA TERRINHA
MORTOS NA GUERRA DO ULTRAMAR



Ao serem colocados os seus nomes numa placa, no sopé do Monumento aos Mortos da Grande Guerra, ficando por assim dizer, ao nível da sola dos sapatos, para além da falta de respeito para com eles que mereciam muita mais dignidade, quer queiram quer não, o que deveria ser uma homenagem condigna, ficou uma valente cagada. 

 

01 julho 2019

CROCA

CROCA



Hoje vou falar da freguesia de Croca, que dista 4 km da cidade de Penafiel, e confronta pelo nascente com a freguesia de S. Martinho, pelo poente com a de Bustelo, a norte com Meinedo (concelho de Lousada) e a sul com Santa Marta de Vila Boa de Quires (concelho do Marco de Canaveses), e tem como seu padroeiro S. Pedro.

Não se sabendo ao certo a origem deste nome “Croca”, várias são as hipóteses avançadas pelo estudioso da nossa terra, Abílio Miranda.



Segundo ele, tal nome constitui o anagrama de Corça, animal divinizado do qual alguns generais romanos se faziam acompanhar para favorecerem a acção das suas legiões.

Homem com capa de colmo



Também avança com o termo coroça ou croça que significam palhota e capa de colmo contra a chuva e, também, báculo ou bastão episcopal com a extremidade superior curva.



Do francês croc que significa pau de charrua ou jogo dianteiro do arado.



Crocal do latim crocu deu-nos pedra preciosa da cor da cereja.



Croce, é a designação de uma erva que mata aranhas.



O açafrão, cujo nome científico é Crocus, lembra-nos Cróceo que quer dizer da cor do açafrão, amarelo dourado, sendo croceína o nome genérico de uma série de corantes.



Crocus, planta que minuciosamente era tratada talvez já com alguns fins medicinais ou somente odoríferos dos manjares dos grandes dias de festas ou do dia de domingo.





Crocus, esta palavra foi-se naturalmente corrompendo, dando origem a Croca, nome da freguesia.




Ainda hoje há quem faça plantação desta planta na freguesia de Croca, que floresce entre Outubro e Novembro.




A planta é cortada durante a floração perfeita da mesma, pois se a não cortar nessa altura, ela passado pouco tempo começa a secar perdendo as suas propriedades.




Depois é posta a secar e de seguida transformada em pó, com o friccionar das folhas secas com as mãos.





Para diferenciar o açafrão que é vendido no comércio local, as pessoas batizaram este tipo de açafrão “caseiro” de Açafroa, utilizado para uso próprio, já que o mesmo não é comercializado.





As fotos que ilustram este texto, foram tiradas no ano de 2018, numa plantação de Crocus, no lugar de Pala desta freguesia de Croca.



Em jeito de curiosidade, talvez muitos penafidelenses não saibam que em Croca, nasce o maior rio no concelho de Penafiel, o Cavalum e aproveitando a sua correnteza, no lugar de Pala, junto à ponte, havia em tempos que já lá vão, uma serração hidráulica.

 


Em 1870 no lugar da Lapa desta freguesia de Croca, nasceu a 4 de Fevereiro, o grande benemérito Zeferino de Oliveira, que entre outras coisas mandou construir a Escola Primária desta Freguesia de Croca e restaurar a Capela de S. João em Pedrantil. 


Na toponímica da freguesia de Croca, Zeferino de Oliveira tem o seu nome ligado a uma grande avenida, que atravessa a freguesia de Croca de lés a lés.

Também no passado domingo, dia 30 de Junho de 2019, foi inaugurado o aumento do Cemitério Paroquial de Croca pelo Sr. Presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, e pelo Presidente da Junta da Freguesia de Croca, Sr. Jorge Mota, sendo o mesmo benzido pelo pároco da freguesia de Croca, Agostinho da Mota. 

Se a poetisa Natália Correia, no último verso do poema "A Defesa do Poeta", escrevia "a poesia também se come", espero que os leitores deste texto, especialmente os de Croca, quando comerem arroz de forno, feito com açafrão ou açafroa se lembrem de Croca, pois pelos vistos, estas coisas andam todas interligadas. 

- Quem havia de dizer?

Fernando Oliveira - Furriel de Junho