11 junho 2023

O BAILE DOS FERREIROS

O BAILE DOS FERREIROS

 


O Baile dos Ferreiros, no antigamente, era chamado de Dança das Espadas, como se pode ler no tombo das festas do Corpo de Cristo, na página 3 do ano de 1657.

 


Aproveitando a reformação dos capítulos das danças lavrado na página 6 no ano de 1705, e no ano transacto (1704), os homens se embriagaram e fizerem distúrbios na cidade tornando-se muito perigosos, atendendo ás armas com que estavam munidos (as espadas), aos dezanove dias do mês de Abril de 1705, em acto de Câmara sendo presente o Dr. juiz de fora, vereadores e moradores determinaram em confirmação da lei, que as espadas fossem substituídas por varas pintadas.

 


Substituídas as espadas pelos paus, o baile, por natureza deixou de ser das espadas e tomou o nome de Baile dos Ferreiros, por ser dado pelos ferreiros.

 



Em Penafiel, voltou mais tarde o baile a usar novamente as espadas.





Por isso podemos afirmar sem sombra de qualquer dúvida, que é o baile mais antigo e que ainda hoje se exibe nas Festas do Corpo de Deus, pelas várias ruas da cidade de Penafiel, participa na cavalhada, é o único que pode entrar na Igreja Matriz, a quando da cerimónia da saída da procissão, e os homens que dele fazem parte, com os braços abertos e as espadas agarradas pelas pontas e pelos punhos, formam um cordão à volta das autoridades administrativas, judiciais, presidente e vereadores de Câmara, e outras individualidades que vão atrás do pálio pelas ruas e avenidas por onde passa a procissão.

 


É notório a preocupação de rejuvenescer o baile com gente nova para que o mesmo tenha continuidade.

 


E apesar de vivermos na República e não na Monarquia, estes ferreiros, continuam a afirmar alto e bom som que:

 



Nem o Rei pode ser Rei

Sem haver o tal ferreiro

Com o ferro se vence a guerra

Com ele se ganha dinheiro. 

 

Fernando Oliveira - Furriel de Junho 

 

01 junho 2023

INAUGURAÇÃO DO CAMPO DA SAUDADE

 INAUGURAÇÃO

DO CAMPO DA SAUDADE 

DA UNIÃO DESPORTIVA 

PENAFIDELENSE

 



Com a expulsão de Abílio Miranda do Sport Club de Penafiel, vai-se dar origem ao nascimento da União Desportiva Penafidelense, que se vai tornar o eterno rival do Sport, assim como a construção do seu campo de jogos na Rua da Saudade, ficando o mesmo a designar-se por Campo da Saudade.




A criação da equipa de futebol da União Desportiva Penafidelense, resulta da fusão de duas equipas penafidelenses, o Onze Penafidelense Foot-Ball Club e o Egas Moniz Sport Club de Penafiel em 1932.

Durante a época de 1932/33, foi o tempo de organização do agrupamento de futebol, e foi pedida a filiação na Associação de Futebol do Porto, com o nome de União Desportiva Penafidelense.

As cores do União era a camisola toda verde e calção branco.


Augusto,Alberto,Quim, Américo, Aires, César, Zé Guedes, Luís Guedes, Monteiro, Castro e Tareco


Em 1931, a Comissão Administrativa da Câmara, deliberou construir a expensas do Município, o muro de vedação do campo de jogos ao longo da Rua da Saudade.


No dia 15 de Outubro de 1933, foi inaugurado o Campo da Saudade, com uma magnífica assistência.

 

 

Pelas 14 horas davam-se início ás corridas pedestres e de ciclismo.

Na corrida pedestre, o primeiro prémio foi entregue à equipa do Sport Club Nuno Álvares do Porto, e o segundo à equipa do Sport Club da mesma cidade.


A prova de ciclismo que compreendia 3 voltas a Penafiel, foi ganha por Francisco Luis Tela do Lagoas Foot Ball Club, o 2.º classificado foi Belmiro de Magalhães do mesmo clube e o 3.º lugar do pódio, foi atribuído ao Adriano da Cunha da União Desportiva Penafidelense.




A tarde de Sol quente que se fez sentir, fez acorrer àquela festa desportiva extraordinária assistência, que ali foi levar o seu apoio à briosa equipa da União Desportiva Penafidelense.



Ás 16 horas iniciou-se o desafio de futebol entre o União Desportiva Penafidelense e o União Sport Clube de Paredes, terminando por sair vencedor a União Desportiva Penafidelense por 5-1.


Os manos com a camisola do Onze Penafidelense

Como curiosidade, nesta equipa do União jogavam três irmãos tamanqueiros, que eram o Joaquim Pinto, o Alberto Pinto e o Américo Pinto, todos eles provenientes da equipa Onze Penafidelense Foot-Ball Club.


No final o público aplaudiu com calor os desportistas da União, acompanhando-os em ruidosa manifestação até à sua sede.

Todas estas diversões foram abrilhantadas pela banda de Mancelos – Amarante.


César de Sousa


Pelas 21 horas, na sede social da União Desportiva Penafidelense, à Rua Alexandre Herculano (hoje Largo Padre Américo), realizou-se uma sessão solene comemorativa do 1.º aniversário da sua fundação, tendo falado brilhantemente os srs. Alferes Moura, Alferes Encarnação, António Guedes, Luís Guedes, Olímpio Mendes, António Mendes, César de Sousa, Laurentino Monteiro e António Madalena. 

 


Orquestra Jazz da União Desportiva Penafidelense


Durante a sessão fez-se ouvir a Orquestra Jazz da União Desportiva Penafidelense, executando primorosos trechos musicais, sob a hábil regência da batuta do seu director sr. João Ribeiro da Silva, digno 1.º Sargento músico do Regimento de Infantaria 6.

E assim se inaugurou o Campo da Saudade, casa onde realizou os seus jogos a União Desportiva Penafidelense, até ao ano de 1934, que passou a jogar no Estádio Municipal, cujo jogo inaugural se realizou a 21 de Janeiro desse mesmo ano, entre os eternos rivais penafidelenses, a União e o Sport, terminando com um empate a uma bola.


Fernando Oliveira – Furriel de Junho