24 janeiro 2018

NOVELAS CONTA-me 70 + 7

NOVELAS CONTA-me 70 + 7
de
ARMANDO GUEDES


NOVELAS, CONTA-me 70 + 7, é um livro escrito por Armando Guedes, e foi apresentado aos penafidelenses, no dia 12 de Janeiro de 2018, na Biblioteca Municipal de Penafiel, pelo Dr. Alfredo de Sousa, com a participação da Academia de Dança Lampadinha, com Diogo Abrantes ao piano e pelo Grupo de Teatro de Novelas.

Comecei a ler o livro, sentado numa cadeira na sala de espera do Hospital Padre Américo em Penafiel, enquanto aguardava a saída da minha esposa do bloco operatório, o que se veio a verificar pelas 22 horas.

O livro é composto por 70 quadros, cada um deles retratando lugares e vivências respeitantes a Novelas e suas gentes, e um suplemento editado em 1938, no jornal “O Penafidelense”, com o título A FREGUESIA DE NOVELAS (Honra da família de Sousa).

Armando Guedes - Na apresentação do livro


Com uma escrita simples, facilmente capta o leitor já que o mesmo vai adquirindo saberes, pois a história é misturada com a memória descritiva de lugares de Novelas.

Alguns quadros trouxeram-me à lembrança coisas da vida, como:

A loja das Pintas que já encerrou portas como a antiga estação

A cara feia que fazíamos quando nos era dado a colherada do óleo de fígado de bacalhau na Escola Primária, os jogos do recreio que eram idênticos, a vinda da carrinha da Calouste Gulbenkian, que no meu tempo funcionava atrás do edifício da Câmara Municipal de Penafiel, e nos emprestava livros para lermos em casa, o beber nas “Pintas”, que era aquela loja ou taberna como lhe queiram chamar, que existia em frente à antiga estação de comboios de Novelas, onde cheguei a emborcar alguns copos antes de tomar o comboio na altura da tropa, ou a ida à Senhora da Saúde a Bustelo, na segunda-feira a seguir ao Domingo de Páscoa e muitas outras.

Quando terminei a leitura do livro “NOVELAS CONTA-me 70 + 7”, fiquei com a sensação de ter visto um filme com vivências de um tempo passado, que marcou a vida destas gentes de Novelas e não só.

Que me desculpe Armando Guedes, mas não posso aceitar que Novelas vá desaparecer, pois espero que num curto espaço de tempo as suas gentes sejam ouvidas se querem ou não a sua freguesia de volta, porque não se pode aceitar que uma terra com história e campeões, seja riscada do mapa por uma simples Reforma Administrativa, que não trouxe qualquer vantagem ao país, levada a cabo por “Relvas” daninha.

Ana Rita lendo o seu postal ilustrado

Não podia terminar sem lhe enviar os parabéns a Armando Guedes, pela feitura desta escrita deliciosa, servida em forma de quadros, ilustrados com desenhos de Novelas realizados e pintados por artistas de tenra idade, incorporando de longe a longe poemas de poetas Novelenses, fechando os quadros com um postal ilustrado da Ana Rita Pinto Sousa Machado Pedroso de 7 anos,escrito no dia 26 de Fevereiro de 2017, em que descreve uma visita que fez a Novelas acompanhada de seu pai.

Por tudo isto, NOVELAS CONTA-me 70 + 7 de Armando Guedes, ficará para sempre nos ANAIS DE NOVELAS.

Fotos de Reinaldo Meireles

18 janeiro 2018

AO DOUTOR REIS

DR. JOAQUIM DA ROCHA REIS



Quando era miúdo uma doença que ceifava muita gente era a tuberculose.

Nas escolas primárias eram distribuídas folhas pelos alunos apontarem e recolherem donativos no ceio familiar, fazendo-me lembrar este peditórios (hoje mais bem organizados), para a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

A tuberculose chamada antigamente de "peste cinzenta", e conhecida também em português como tísica pulmonar ou "doença do peito" - é uma das doenças infecciosas que continua a afligir a Humanidade nos dias actuais.

A tuberculose é transmitida pelos bacilos expelidos por um indivíduo contaminado quando tosse, fala, espirra ou cospe.

Em Portugal esteve quase radicada, mas infelizmente apareceu de novo em força.




Uma pessoa que se dedicou ao estudo desta doença, foi o Dr. Joaquim da Rocha Reis, que no ano de 1919, no mês de Abril apresentou a sua tese de doutoramento na Faculdade de Medicina do Porto, com o título “TUBERCULOSE PERITONIAL”. 

 

Natural de Duas Igrejas, viveu na Rua Alfredo Pereira e no Largo d'Ajuda, onde tinha o seu consultório privado, e foi director clínico no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel entre 1953 e 1980.



Na toponímia penafidelense, tem uma rua com o seu nome, que une o Largo Santo António dos Capuchos com a Rua Engenheiro Matos.




No livro Caras e Carêtas de José Júlio & Ernesto de Melo, editado em 1933, pode-se ler os seguintes versos dedicados ao Dr. Joaquim da Rocha Reis:


É Rocha, mas não é nenhum penedo
Pois sabe muito bem tudo que faz
E pleura, quisto, rim, espinha, entrar,
Em chegando às suas mãos dele, é um brinquedo.


Ao volante do carro, não tem medo,
Ou seja “prego ao fundo” ou “ marcha atrás”,
Dá remedinho bom, sempre eficaz,
E vai para o Hospital de manhã cedo.


Consultas, são na Rua Alfredo Pereira,
Depois, vai prá farmácia do Oliveira,
E joga as damas num estofo antigo.


Senhor de Parafita, aonde é Rei...
(Quiz lugar para o S, e não achei,
Como é “pra inglês ver”, desculpe o amigo...)


Com a seguinte nota no rodapé:

Dr. Joaquim da Rocha Reis. Habilíssimo médico do Hospital da Misericórdia e proprietário de vários terrenos no lugar de Parafita (hoje Perafita), freguesia de Duas Igrejas, deste concelho.


Para além de óptimo médico, a quem recorri várias vezes, era um bom vizinho que ainda hoje lembro com saudade.

Para os que quiserem consultar a sua tese de doutoramento aqui fica a mesma.

Clicar nas imagens para ampliar.