28 junho 2015

JOSÉ ALMADA



JOSÉ ALMADA 

José de Almada Guedes Machado nasceu em Guimarães no dia 06 de Setembro de 1951, mas passou a infância na zona de Lamego-Régua .

Em Lisboa frequentou a escola de arte e pintura António Arroio e em simultâneo começou a sua aprendizagem musical (viola).




1969 - O Zip-Zip, nome do programa, animado pela tripla Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raul Solnado e realizado por Luís Andrade, passou durante todo o ano de 1969, de Maio a Dezembro, em plena esperança de mudança na configuração do regime político português da época. Por lá passaram alguns expoentes da cultura portuguesa da época, como Almada Negreiros que inaugurou o programa, ou Agostinho da Silva que foi entrevistado depois, ou artistas como Manuel Freire, da corrente musical que de repente surgiu com a designação de baladeiros. 

O Zip, terminou em Dezembro de 1969, por esgotamento na luta contra a censura marcelista do regime, vinda do salazarismo que teimava em não se renovar social e politicamente, conduzindo, anos mais tarde, directamente ao golpe militar em 25 de Abril de 74.

Os Mendigos e José Almada, chegaram a ter encontro marcado no programa, frustrando-se o evento pelo fim prematuro do programa que iria marcar o futuro de décadas da tv portuguesa que nunca mais foi a mesma.


1970 - Apesar de não ter ido a Zip Zip, é nesta editora que vai gravar  o LP "Homenagem", com arranjos e direcção de Pedro Osório


1971 - Deste LP "Homenagem", são extraídos dois EPs.



EP "Mendigos" com os temas: Hóspede, Vento Suão; Anda Madraço e Mendigos.





EP "Vento Irado" onde podemos encontrar as canções: Oh Pastor Que Choras/Mendigo II/Vento Irado/Cala Os Olhos Vagabundo, logo proibido pela censura.


1975 - Grava o seu segundo LP com o título:  "Não, Não, Não Me Estendas a Mão" para a Decca (Valentim de Carvalho).
Nele podemos ouvir: 

Não, Não, Não Me Estendas A Mão - Eh! Amigo Lagarto - Ah! Se Um Dia O Pedro Louco - Vá, Diz Que Nunca Pisaste Uma Formiga - Cavalinho - Eh! Camponês! - Ah! Como Odeio - As Aves Choram - Subi Ao Céu - E Agora José? - Ferreiro Velho E Cansado - Ah! Como Te Invejo. 

A maioria dos poemas é de José Gomes Ferreira, mas há também Carlos Oliveira, António Feijó e, obviamente, José Almada. 

Orquestração e direcção de Jorge Palma. 
 

2008 - CD José Almada Ao Vivo - gravado ao vivo num espectáculo em Viana do Castelo, no dia 11 de Julho de 2008.

Alinhamento das canções ( após audição da gravação do espectáculo):

1. Batem leve, levemente- o poema bem conhecido de Augusto Gil, cantado em versão inédita.
2.Olha as ovelhas como são- do Lp Homenagem, uma das suas mais belas canções, em ritmo que adere ao ouvido interno.
3. Hóspede- do primeiro LP e a primeira canção que José Almada compôs, em gravação.
4. Vento Suão, do 2º LP e com letra de Fausto José, poeta já falecido e amigo de José Almada.
5. Oh pastor que choras, tema de José Gomes Ferreira, também cantado por Fausto, na mesma altura e que julgo superior a essa versão do autor de Rosalinda.
6. Em multidão, uma canção nova, em estreia, com letra de José Gomes Ferreira.
7. Cala os olhos, vagabundo, outra do primeiro LP e uma das grandes canções de José Almada, Fabulosa.
8. Vento Irado. Igualmente do primeiro Lp, a canção mais triste e melancólica do cantor, com letra do pai, Luís Guedes Machado.
9. Os anjos cantam, também do primeiro LP e a minha canção preferida, actualmente. Ouço-a vezes sem conta, em todo o lado, principalmente a cantarolar. Uma canção de antologia, com poema de José Gomes Ferreira.

Terminou aqui a primeira parte do espectáculo.
Na segunda parte:
1.Casa abandonada, canção do irmão, Luís, presente na sala e a quem foi dedicada.
2. Perdigão perdeu a pena, canção inédita, com letra de Camões.
3. Ah! Como te invejo, do segundo LP, Não, não me estendas a mão.
4.Perdidamente, inédita e dedicada à mulher.
5. Homenagem, título do primeiro LP.
6. Ah! Como odeio, também do segundo LP.
7. Pedro Louco, do segundo LP e com leve travo a Moustaki. Um sucesso de audição.

8. As aves cantam, do segundo Lp

No fim, de pé, os presentes pediram-lhe, mais uma vez, Pedro Louco que é louco, é louco, é mouco é. Pediram-lhe ainda a repetição de Hóspede, com a toada dos mendigos e uma que não cantara antes: Anda Madraço, e com estes três encores que também fazem parte do disco, terminou o espectáculo.


2011 - Sai o CD "Sentimento Imortal", gravado na editora Metro-Som, onde podemos ouvir: 

Hóspede (Fausto José/José Almada) - Os Anjos Cantam (Carlos de Oliveira/José Almada) - Pedro Louco (José Almada) - Cala Os Olhos Vagabundo (José Gomes Ferreira/José Almada) - Oh Pastor Que Choras (José Gomes Ferreira/José Almada) - Vento Suão (Fausto José/José Almada) - O Mundo Não Vê (José Almada) - Balada Da Neve (Augusto Gil/José Almada) - Caracol (José Gomes Ferreira/José Almada) - Para Quê Ouvir Ao Luar (José Gomes Ferreira/José Almada) - Em Multidão (José Gomes Ferreira/José Almada) - Lágrimas (José Almada) - Perdigão (Luís de Camões/José Almada) - Canto E Caminho (Luís Corte-Real G. Machado/José Almada) - Casa Abandonada (Luís e José Almada) - Madre Silva (José Almada).

Como podemos observar, José Almada regravou alguns textos, como "Hóspede", "Os Anjos Cantam", "Cala Os Olhos Vagabundo", "Oh Pastor Que Choras" e "Vento Suão",  e adianta novas sensações, sejam suas, sejam com a chancela (novamente) de José Gomes Ferreira.

Deste baladeiro dos anos 70, com a voz única de José Almada, vamos ficar com a balada "Homenagem".





- Bom domingo!

23 junho 2015

ESCOLA ZEFERINO DE OLIVEIRA EM CROCA



ESCOLA ZEFERINO DE OLIVEIRA
EM CROCA


Zeferino de Oliveira, nasceu na Casa da Lapa, da freguesia de Croca, a 4 de Fevereiro de 1870, e rumou ainda novo para terras de Santa Cruz, mas mesmo a viver do outro lado do Atlântico, nunca se esqueceu da terra que o viu nascer.

Este ilustre penafidelense, faleceu no Brasil, em Junho de 1929.

Mário de Oliveira

Seu filho Mário de Oliveira, nascido no Brasil, cumpriu escrupulosamente os desejos deixados pelo seu pai em testamento, no que respeita à criação de algumas obras e ao término de outras, prestando assim a sua homenagem ao seu pai.

 Mário de Oliveira, sem alarde dando curso aos seus sentimentos de humanidade e rendendo culto por tão elevadíssima forma á memória do pai manteve todos os donativos e subvenções instituídos por Zeferino de Oliveira.


Assim foi construída a Escola Primária de Croca a expensas do grande benemérito Mário de Oliveira, que em memoria de seu pai. não quis que a instrução naquela terra natal de seu pai, continuasse a ser ministrada às crianças numa escola sem requisitos de higiene e sem espaço para comportar os quarenta alunos que a frequentavam.

Pois a freguesia de Croca não tinha um edifício escolar em condições de ser considerado como tal.

A planta da mesma, deve-se ao ilustre engenheiro tenente-coronel Pedro Pezerat, que com a elegância e o fino gosto que soube dar a esta obra, assim como o fino cuidado com que inspeccionou a sua construção.

Foto de Sérgio Dias

Na escola de Croca, que tem o nome de Zeferino de Oliveira, foram gastos cento e dez contos (550 €), conforme consta nas escrituras de entrega ao Estado, efectuadas em Junho de 1939, na Secretaria Notarial desta cidade de Penafiel, a que assistiram o representante de Mário de Oliveira e o director Escolar do Distrito do Porto, que representava o Governo. 

Mário de Oliveira faz parte da toponímia de Penafiel, tendo o seu nome na rua que vai da Rua do Carmo ao Largo dos Capuchos.

21 junho 2015

JANITA SALOMÉ



JANITA SALOMÉ


Janita Salomé, é o nome artístico de João Eduardo Salomé Vieira, nascido na vila do Redondo em 17 de Maio de 1947. O pai era ourives e um cantor excelente que sempre estimulou os filhos para a música.

Janita como veio a ficar conhecido, começou a cantar com 9 anos, tendo depois dos 16 anos integrado alguns grupos de baile, constituídos pelos tios maternos e os irmãos mais velhos. Mas, foi aos 18 anos, que saiu do Alentejo, rumo a Lisboa para trabalhar como funcionário judicial.



Com o Grupo de Cantadores de Redondo grava, em 1978, o disco "O Cante da Terra".



1980 - Torna-se músico profissional quando passa a acompanhar Zeca Afonso ao vivo. Neste ano foi editado o seu primeiro álbum a solo, "Melro", com canções alentejanas e fados de Coimbra.

1981 - Faz uma estada em França, durante a qual descobre a música da África árabe.
 

1983 - Edita o álbum "A Cantar Ao Sol", com produção de João Gil e recebe o "Se7e de Ouro" e os Prémios de Revelação das revistas "Música & Som" e "Nova Gente".



1985 - Sai o disco "Lavrar Em Teu Peito", produzido novamente por João Gil, altura em que Janita participou no álbum "Galinhas do Mato" de José Afonso.



1987 - Seguiu-se "Olho de Fogo" editado pela Transmédia. A produção deste disco foi de José Mário Branco.



1990 - Formou o projecto Lua Extravagante com os seus irmãos Vitorino e Carlos Salomé e com a cantora Filipa Pais. O disco homónimo foi editado em 1991.


1991 - É editado o álbum "A Cantar à Lua", que implicou uma recolha de fados de Coimbra dos anos 20 e 30, tendo nele participado António Brojo e António Portugal.
 




1994 - Janita Salomé regressa aos discos com o álbum "Raiano" produzido por Fernando Júdice.

1995 - Recebe o Prémio Blitz para melhor voz masculina nacional.

Janita que cumpriu o serviço militar obrigatório em Moçambique, foi um dos participantes  no disco "Canções proibidas: o Cancioneiro do Niassa", com as canções de campo da guerra colonial, onde pontificaram também outros interpretes como Rui Veloso, Paulo de Carvalho.




2000 - foi editado o disco do projecto Vozes do Sul, dirigido por Janita Salomé, com a intenção de celebrar o cante alentejano.
No disco participaram: Os Ceifeiros de Pias, As Camponesas de Castro Verde, Grupo da Casa do Povo de Serpa, Cantadores do Redondo, Filipa Pais, Bárbara Lagido e Catarina, Marta, Patrícia, Janita e Vitorino por parte da família Salomé.
O disco "Vozes do Sul foi distinguido com o Prémio José Afonso.



2003 - Grava o disco "Tão Pouco e Tanto", com cinco temas inéditos e seis regravações. Nele participaram José
Peixoto, Mário Delgado, Pedro Jóia e Dulce Pontes, no tema "Senhora do Almortão".



2004 - Comemorando 30 anos da Revolução dos Cravos, surge "Utopia", onde em homenagem a Zeca Afonso, interpretaram canções do mesmo.


2007 - Edita o disco "Vinho dos Amantes" é um semi disco conceptual porque procura poemas relacionados com o vinho que ao mesmo tempo celebrem a vida e não recorram ao estafado «dar de beber à dor». E assim, surgem textos de Camilo Pessanha, Hélia Correia, Charles Baudelaire e António Aleixo, entre outros. 

O sentido de humor está omnipresente e os palavras casam com a música como se se unissem num só universo de composição.

Musicalmente, «Vinho dos Amantes» é fruto do experimentalismo embora lógico numa carreira errante como tem sido esta de Janita Salomé. Dos blues à música tradicional, há uma série de espaços visitados como se ambos pertencessem a uma mesma família alentejana.
 


2012 - Os irmãos Vitorino e Janita Salomé têm um novo disco. Chama-se "Moda Impura" e mistura sons tradicionais alentejanos com letras de António Lobo Antunes.

Janita Salomé é um cantor compositor que passou pelo fado de Coimbra, musica popular e de intervenção, dono de uma voz inconfundível. Ouçam a canção "Não é fácil o amor" do disco Cantar ao Sol, e digam lá se não é verdade.




- Bom domingo!