BANDA DO CASACO
BANDA
DO CASACO
A Banda do Casaco nasceu da junção
de duas bandas: os Plexus, onde tocavam Nuno Rodrigues (guitarra) e Celso
Carvalho (violoncelo e contrabaixo), e a Filarmónica Fraude, onde tocavam
António Pinho (letras e voz) e Luís Linhares (teclas).
Além dos fundadores da Banda do
Casaco, António Pinho, Luís Linhares, Nuno Rodrigues e Celso de Carvalho,
durante a sua existência 1974 – 1984, passaram pela banda inúmeros músicos de
grande nível e vozes que fizeram mais tarde uma carreira a solo. Podemos
mencionar entre outros, Cândida Soares (Cândida Branca Flor), Helena Afonso, Né
Ladeiras, Gabriela Schaaf, Catarina Chitas (Ti Chitas), Mena Amaro, Concha, José
Campos e Sousa, Rão Kyao, Jerry Marotta, Zé Nabo e Carlos Zíngaro.
1974 – É lançado um
single com os temas "Ladainha das Comadres" e "Lavados Lavados
Sim".
1975 - Sai o álbum,
"Dos Benefícios dum Vendido no Reino dos Bonifácios". No disco
colaboravam Judi Brennan e Helena Afonso nas vozes, Carlos Zíngaro, Luís
Linhares, José Campos e Sousa e Nelson Portelinha. António Pinho, assina todas
as letras e Nuno Rodrigues compôs os temas com excepção de
"Aliciação" e "Opúsculo".
1976 - Sai o primeiro
disco verdadeiramente marcante do grupo, "Coisas do Arco da velha". O
talento satírico dos trocadilhos de Pinho conjuga-se com soluções inovadoras, e
o disco é marcado pela guitarra de Armindo Neves e pelo violino de Mena Amaro,
que substituiu Zíngaro. Cândida Soares participa e reforça a vocalização, ao
mesmo tempo que ganha um nome artístico: Cândida Branca-Flor, do título da
terceira faixa do disco, "Romance de Branca-Flor". Temas como
"Canto de Amor e "Trabalho", "Morgadinha dos
Canibais", ou "Cantiga d'Embalar Avozinhas" contribuíram para um
inesperado sucesso junto do público e da crítica, que o considera disco do ano.
Neste disco é notório uma recolha etnográfica, depois livremente trabalhada e
adaptada para o resultado final.
1977 - "Hoje Há
Conquilhas, Amanhã Não Sabemos", inclina-se para a experimentação e o
vanguardismo. Este disco, pretendia ser uma sátira à instabilidade económica e
à precaridade social do país. Num álbum onde são significativas a entrada para
o grupo de António Pinheiro da Silva e as colaborações dos iniciados Gabriela
Schaaf na voz e Rão Kyao no saxofone tenor, destacaram-se os temas "País,
Portugal", "Geringonça" e "Acalanto". Este álbum é uma
das joias da nossa música popular.
1978 - "Contos da
Barbearia" sintetiza os trabalhos anteriores, incorporando as colaborações
do contrabaixista José Eduardo e do baterista Vitor Mamede, além do regresso de
Zíngaro.
1981 – Sai um novo
disco da banda que viria a causar forte impressão junto do público e da
crítica. "No Jardim da Celeste" trazia duas novidades: uma sonoridade
mais urbana, aproximando-se do rock, e a participação de duas notáveis figuras:
Né Ladeiras, na voz, após ter colaborado com a Brigada Victor Jara e os
Trovante; e Jerry Marotta, baterista de Peter Gabriel, de reputação
internacional, que gostou tanto da banda que veio a Portugal gravar com ela. Do
disco sobressai "Natação Obrigatória", presença
"obrigatória" nas playlists das rádios.
1982 - "Também
Eu", é o último álbum de originais do grupo, onde se faz sentir a ausência
de António Pinho, um dos pilares do projecto. Notabiliza-se "Salve
Maravilha", na voz de Né Ladeiras. Depois da saída do letrista de sempre
António Pinho, Nuno Rodrigues (que já assegurara a solo a direcção do álbum
"Também Eu" de 1982) reuniu Celso de Carvalho, José Fortes, Ramon
Galarza e Zé Nabo. A maior parte das vozes é de Concha (esposa de Rui Guedes
que lançou em 1979 o single "Qualquer Dia, Quem Diria" da dupla
Pinho/Rodrigues). Nas vozes aparece ainda o próprio Nuno Rodrigues e Ti Chitas,
pastora beirâ de Penha Garcia. O álbum foi discretamente reeditado em 1993 com
a inclusão da faixa "Matar Saudades" produzida por António Emiliano.
Ti Chitas, tocadora de adufe de Penha Garcia (Idanha-A-Nova), é a nova
convidada do grupo, que actua ao vivo na entrega dos "Se7e de Ouro".
1984 - O famoso disco Com Ti
Chitas, que para Rodrigues foi o “realizar de um sonho, de ter um disco com uma
voz verdadeiramente popular” — Ti Chitas velha adufeira, era uma pastora que
até aos 50 e tais anos nunca aprendera a ler. É o último disco
da "Banda do Casaco. Com o fim da Banda do Casaco, a música portuguesa
ficou orfã da irreverência que fazia do grupo um dos mais originais de
Portugal.
Em 1984 o grupo dá o
seu primeiro e único espectáculo ao vivo, que deste modo encerra uma década de
prodigiosa reinvenção dos pressupostos da música popular portuguesa.
E pronto, por hoje vamos ficar com a Banda do Casaco no tema Morgadinha dos Canibais, com um instrumental belíssimo.
- Bom domingo!
1 Comments:
Mas que maravilha de informaçoes :) Obrigado!
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