O BAILE DOS FERREIROS
O BAILE DOS FERREIROS
O Baile dos Ferreiros, no antigamente, era chamado de Dança das Espadas, como se pode ler no tombo das festas do Corpo de Cristo, na página 3 do ano de 1657.
Aproveitando a reformação dos capítulos das danças lavrado na página 6 no ano de 1705, e no ano transacto (1704), os homens se embriagaram e fizerem distúrbios na cidade tornando-se muito perigosos, atendendo ás armas com que estavam munidos (as espadas), aos dezanove dias do mês de Abril de 1705, em acto de Câmara sendo presente o Dr. juiz de fora, vereadores e moradores determinaram em confirmação da lei, que as espadas fossem substituídas por varas pintadas.
Substituídas as espadas pelos paus, o baile, por natureza deixou de ser das espadas e tomou o nome de Baile dos Ferreiros, por ser dado pelos ferreiros.
Em Penafiel, voltou mais tarde o baile a usar novamente as espadas.
Por isso podemos afirmar sem sombra de qualquer dúvida, que é o baile mais antigo e que ainda hoje se exibe nas Festas do Corpo de Deus, pelas várias ruas da cidade de Penafiel, participa na cavalhada, é o único que pode entrar na Igreja Matriz, a quando da cerimónia da saída da procissão, e os homens que dele fazem parte, com os braços abertos e as espadas agarradas pelas pontas e pelos punhos, formam um cordão à volta das autoridades administrativas, judiciais, presidente e vereadores de Câmara, e outras individualidades que vão atrás do pálio pelas ruas e avenidas por onde passa a procissão.
É notório a preocupação de rejuvenescer o baile com gente nova para que o mesmo tenha continuidade.
E apesar de vivermos na República e não na Monarquia, estes ferreiros, continuam a afirmar alto e bom som que:
Nem o Rei pode ser Rei
Sem haver o tal ferreiro
Com o ferro se vence a guerra
Com ele se ganha dinheiro.
Fernando Oliveira - Furriel de Junho