IGREJA DO CARMO
(A Nossa Terra)
Em meados do século XVII, existia no local onde hoje se ergue a Igreja do Carmo a Capela de Santo António Velho, assim chamada, desde que os frades construíram o Convento de Santo António dos Capuchos.
Durante as invasões francesas, várias vezes a Capela de Santo António Velho foi saqueada, entrando de seguida numa onde de decadência tal, que levou a Irmandade de Nossa Senhora do Carmo colocada na Capela de Santo António Velho, a fazer várias petições e despachos até assumir a gestão da mesma.
As obras de construção da Igreja de Nossa Senhora do Carmo ocuparam todo o século XIX.
Em 18 de Janeiro de 1857, é composto o adro e aumentado ao comprimento e largura, bem como fechado com grades de ferro. Também a frontaria da igreja é forrada a azulejo.
Em 19de Outubro de 1873 é quase concluída a obra de pedreiro da nova sacristia e sala de reuniões da mesa, tendo sido encomendado ao mestre carpinteiro da freguesia de Novelas Joaquim José Barboza pela quantia de 81 mil reis as portas, janelas e caixilhos, devendo a obra ficar pronta a 10 de Janeiro de 1874.
Já em 1955 e depois em 1959 é reparado o telhado e os respectivos caleiros, assim como é mandado construir um altar para a colocação de Nossa Senhora do Carmo com S. Simão Estói por 8500 escudos.
A Quinta da Aveleda pela mão do Sr. Roberto Guedes, oferece em 1960, 25 oliveiras para serem plantadas no adro.
No ano de 1976, é pedido orçamento para a colocação de azulejos nas fachadas viradas à rua e na frente virada para a estrada e a colocação de painel de Nossa Senhora do Carmo, bem como a colocação de azulejos na torre.
Em 1978, é mandado deitar chão em cimento na capela-mor para a colocação de alcatifa, bem como é mandado dourar os altares de S. Vicente e Santo António e reparar o telhado da sacristia e armazém.
Em 1979 é colocado o rodapé em mármore no corpo da igreja e é feita nova porta lateral para a Rua do Carmo e são dourados os altares.
Estas obras todas realizadas nos finais dos anos 70 e no princípio dos anos 80, devem-se ao benemérito Oliveira Mendes que ofereceu dinheiro para as mesmas, nomeadamente a reconstrução do coreto, dentro do mesmo estilo do anterior.
Em 1981 a Câmara Municipal de Penafiel dá um subsídio para restaurar a parte sul do muro do adro da igreja que confira com terrenos da Quinta da Aveleda e ameaçava ruir, bem como o saneamento das águas que invadiam o adro através do Caminho de Chelo.
No ano de 1982 foi colocada placa de piso no sótão, substituída a divisão anexa por tijolo, escadas em cimento para colocar alcatifa, assim como foi comprado um órgão para a igreja com a ajuda do filho do Sr. António Garcês e o senhor Oliveira Mendes.
Em Maio de 1985 são angariados fundos para a colocação de relógio na torre. No mês de Julho é inaugurado o relógio, bem como as obras do adro que foi calcetado a cubos.
Em 1993 foram restaurados os santos.
A Venerável Ordem Terceira do Carmo de Penafiel foi fundada no século XVIII, sendo os seus estatutos de 18 de Outubro de 1782, comprometendo-se a venerar a imagem de Nossa Senhora do Carmo no dia 16 de Julho de cada ano, onde se fará festa com sermão e Senhor exposto todo o dia.
A 22 de Novembro de 1913, os estatutos foram reformados e passam já a mencionar a sua sede na Igreja de Nossa Senhora do Carmo.
A Venerável Ordem Terceira do Carmo de Penafiel, fez vir de Roma, em 1825/26 o corpo de um jovem mártir, S. Vicente o Moço. O processo oficial e a aquisição, preparação e transporte do corpo custaram 222$110. Está exposto num dos altares laterais. O frontal de vidro permite aos fiéis ver este corpo incorrupto, mas que até aos dias de hoje não despertou um intenso culto.
Apesar de só de longe a longe se realizar a procissão em Honra a Nossa Senhora do Carmo, a Irmandade sempre se faz representar com as suas opas e seu estandarte em todas as procissões que se realizam na cidade de Penafiel, mostrando uma vivacidade e devoção.
É que procissões não se realizam quando se quer, mas sim quando se pode.
Foto da procissão da Nossa Senhora do Carmo de 1893