AI A FESTA QUE SE FOI
AI
A FESTA QUE SE FOI
Faz 42 anos que
festejamos o 1.º de Maio de 1974, o primeiro em liberdade depois de haver
Abril.
Fomos em festa e união
empenhados em tomar o país nas nossas mão, e todos acreditamos que isto ia
mudar tudo para melhor.
Hoje que deixamos de
ser trabalhadores e passamos a colaboradores, andamos para aqui a lamentar a
nossa sorte.
Agora já não desfilamos
pelas avenidas das liberdades com a bandeira dos nossos sonhos colectivos,
entretanto trocados por muitos nas compras em qualquer super-mercado.
Depois lamentamos a
venda a retalho do nosso país, e proclamamos ais de lamuria ao que somos
chegados.
- Ai! a EDP que se foi
para os chineses.
- Ai! a GALP que foi
para os angolanos.
- Ai! a banca que vai
para os Espanhóis
- Ai! a fábrica que
fechou e ficaram a dever o ordenado.
Mas como povo, estes
ais não nos preocuparam, porque isso eram coisas dos senhores dos (Des)governos,
que nos calharam na sorte das eleições, e nós andávamos entretidos com os três
efes: Fado, Futebol e Fátima.
No entanto ainda há
quem resista e continua a tentar colocar um pauzinho nesta engrenagem, e a
erguer bem alto a bandeira no 1.º de Maio.
Apesar de andamos para
aqui distraídos e estarmos enrascados com aqueles "ais" de todos os
dias, vamos ficar com os AIS, escritos por Armindo Mendes de Carvalho e ditos
por Mário Viegas, que continuam com tanta actualidade.
- Bom domingo!
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