01 maio 2016

AI A FESTA QUE SE FOI



AI A FESTA QUE SE FOI



Faz 42 anos que festejamos o 1.º de Maio de 1974, o primeiro em liberdade depois de haver Abril.

Fomos em festa e união empenhados em tomar o país nas nossas mão, e todos acreditamos que isto ia mudar tudo para melhor.

Hoje que deixamos de ser trabalhadores e passamos a colaboradores, andamos para aqui a lamentar a nossa sorte.

Agora já não desfilamos pelas avenidas das liberdades com a bandeira dos nossos sonhos colectivos, entretanto trocados por muitos nas compras em qualquer super-mercado.

Depois lamentamos a venda a retalho do nosso país, e proclamamos ais de lamuria ao que somos chegados. 

- Ai! a EDP que se foi para os chineses.

- Ai! a GALP que foi para os angolanos.

- Ai! a banca que vai para os Espanhóis 

- Ai! a fábrica que fechou e ficaram a dever o ordenado.

Mas como povo, estes ais não nos preocuparam, porque isso eram coisas dos senhores dos (Des)governos, que nos calharam na sorte das eleições, e nós andávamos entretidos com os três efes: Fado, Futebol e Fátima.

No entanto ainda há quem resista e continua a tentar colocar um pauzinho nesta engrenagem, e a erguer bem alto a bandeira no 1.º de Maio.

Apesar de andamos para aqui distraídos e estarmos enrascados com aqueles "ais" de todos os dias, vamos ficar com os AIS, escritos por Armindo Mendes de Carvalho e ditos por Mário Viegas, que continuam com tanta actualidade.








- Bom domingo!