VISITA A PENAFIEL DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
VISITA
A PENAFIEL
DA
IMAGEM PEREGRINA DE
NOSSA
SENHORA DE FÁTIMA
Foto cedida por Sérgio Dias - N. S. de Fátima chega à Igreja do Calvário |
Na quarta-feira passada
Penafiel recebeu mais uma vez a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, o
que não deixou de ser um acontecimento a registar.
Como esta visita ainda
está bem patente aos olhos dos penafidelenses, vou descrever uma outra, que se
realizou no ano de 1964, até para termos uma ideia de como decorreu a mesma.
No dia 29 de Novembro
de 1964, Penafiel recebeu a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de
Fátima que percorreu todas as freguesias do nosso concelho.
Este acontecimento
provocou grande entusiasmo na cidade, vendo-se as ruas cobertas com passadeiras
feitas com flores de várias cores, as janelas embandeiradas com colchas e as
montras dos estabelecimentos comerciais arranjados com gosto e contendo motivos
alusivos à festa, revelando o culto que os penafidelenses devotam à Virgem
Santíssima.
D. Florentino de Andrade e Silva, Bispo do Porto, a entrar para o carro, enquanto o pároco de Penafiel Albano Ferreira de Almeida, segura a porta. |
Acompanhavam a imagem o
Bispo do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva, administrador Apostólico da
Diocese e D. Alberto Amaral, Bispo Auxiliar, que foram esperados à entrada do
concelho junto da escola de Guilhufe, por elevado número de pessoas tendo à
frente os senhores: Presidente da Câmara de Penafiel, Coronel Cipriano Alfredo
Fontes, Comandante Militar, Padre Albano Ferreira de Almeida, todos os párocos
do concelho, representantes da Misericórdia e outros organismos locais,
Bombeiros Voluntários, Legião Portuguesa, Mocidade Portuguesa e figuras
representativas do concelho, que utilizando mais de centena e meia de
automóveis formaram um cortejo até ao campo do Conde de Torres Novas onde foi
colocado o andor com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, sendo-lhes prestadas
honras militares por uma bataria do RAL 5, sob o comando do capitão Rolando
Tomás Ferreira.
O Senhor Administrador
Diocesano, D. Florentino de Andrade e Silva, proferiu depois algumas palavras
alusivas à visita da imagem peregrina a Penafiel e à Missão que iria seguir-se
no nosso concelho durante a sua permanência aqui.
Seguidamente
organizou-se uma procissão que percorreu a
Av. Egas Moniz, Av Sacadura Cabral, Praça Municipal, Rua Serpa Pinto
(hoje Joaquim Cotta), Largo da Ajuda, Rua Alfredo Pereira, Av. Zeferino de
Oliveira, Rua Vista Alegre, Rua do Paço, Rua Direita, recolhendo na Igreja
Matriz.
Abria a procissão, a
Mocidade Portuguesa, Legião Portuguesa, seguindo-se-lhe as crianças da
catequese, Escolas Primárias, Agremiações, Sindicatos, Confrarias, Ordens
Terceiras e, lá ao fundo, acompanhada pelo Senhor Bispo Auxiliar do Porto, e
aos ombros das mais elevadas individualidades de Penafiel vinha, no seu andor,
a imagem da Virgem Peregrina, à qual os Bombeiros Voluntários de Penafiel e
Entre-os-Rios faziam guarda de Honra.
Logo na Sua rectaguarda incorporaram-se as autoridades civis e militares e milhares de pessoas que
entoando cânticos à Virgem, a acompanharam em todo o percurso.
O andor da Virgem foi conduzido
aos ombros de oficiais do exército, vereadores da Câmara, médicos e professores
da Escola Industrial de Penafiel, sendo lançadas muitas flores à sua passagem.
Durante a semana de 30
de Novembro a 6 de Dezembro de 1964, houveram várias cerimónias religiosas
incluídas na Missão, como pregação, rezas e cânticos, tendo vindo a Penafiel o
Bispo Auxiliar D. Alberto Amaral, no dia 6 de Dezembro celebrar missa, ministrar o Sacramento do Crisma, e cerca das
21h, foi a imagem conduzida em procissão de velas desde a Igreja Matriz, até ao
fundo da Rua Tenente Valadim, onde a Imagem Peregrina foi entregue à vizinha freguesia
de Marecos, onde permaneceu durante alguns dias, seguindo depois para outra
freguesia.
Enquanto a Virgem se
afastava de nós, milhares de lenços brancos acenavam numa saudosa despedida e
com mais vigor, se ouviram os cânticos à Santíssima Virgem.
Desta vez, aproveitando
a evolução dos tempos, a mesma não foi
transportada aos ombros dos homens, mas através de uma viatura para tal
preparada.
Não é por aí que o gato
vai aos filhoses, nem a fé do povo aumenta ou diminui com esta mudança, ou com
mais ou menos velas acesas, mas nas acções que vamos fazendo no nosso dia a
dia, e tal como antigamente, vamos rezando para que Nossa Senhora nos ilumine o
caminho e aumente a nossa fé, isto para quem acredita é claro.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home