28 outubro 2015

TEATRO EM TEMPOS DE GUERRA NO CINE CLUBE EM PENAFIEL



 TEATRO EM TEMPOS DE GUERRA
NO CINE CLUBE EM PENAFIEL

Foto cedida por Alex

Enquanto a 2.ª Grande Guerra espalhava a morte e o terror pela Europa, e Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, desafiava ordens expressas do ditador Salazar que acumulava a função de ministro dos Negócios Estrangeiros, e durante cinco dias concedeu milhares de vistos de entrada em Portugal salvando dos campos de extermínio milhares de judeus, em Penafiel, o Grupo Cénico Penafidelense, levava à cena no Cine Clube desta cidade, duas peças teatrais.

A primeira em 1941, com o título "Olho Aberto", e a segunda no ano seguinte que se intitulava "As Albardas são de cá", ambas escritas por Carlos Babo. 

Tanto uma como outra foram apresentadas no mês de Fevereiro por alturas do Carnaval.

Assim, Olho Aberto subiu ao palco nos dias 23, 24 e 25 de Fevereiro de 1941, ou seja domingo, segunda e terça-feira de Carnaval, e As Albardas são de cá nos dias 15, 17 e 22 de Fevereiro de 1942, respectivamente no domingo gordo, terça feira de Carnaval e no domingo seguinte.

Os bilhetes eram vendidos na Confeitaria Brasil e nas bilheteiras do Cine Clube, e tinham os seguintes preços:

1941 - Olho Aberto


Revista popular de costumes locais em 2 actos e 12 quadros



Título dos quadros:

1.º Acto - 1.º Tudo ás voltas; 2.º Beijos; 3.º Por essas ruas; 4.º Como te quiero; 5.º Mercados e feiras.

2.º Acto - 6.º Carnaval; 7.º O teu olhar; 8.º Noite de Boémia; 9.º Mi Buenos Aires querido; 10.º Da Porta do Café; 11.º Violeta; 12.º Noites de Luar.


Os compéres foram: Zeferino C. F. Coelho - Aldrabão e Maria Virgínia Monteiro - Sempre Alegre.
 

Conjunto de artistas que compõem esta peça: 

Mimi Iglésias; Luz Iglésias; Lídia Almeida; Rita Almeida; Maria Adelaide; Maria Aurora; Carolina de Sousa; Ana de Jesus Barbosa; Albina de Jesus Barbosa; Cipriano Nogueira; Antero Nogueira; Mário Trindade; Manuel Trindade; José Teixeira; Augusto Barbosa; Fernando Cunha; Aníbal Seixas e Mário Ferraz.

Luxuosa montagem de German Iglésias

Director atístico Francisco da Costa Chicória

Guarda-roupa executado por Zulmira Iglésias

Cenários novos de German Iglésias

Efeitos de luz de Luiz R. da Costa

Penteados Manuel de Almeida Cabeleireiro

Ponto João Pinto Matos

Contra-regra Fernando Matos

Maquinista Pepe Iglésias

Director do Grupo Cénico Penafidelense Eduardo Monteiro

Foto cedida por Alex

Números de música executados por uma excelente Orquestra composta pelos seguintes elementos:

Maestro Francisco Chicória
Violinos - J. Horta e Joaquim Chicória
Flauta - Agostinho da Costa
Clarinete - A. Gouveia
Trompete - Manuel Silvestre
Saxofone - Celestino Ribeiro
Piano - F. Amaral
Oboé - Fernando Macedo
Violoncelo - João Quirino
Fagote - Aníbal Esteves
Jazz - Alberto da Silva

 
1942 - As Albardas são de cá


Revista fantasia em 2 actos e 14 quadros



Segundo a lei, será cobrada a importância de $50 centavos para fins beneficentes. 

Título dos quadros:

1º - Em grande pagode; 2º - Desprezada; 3º - Semana da Fruta; 4º - Assim se samba; 5º - Nora; 6º - No elevador; 7º - Cautela nas curvas; 8º - Quero o teu amor; 9º - Noite de S. João; 10º - O Grande desfile; 11º - O que são os beijos; 12º - De tudo se faz um fado; 13º - Dá-me um beijo; 14º - O nosso Portugal.

Os compéres foram: Leandro Sanhudo - passarinho e Casimiro Nogueira - Zé Rambóia

Fizeram parte do elenco:

Mimi Iglésias; Lídia Almeida; Zulmira Iglésias; Maria Adelaide; Luz Iglésias; Carolina de Sousa; Alice de Sousa; Ormezinda Bessa; Maria Natércia; Manuel Almeida; Mário Trindade; Antero Nogueira; José Teixeira; Manuel Trindade; Zeferino Coelho; Afonso de Sousa; Zeca Iglésias; Joaquim Moreira; Carlos Menezes; J. Dias; Joaquim Cunha e Vergílio Pinto.

Luxuosa Montagem de German Iglésias

Guarda-roupa executado por Zulmira Iglésias

Direcção artística de G. Iglésias e J. Marques

Efeitos de luz de Luiz R. da Costa

Ponto João Pinto de Matos

Contra-regra Fernando Matos

Maquinista Pepe Ilhano

Director do Grupo Cénico Eduardo Monteiro.

Os números musicais foram executados por uma magnífica orquestra portuense, sob a direcção do distinto violinista Carlos Amorim.

Infelizmente hoje Penafiel, não possui uma sala condigna para receber a arte de representar,e por incrível que pareça, para muito boa gente com certas responsabilidades, não faz falta nenhuma.


Nota - Os meus agradecimentos à vizinha Deolinda por me ter feito chegar ás mãos os panfletos referentes a estas revistas, pois sem eles não me seria possível construir este texto.
 

1 Comments:

Blogger carvalhosameiro said...

Mais um excelente trabalho.Parabéns.

11:06 da manhã  

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