TEATRO EM TEMPOS DE GUERRA NO CINE CLUBE EM PENAFIEL
TEATRO
EM TEMPOS DE GUERRA
NO
CINE CLUBE EM PENAFIEL
Enquanto a 2.ª Grande
Guerra espalhava a morte e o terror pela Europa, e Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, desafiava ordens expressas do ditador Salazar
que acumulava a função de ministro dos Negócios Estrangeiros, e durante cinco
dias concedeu milhares de vistos de entrada em Portugal salvando dos campos de extermínio milhares de judeus, em Penafiel, o Grupo Cénico Penafidelense,
levava à cena no Cine Clube desta cidade, duas peças teatrais.
A primeira em 1941, com
o título "Olho Aberto", e a segunda no ano seguinte que se intitulava
"As Albardas são de cá", ambas escritas por Carlos Babo.
Tanto uma como outra
foram apresentadas no mês de Fevereiro por alturas do Carnaval.
Assim, Olho Aberto
subiu ao palco nos dias 23, 24 e 25 de Fevereiro de 1941, ou seja domingo,
segunda e terça-feira de Carnaval, e As Albardas são de cá nos dias 15, 17 e 22
de Fevereiro de 1942, respectivamente no domingo gordo, terça feira de Carnaval
e no domingo seguinte.
Os bilhetes eram
vendidos na Confeitaria Brasil e nas bilheteiras do Cine Clube, e tinham os
seguintes preços:
1941 - Olho Aberto
Revista popular de
costumes locais em 2 actos e 12 quadros
Título dos quadros:
1.º Acto - 1.º Tudo ás
voltas; 2.º Beijos; 3.º Por essas ruas; 4.º Como te quiero; 5.º Mercados e
feiras.
2.º Acto - 6.º
Carnaval; 7.º O teu olhar; 8.º Noite de Boémia; 9.º Mi Buenos Aires querido;
10.º Da Porta do Café; 11.º Violeta; 12.º Noites de Luar.
Os compéres foram: Zeferino
C. F. Coelho - Aldrabão e Maria Virgínia Monteiro - Sempre Alegre.
Conjunto de artistas
que compõem esta peça:
Mimi Iglésias; Luz
Iglésias; Lídia Almeida; Rita Almeida; Maria Adelaide; Maria Aurora; Carolina
de Sousa; Ana de Jesus Barbosa; Albina de Jesus Barbosa; Cipriano Nogueira;
Antero Nogueira; Mário Trindade; Manuel Trindade; José Teixeira; Augusto
Barbosa; Fernando Cunha; Aníbal Seixas e Mário Ferraz.
Luxuosa montagem de
German Iglésias
Director atístico
Francisco da Costa Chicória
Guarda-roupa executado
por Zulmira Iglésias
Cenários novos de
German Iglésias
Efeitos de luz de Luiz
R. da Costa
Penteados Manuel de Almeida
Cabeleireiro
Ponto João Pinto Matos
Contra-regra Fernando
Matos
Maquinista Pepe
Iglésias
Director do Grupo
Cénico Penafidelense Eduardo Monteiro
Foto cedida por Alex |
Números de música
executados por uma excelente Orquestra composta pelos seguintes elementos:
Maestro Francisco
Chicória
Violinos - J. Horta e
Joaquim Chicória
Flauta - Agostinho da
Costa
Clarinete - A. Gouveia
Trompete - Manuel
Silvestre
Saxofone - Celestino
Ribeiro
Piano - F. Amaral
Oboé - Fernando Macedo
Violoncelo - João
Quirino
Fagote - Aníbal Esteves
Jazz - Alberto da Silva
1942 - As Albardas são
de cá
Revista fantasia em 2
actos e 14 quadros
Segundo a lei, será
cobrada a importância de $50 centavos para fins beneficentes.
Título dos quadros:
1º - Em grande pagode;
2º - Desprezada; 3º - Semana da Fruta; 4º - Assim se samba; 5º - Nora; 6º - No
elevador; 7º - Cautela nas curvas; 8º - Quero o teu amor; 9º - Noite de S.
João; 10º - O Grande desfile; 11º - O que são os beijos; 12º - De tudo se faz
um fado; 13º - Dá-me um beijo; 14º - O nosso Portugal.
Os compéres foram:
Leandro Sanhudo - passarinho e Casimiro Nogueira - Zé Rambóia
Fizeram parte do
elenco:
Mimi Iglésias; Lídia
Almeida; Zulmira Iglésias; Maria Adelaide; Luz Iglésias; Carolina de Sousa;
Alice de Sousa; Ormezinda Bessa; Maria Natércia; Manuel Almeida; Mário
Trindade; Antero Nogueira; José Teixeira; Manuel Trindade; Zeferino Coelho;
Afonso de Sousa; Zeca Iglésias; Joaquim Moreira; Carlos Menezes; J. Dias;
Joaquim Cunha e Vergílio Pinto.
Luxuosa Montagem de
German Iglésias
Guarda-roupa executado
por Zulmira Iglésias
Direcção artística de
G. Iglésias e J. Marques
Efeitos de luz de Luiz
R. da Costa
Ponto João Pinto de
Matos
Contra-regra Fernando
Matos
Maquinista Pepe Ilhano
Director do Grupo
Cénico Eduardo Monteiro.
Os números musicais foram executados por uma magnífica orquestra portuense, sob a direcção do distinto violinista Carlos Amorim.
Os números musicais foram executados por uma magnífica orquestra portuense, sob a direcção do distinto violinista Carlos Amorim.
Infelizmente hoje
Penafiel, não possui uma sala condigna para receber a arte de representar,e por
incrível que pareça, para muito boa gente com certas responsabilidades, não faz falta nenhuma.
Nota - Os meus
agradecimentos à vizinha Deolinda por me ter feito chegar ás mãos os panfletos
referentes a estas revistas, pois sem eles não me seria possível construir este
texto.
1 Comments:
Mais um excelente trabalho.Parabéns.
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