PETRUS CASTRUS
Esta banda
formada em 1971, era constituída pelos seguintes elementos:
Pedro Castro
- voz, guitarra e baixo
José Castro
- teclado, sintetizador e voz
Júlio
Pereira - guitarra
Rui Reis
- órgão
João Seixas –
bateria
O
nome da banda vem da tradução latina de Pedro Castro.
Conseguem um contrato discográfico com a Valentim de
Carvalho e editam dois EP’s com os títulos "Marasmo" e "Tudo
isto, Tudo Mais", respectivamente em 1971 e 1972, que foram muito bem
recebidos pela crítica.
Desvinculam-se da editora e assinam pela recém-formada
Sassetti onde editam o seu álbum de estreia intitulado "Mestre".
"Mestre" é constituído por músicas com
poemas de Bocage, Alexandre O’Neill, Ary dos Santos, Fernando Pessoa e Sophia
de Mello Breyner Anderson.
O facto de terem gravado estes poetas vale-lhes a
confiscação do disco por três meses pela famigerada Comissão de Censura.
Editado em 1973,
«Mestre» de Petrus Castrus é, à distância, um dos melhores momentos do pop rock
nacional e um dos mais interessantes (e ignorados) álbuns da primeira metade
dessa década.
O facto de o disco ter
sido proibido pela censura e a enorme repercussão artística e cultural da
canção de intervenção após a Revolução de Abril de 1974; fizeram com que
«Mestre» fosse apenas redescoberto há bem pouco tempo, com a reedição em CD em
2008.
Pouco tempo depois da gravação do disco, Júlio Pereira
sai, para formar os mais rockeiros Xarhanga, com os quais gravaria dois
singles. Mais tarde, Júlio Pereira ficaria ligado à nova música popular
portuguesa com a edição do disco Cavaquinho e abandonaria, definitivamente, o
Rock.
Ainda antes do 25 de Abril de 1974, os Petrus Castrus
gravaram o single "A Bananeira", só editado depois dessa data.
A atitude de sátira social, desde sempre associada à
banda e por ela assumida, não tinha nada a ver com as propostas musicais
surgidas no pós-revolução, em que se tentava dizer de uma só vez o que esteve
escondido durante muitos anos, através da chamada música de intervenção.
Como a banda não se sentia confortável nesse papel,
suspende as suas actividades.
João Seixas e Rui Reis ingressam nos Plutónicos, mais
tarde Ferro & Fogo. No entanto, João Seixas haveria de reencontrar Júlio
Pereira, quando fez parte da banda do autor de “Cavaquinho”, em concertos ao
vivo.
Os irmãos Castro partem para o estrangeiro para
regressar em 1976, licenciados em economia e engenharia.
Em 1976 a banda retoma actividades com um novo LP
intitulado "Ascensão e Queda". Em trio, com os irmãos Castro e Miguel
Urbano na bateria, os Petrus Castrus contam, ainda, com as participações de
Fernando Girão (Very Nice), Lena d’Água e Nuno Rodrigues (membro da Banda do
Casaco).
Embora seja um fracasso comercial e tenha sido
arrasado pela crítica da época, hoje esse disco é procurado, sobretudo pelos
coleccionadores de música progressiva.
Ainda gravaram mais dois singles, "Cândida"
e "Agente Altamente Secreto", mas só será editado o primeiro.
Chegaram a dar alguns concertos ao vivo e
desapareceram.
Em 22 de Agosto de 2013 os Petrus Castrus organizaram
um concerto no famoso Café Império, em Lisboa. Mais de 300 pessoas vieram
assistir ao retorno da banda.
A discografia dos Petrus Castrus:
MARASMO [7"EP, Decca-VC, 1971]
TUDO ISTO, TUDO MAIS [7"EP, Decca-VC,
1972]
MESTRE [LP, Guilda da Música, 1973]
A BANANEIRA [7"Single, Guilda da
Música, 1974]
CÂNDIDA [7"Single, Imavox, 1977]
ASCENÇÃO E QUEDA [LP, Decca-VC, 1978]
MESTRE - Agente Altamente Secreto
(Single de 1977 não editado; ambos os temas surgem como bónus na reedição em
2008 do CD Mestre.
Para
relembrar Petrus Castrus, vamos ouvir Mestre, fazendo-nos lembrar o rock progressivo
de Genesis, ou dos YES, agrupamentos musicais britânicos em voga, nessa época.
Mestre
Nada de novo debaixo do Sol
Nada de justo debaixo dos Céus
Apensas teus servos suados
Arando lentamente
Na tarde quente
- Bom domingo!
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