05 agosto 2014

O VASCO DA GAMA DO BRASIL E O PENAFIDELENSE ADÃO ANTÓNIO BRANDÃO



O VASCO DA GAMA DO BRASIL
E O PENAFIDELENSE
ADÃO ANTÓNIO BRANDÃO
 


Hoje tocou a vez de trazer ao blogue o Club de Regatas Vasco da Gama, vulgarmente chamado entre nós pelo Vasco da Gama do Brasil. 

Creio que não há nenhum português ou luso-brasileiro que não simpatize com este glorioso clube.


No dia 21 de Agosto de 1898, no Rio de Janeiro, em homenagem ao quarto centenário do feito do navegador Vasco da Gama, que descobriu o caminho marítimo para a Índia, alguns rapazes, todos portugueses ou filhos de portugueses, resolveram fundar um clube de regatas. Assim, nasceu o Club de Regatas Vasco da Gama.


O emblema do clube foi modificado ao longo dos tempos, até que em 1920 tomou a forma que permanece actualmente. Tendo a caravela com a cruz ao centro, símbolo que era usado nas naus portuguesas. O fundo preto representando os mares desconhecidos do Oriente, a faixa branca representando a rota descoberta por Vasco da Gama, tendo o nome do clube representado pelas iniciais CR e VG entrelaçadas ao lado e abaixo da caravela.

Para que se saiba, foi o primeiro clube brasileiro a ter nos seus quadros directivos, e no seu leque de jogadores negros, o que lhe causou alguns dissabores à época.


O Estádio Vasco da Gama, mais conhecido como São Januário, devido à parte de sua localização estar na rua de mesmo nome, é o estádio de futebol pertencente ao Club de Regatas Vasco da Gama, foi inaugurado em 21 de Abril de 1927, sendo até hoje o maior estádio particular do estado do Rio de Janeiro. O jogo inaugural foi contra o Santos, que venceu por 5 a 3. 


Sua fachada, em estilo neocolonial, é considerada património pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional. 


Em 2007 foi inaugurada uma estátua de bronze em tamanho natural ao futebolista Romário, por este ter marcado o milésimo golo da sua carreira futebolística, com a camisola do Vasco da Gama.

Mas o que muitos penafidelenses não sabem, é que o primeiro golo do Vasco da Gama foi obtido pelo penafidelense Adão António Brandão, o maior atleta da história do Vasco da Gama, tendo conquistado medalhas e troféus em sete modalidades.


Adão António Brandão, nasceu na cidade de Penafiel, no dia 22 de Agosto de 1896.

Seu pai, Francisco Manoel Pinto Brandão, que era juiz de direito, matriculou o seu filho Adão no ano de 1910, no Colégio de São Carlos no Porto, mas este em vez de se dedicar aos estudos, jogava futebol e já em 1911 alinhava nos juvenis do Futebol Clube do Porto.

Como castigo, seu pai deportou-o em 1912 para o Brasil, para trabalhar na fábrica de calçados que pertencia a seu tio. 

Em 1915, jogava constantemente pelo Lusitânia, clube fundado pela colónia portuguesa. Mas vestir outra camisa não lhe agradava, e a solução foi participar activamente na fusão do Lusitânia com o Vasco, concretizada em tempo recorde.


Em 1916, o Vasco ingressou na terceira divisão carioca. A estreia não poderia ter sido pior. No dia 3 de Maio, o Paladino F.C. venceu por 10 a 1. O golo de honra, foi obtido, quando o placar já apontava 8 a 0, e foi marcado por Adão, de bico de chuteira, desviando um chute torto que veio da direita.

Tanto os jogadores que disputaram a partida como os directores que os acompanharam, estavam receosos pela recepção à chegada ao clube. Então resolveram sair antes cem metros e fazer o resto do trajecto a pé, até à sede do Vasco que nessa altura se situava na Rua Santa Luzia, N.º 248, quase na esquina da Av. Rio Branco. Queriam ver o ambiente antes de entrar, e estranharam o silêncio que se fazia sentir na rua, e que terminou mal chegaram à porta da sede, com uma chuva de cascas e laranjas podres a voaram sobre os jogadores e directores.


De 1916 a 1921, o Vasco da Gama guindou-se da terceira divisão à primeira divisão, tendo Adão António Brandão, alinhado em todas as equipas do Vasco, crescendo com o clube, fazendo-se grande com ele.

Mas o nosso Adão Brandão, para além do futebol, brilhou no atletismo em provas de curta distância, chegando a bater o então campeão brasileiro Malagutti. No remo foi imortal, sendo campeão carioca em 1919 e 1921, ajudando o clube a conquistar inúmeros troféus e medalhas na natação e pólo aquático. 


Este penafidelense, envergando a camisola com a Cruz de Malta ao peito, escreveu com os seus feitos, páginas de glória do Club de Regatas Vasco da Gama.

5 Comments:

Blogger Unknown said...

Meu avô ! Obrigada pela homenagem.
Ana Beatriz Campos Nogueira

2:05 da manhã  
Blogger Fernando Oliveira said...

Não sei se a Ana Beatriz, mora no Brasil ou noutra parte do mundo. Para fazer esse post sobre o Vasco da Gama recorri a jornal de Penafiel que falam sobre o seu avô. Se estiver interessada em tê-los, mande-me o seu email para os enviar.

fernando_oliveira29@hotmail.com

8:57 da manhã  
Blogger Unknown said...

Olá Fernando! Moro no Brasil. Tenho primos em Penafiel, cidade que adoro! Ano passado mesmo estivemos por ai. Gostaria muito de receber a copia do jornal. Minha tia, filha do Adão, vai ficar emocionada. Este ano mesmo ela representou a família em um homenagem que o Vasco da Gama prestou ao meu avô.

Mais uma vez obrigada,

Ana Beatriz Campos Nogueira

1:44 da tarde  
Blogger Unknown said...

PS: Encontrei seu blog ontem, dia 22 de agosto, justo no dia do aniversário dele :)

2:04 da tarde  
Blogger Fernando Oliveira said...

Tenho as folhas do jornais digitalizadas para te enviar, pois são do ano de 1953, mas falta-me um email da tua parte para te enviar, e depois podes ler no computador ou mandar imprimir. Aqui vai o meu email. Caso não tenhas email, manda o do Vasco da Gama que eu envio para lá.
fernando_oliveira29@hotmail.com
Fiquei contente ao saber que este texto chegou até à família, e que a mesma gostou.
Fernando Oliveira

8:35 da manhã  

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