20 março 2016

TROVANTE



TROVANTE

 


1976 - Cinco amigos ligados pela militância política e pelo gosto da música formam o grupo Trovante. Luís Represas na voz, o seu irmão João Nuno Represas nas percussões, João Gil na guitarra, Manuel Faria nos teclados e Artur Costa no saxofone deram início a uma longa aventura.



1977 - Gravam o primeiro disco, "Chão Nosso" que é marcado pelo conteúdo militante das letras de Francisco Viana e pela colagem ao tipo de música de raiz etnográfica, à época muito em voga.



1978 - Surge "Em Nome da Vida", álbum que surge no contexto da luta política contra a bomba de neutrões.



1979 -  Aparece o single Toca a Reunir, que conta, episodicamente, com a voz de Né Ladeiras, então em início de carreira.



1981 - "Baile no Bosque". Com este disco, já sob a inteira direcção da banda, contando com a presença de Fernando Júdice (que passa nesse ano a fazer parte do grupo, tal como José Martins), e numa nova editora, desligados em grande parte da actividade política, os Trovante vão conseguir um grande êxito junto do público, das rádios e dos críticos.

A frescura do trabalho, que funde diversos géneros musicais numa síntese inovadora e festiva, onde se destacava o tema Balada das Sete Saias, veio equacionar os dados da música da época, em plena euforia do rock português.


Baile no Bosque vem demonstrar, ainda, que o grupo aproveitara com grande utilidade os anos de experiência adquirida com os maiores nomes da música portuguesa: José Afonso, Vitorino, Fausto, Sérgio Godinho.





1983 - É editado "Cais das Colinas". Nele salienta-se a canção Saudade, um tema de João Gil, que começa a ter um crescente papel de compositor. Do grupo passa a fazer parte o baterista José Salgueiro, substituindo João Nuno Represas. Luís Represas, Gil, Faria, Costa, Júdice, Salgueiro e Martins serão a formação definitiva dos Trovante.



Neste mesmo ano também sai "Ao Vivo Na Aula Magna 1983". Este disco apresenta um dos momentos mais marcantes da carreira dos Trovante, documentando o seu primeiro concerto ao vivo. A noite de 28 de Maio de 1983 representa um capítulo histórico na música portuguesa – os então jovens Trovante esgotavam a Aula Magna por completo, num espectáculo que se revelou apoteótico, aclamado pela crítica da altura. É reeditado em formato CD em 2003.



1984 - Sai com grande sucesso, "Trovante 84", do qual se destacam temas que ficam na história do grupo, como Xácara das Bruxas Dançando, Travessa do Poço dos Negros e o popularíssimo Molinera. Nesse ano o Coliseu de Lisboa assiste a dois memoráveis espectáculos, com lotações esgotadas, a que se seguiria o Rivoli do Porto.



1986 - "Sepes", é considerado o mais difícil e introspectivo trabalho do grupo. Ainda assim, dele sairá Fizeram os Dias Assim, mais um dos seus muitos hinos cantáveis.
No 10º aniversário da banda voltarão a encher os Coliseus de Lisboa e do Porto, em cinco triunfais noites de Maio.



1987 - Editam "Terra Firme", de sonoridade marcadamente mais pop e urbana. Dele notabilizaram-se 125 Azul, Perdidamente e Bye-Bye Blackout. É muito bem acolhido pela crítica e obtém um Disco de Ouro.



1988 - Dão um grande concerto do Campo Pequeno, para uma plateia de oito mil pessoas, que é registado em vídeo e dá origem ao duplo-álbum "Trovante ao Vivo no Campo Pequeno", e atinge o Disco de Platina.



1990 - "Um Destes Dias..." o último trabalho de originais, consolida a linha de ferro Firme. Destacam-se as canções Timor, Objectos Perdidos e Baltazarblimunda.





1991 - Confirma-se a cisão da banda. João Gil e Artur Costa vão criar os Moby Dick, enquanto os restantes elementos (excepto José Martins, que já tinha deixado o grupo em 1988) tentam a continuidade. Mas rapidamente percebem que o projecto deixou de fazer sentido.
Neste ano vai sair uma colectânea com o título "Saudades do Futuro - O Melhor dos Trovantes"




1999 - Os Trovante voltam ajuntar-se para um único e memorável espectáculo, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, a convite do Presidente da República Jorge Sampaio. Deste concerto resulta "Uma Noite Só", o último registo e ao mesmo tempo uma síntese de uma década e meia de carreira.

Dos Trovante,vamos ouvir "Ser Poeta", uma das mais belas canções escritas em português, com um poema assombroso de 
Florbela Espanca.






- Bom domingo!