A MINHA CANETA BIC
A
MINHA CANETA BIC
Ao contrário do que é
costume aos domingos neste blogue, hoje não vou falar de cantor ou conjunto
musical mas de uma canção que por casualidade me veio parar às mãos, e me
trouxe à lembrança tempos do antigamente.
1957 - A malta da minha 1.ª Classe |
Quando entrei para a
escola primária Conde de Ferreira em Penafiel, no ano de 1957, ao centro das carteiras onde
nos sentávamos aos pares, havia um tinteiro em porcelana fabricado na Electro
Cerâmica em Vila Nova de Gaia.
Nesse tempo usávamos
uma caneta de madeira onde se afixava um aparo ou bico como lhe queiram chamar,
que mergulhávamos no tinteiro e escrevíamos nos cadernos.
Quando por qualquer
motivo, demorávamos mais tempo a desenhar as letras, lá saía um borratão que tentávamos conter com um chupa que era nem
mais nem menos que papel mata borrão, para o mesmo não se expandir na folha do
caderno.
Quando fui fazer o
exame da quarta classe e de admissão, meu pai ofereceu-me uma caneta de tinta
permanente, para evitar o borratão e a prova ter uma melhor apresentação.
Mas a grande revolução
aparece já nos anos 60 com o aparecimento da caneta bic, baptizada de
lapiseira.
Desta haviam dois
tipos: a bic laranja para escrita fina e a bic cristal para escrita normal.
Não só acabaram com os
borratões como eram muito mais fácil de transportar, e a caneta de aparo passou
à história, fazendo parte das nossas memórias de um passado longínquo.
Assim as cartas às namoradas e madrinhas de
guerra, e quem sabe alguns ensaios de poemas de amor ridículos como diz
Fernando Pessoa, já foram obra da caneta bic.
O que eu nunca pensei,
é que a caneta bic viesse a fazer parte da letra de uma qualquer canção, mas
enganei-me.
Disso se encarregou o brasileiro Seu Pereira e Colectivo 401, num
estilo rock samba, e que na parte final da canção Moçambique diz o seguinte:
Mas
se ela for pra varanda
Gritando meu nego fique
Esqueço de Moçambique
Me aquieto no colo dela
Escrevo um poema pra ela
Com a minha caneta bic.
Gritando meu nego fique
Esqueço de Moçambique
Me aquieto no colo dela
Escrevo um poema pra ela
Com a minha caneta bic.
Todas estas lembranças
que me escorreram para este texto, não são só minhas mas de umas gerações que
viveram todo este progresso que trouxe a caneta bic para o nosso dia a dia.
- Bom domingo!
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