O HINO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA
O
HINO
DA
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA
NA
FESTA DA
VISCONDESSA
DE FRANCOS
No
dia 11 de Janeiro de 1948, teve foros de grandiosidade, a festa realizada no
Hospital da Misericórdia de Penafiel, em que se prestava homenagem à venerada senhora
Viscondessa de Francos.
Neste
domingo chuvoso e triste, foi inaugurado um pavilhão que ficará com o seu nome
e o seu retrato.
A
gratidão foi e será sempre compreendida por todos os penafidelenses como bem o
demonstrou o povo anónimo que compareceu nesse dia, em agradecimento à
Viscondessa de Francos, pelo valioso donativo de cem mil escudos que entregou a
esta instituição.
A
festa começou com uma missa rezada na Igreja da Misericórdia pelo vigário da
vara, reverendo Luciano Ferreira de Sá, em representação do venerando bispo da
diocese, por todos os irmãos, amigos e benfeitores do Hospital.
Seguidamente
organizou-se o cortejo que se dirigiu ao salão nobre do Hospital onde teve
lugar a sessão solene na qual fizeram uso da palavra os srs. Vitorino Coelho da
Silva (Presidente da Comissão Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de
Penafiel), Dr. Fernando Cochofel Teixeira Dias (amigo íntimo da família Baltar),
Afonso Henriques de Sobral Mendes (Presidente da Câmara de Penafiel), Dr.
Gaspar Ferreira Baltar (irmão da Viscondessa e em representação desta), Ovídio
Lobo (Director Escolar do Porto), e por último o Ex.mo Governador Civil do
Porto, Dr. Antão Santos da Cunha, sendo todos os discursos cheios de entusiasmo
e em que foi focada a caridade e postas em relevo as qualidades e virtudes da
senhora Viscondessa de Francos e toda a família Baltar.
Os
discursos foram retransmitidos ao público, por uma excelente aparelhagem de
som, da “Electrificadora Penafidelense”, que gentilmente colaborou na festa.
No
final, a menina dona Rosalina Brandão Rodrigues dos Santos recitou com singular
encanto o inspirado Hino da Misericórdia, propositadamente escrito pelo
dedicado e ilustre penafidelense, professor Cipriano Barbosa e musicado pelo
Reverendo José Guilherme da Silva Lopes.
Sob
a direcção musical do Reverendo Manuel da Silva Nunes, capelão do hospital, foi
entoado, em primoroso conjunto de vozes, pelas meninas do asilo, o Hino
referido.
Hino
da Santa Casa da Misericórdia
Salve!
Salve! Casa Santa,
Santa
Casa divinal!
A
tua bondade encanta
Qual
candura lirial.
Fonte
de graça e de luz,
Para
todos tens carinhos
És
como o doce Jesus
Que
nem esquece os passarinhos.
Lar
de prantos e de dores,
Onde
não brilha alegria!...
O
céu tem as suas cores,
Vejo
nuvens que não via.
Sorrisos
de Fé, d’Esperança
São
hinos de querubins
A
subir, mística aliança!
Almas
simples e jasmins.
Cante
a flor dos verdes prados,
A
fonte e o roble ancestral…
Parem
carros e arados…
Saudemos
o hospital!
Fé,
Esperança e Caridade
O
grande livro imortal…
Bíblia
d’ouro da cidade…
Saudemos
o hospital!
A festa foi
abrilhantada pela Banda de Música de Paço de Sousa, e terminou com o
descerramento dos retratos da bondosa Viscondessa de Francos e do seu
excelentíssimo irmão Dr. Gaspar Ferreira Baltar.
A partir desta data, a
Santa Casa da Misericórdia de Penafiel tem o seu Hino, que mais não é do que
uma verdadeira exaltação à Caridade para com os mais carenciados, e nestas
coisas não basta só cantá-lo, é preciso também nos dias difíceis que correm, fazer
jus à sua letra, caso contrário, o Hino não passa de mais uma cantilena para
inglês ver, o que francamente, creio que não é o caso com o actual provedor
Júlio Manuel Mesquita, que escolheu como sua divisa:
“PRIMEIRO O UTENTE”.
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