22 maio 2013

1940 - ANO DOS CENTENÁRIOS



1940 - ANO DOS CENTENÁRIOS



No ano de 1940, Portugal comemorou festivamente o oitavo centenário da sua Fundação e o terceiro da Restauração. 

Se é certo e sabido que só em 1143 pelo tratado de Zamora, a soberania portuguesa foi reconhecida por Afonso VII rei de Leão e Castela, e confirmada pelo Papa Alexandre III só em 1179, já em 1140, D. Afonso Henriques usava o título de rei.

Estes dois acontecimentos marcantes na história de Portugal, vão ser assinalados na cidade de Penafiel em 1940 em dois momentos diferentes da seguinte forma:



- O primeiro, teve lugar no dia 2 de Junho, com uma romagem patriótica ao túmulo do Egas Moniz símbolo da lealdade portuguesa, no Mosteiro de Paço de Sousa, e aí entoaram sob as arcádias do mesmo um solene Te-Deum de louvor ao Deus de Ourique, sob cuja protecção Portugal nasceu. 



- O outro festejo comemorativo, teve lugar no dia 14 de Julho, no Parque do Santuário da Nossa Senhora da Piedade, vulgarmente conhecido por Sameiro, promovido pela Juventude Católica Feminina. 

Às 11 horas celebrou-se uma missa campal, onde assistiram todas as filiadas daquele organismo pertencentes ao núcleo de Penafiel e dos concelhos circunvizinhos, representantes da Câmara Municipal, de instituições locais e muito povo.

A missa foi celebrada pelo distinto padre desta freguesia e cidade, reverendo Padre Alcino Gonçalves de Azevedo. 


À tarde, por volta das 16 horas, realizou-se a tocante cerimónia da inauguração do Cruzeiro da Independência colocado no recinto por detrás do Santuário de Nossa Senhora da Piedade.

Procedeu à inauguração o ilustre Presidente do nosso município, Sr. Padre Carlos Pereira Soares, após o que fizeram uso da palavra os reverendos Padres Alcino Gonçalves de Azevedo, Armando Pereira (pároco e vigário da vara de Paredes), e José Rodrigues da Costa (reitor dos Clérigos do Porto), e a senhora Dona Maria Luiza Faro, dirigente do organismo promotor da festa. 

Todos tiveram palavras de simpatia pelo significado da festa, enaltecendo os valores dos cruzeiros, em especial os da Independência que ficam a lembrar aos vindouros que Portugal festejou condignamente o seu 8.º centenário. 

No final e junto ao cruzeiro inaugurado teve lugar a actuação de um coro composto por Jocistas (juventude operária cristã), desta cidade, que foi muito aplaudido.

Hoje, o cruzeiro encontra-se no jardim das traseiras do Santuário, inserido num pseudo lago (seco), tornando-se um perigo para as crianças que ali brincam, e até para os adultos que distraidamente caiam dentro dele, já que o mesmo não tem qualquer protecção.


O melhor seria transformar este recinto num recanto de jardim relvado, onde a tal mobilidade que tanto se apregoa, possibilitasse jovens e adultos descansarem um pouco na escadaria do cruzeiro. 

A continuar como está, além de ser um perigo, não só desfeia o jardim, como apenas serve para criar caganatos, como afirmou há tempos um amigo meu na assembleia municipal. 

Não é destruindo o passado, que se constrói o futuro, mas infelizmente, é a isto que assistimos na nossa terra, em prol de um progresso bacoco, para satisfação de um certo nacional parolismo instalado.

2 Comments:

Blogger carvalhosameiro said...

Subscrevo inteiramente o comentário feito no final.Temos um Egas Moniz enfiado num buraco para no seu lugar ficar uma coisa que nem classifico, desrespeitando a vontade do povo que pagou e decidiu pala criação dêsse busto e um Cruzeiro completamente abandonado, enfiado num buraco, quando facilmente se resolvia a situação, como muito bem sugere o autor.

9:57 da tarde  
Blogger Fernando Oliveira said...

Infelizmente estamos entregues a um certo "Sentir Penafiel", que nem o ilustre penafidelense Zeferino de Oliveira escapou. Pois em frente ao antigo hospital de Penafiel o seu busto foi retirado, para no seu lugar ser colocado algo que não diz nada à cidade. Enfim é o que temos e a maior parte escolheu, esta trupe que até queria que Penafiel voltasse a ser Arrifana de Sousa.

10:17 da tarde  

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