1940 - ANO DOS CENTENÁRIOS
1940 -
ANO DOS CENTENÁRIOS
No ano de 1940,
Portugal comemorou festivamente o oitavo centenário da sua Fundação e o
terceiro da Restauração.
Se é certo e
sabido que só em 1143 pelo tratado de Zamora, a soberania portuguesa foi
reconhecida por Afonso VII rei de Leão e Castela, e confirmada pelo Papa
Alexandre III só em 1179, já em 1140, D. Afonso Henriques usava o título de
rei.
Estes dois
acontecimentos marcantes na história de Portugal, vão ser assinalados na cidade
de Penafiel em 1940 em dois momentos diferentes da seguinte forma:
- O primeiro, teve
lugar no dia 2 de Junho, com uma romagem patriótica ao túmulo do Egas Moniz símbolo
da lealdade portuguesa, no Mosteiro de Paço de Sousa, e aí entoaram sob as
arcádias do mesmo um solene Te-Deum de louvor ao Deus de Ourique, sob cuja
protecção Portugal nasceu.
- O outro festejo
comemorativo, teve lugar no dia 14 de Julho, no Parque do Santuário da Nossa
Senhora da Piedade, vulgarmente conhecido por Sameiro, promovido pela Juventude
Católica Feminina.
Às 11 horas
celebrou-se uma missa campal, onde assistiram todas as filiadas daquele
organismo pertencentes ao núcleo de Penafiel e dos concelhos circunvizinhos,
representantes da Câmara Municipal, de instituições locais e muito povo.
A missa foi
celebrada pelo distinto padre desta freguesia e cidade, reverendo Padre Alcino
Gonçalves de Azevedo.
À tarde, por volta
das 16 horas, realizou-se a tocante cerimónia da inauguração do Cruzeiro da
Independência colocado no recinto por detrás do Santuário de Nossa Senhora da
Piedade.
Procedeu à
inauguração o ilustre Presidente do nosso município, Sr. Padre Carlos Pereira
Soares, após o que fizeram uso da palavra os reverendos Padres Alcino Gonçalves
de Azevedo, Armando Pereira (pároco e vigário da vara de Paredes), e José Rodrigues
da Costa (reitor dos Clérigos do Porto), e a senhora Dona Maria Luiza Faro,
dirigente do organismo promotor da festa.
Todos tiveram
palavras de simpatia pelo significado da festa, enaltecendo os valores dos
cruzeiros, em especial os da Independência que ficam a lembrar aos vindouros
que Portugal festejou condignamente o seu 8.º centenário.
No final e junto
ao cruzeiro inaugurado teve lugar a actuação de um coro composto por Jocistas
(juventude operária cristã), desta cidade, que foi muito aplaudido.
Hoje, o cruzeiro
encontra-se no jardim das traseiras do Santuário, inserido num pseudo lago
(seco), tornando-se um perigo para as crianças que ali brincam, e até para os adultos
que distraidamente caiam dentro dele, já que o mesmo não tem qualquer protecção.
O melhor seria
transformar este recinto num recanto de jardim relvado, onde a tal mobilidade
que tanto se apregoa, possibilitasse jovens e adultos descansarem um pouco na
escadaria do cruzeiro.
A continuar como
está, além de ser um perigo, não só desfeia o jardim, como apenas serve para
criar caganatos, como afirmou há tempos um amigo meu na assembleia municipal.
Não é destruindo o
passado, que se constrói o futuro, mas infelizmente, é a isto que assistimos na
nossa terra, em prol de um progresso bacoco, para satisfação de um certo nacional
parolismo instalado.
2 Comments:
Subscrevo inteiramente o comentário feito no final.Temos um Egas Moniz enfiado num buraco para no seu lugar ficar uma coisa que nem classifico, desrespeitando a vontade do povo que pagou e decidiu pala criação dêsse busto e um Cruzeiro completamente abandonado, enfiado num buraco, quando facilmente se resolvia a situação, como muito bem sugere o autor.
Infelizmente estamos entregues a um certo "Sentir Penafiel", que nem o ilustre penafidelense Zeferino de Oliveira escapou. Pois em frente ao antigo hospital de Penafiel o seu busto foi retirado, para no seu lugar ser colocado algo que não diz nada à cidade. Enfim é o que temos e a maior parte escolheu, esta trupe que até queria que Penafiel voltasse a ser Arrifana de Sousa.
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