ABRIL TAMBÉM FOI CANTO
ABRIL
TAMBÉM FOI CANTO
Chegada de José Mário Branco do exílio |
Abril também foi canto.
Vozes livres saíram à rua, misturando-se com a multidão.
Os cantos do nosso
descontentamento, juntavam-se ao clamor de uma enorme ode colectiva à alegria,
de finalmente podermos construir o homem novo, na cidade nova, no país de
Abril.
E o cantor viu na voz
do povo, as vozes resistentes de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira,
Manuel Freire, Fausto entre muitos outros, sem censura prévia ou proibições
pidescas.
Outros regressaram ao
país como José Mário Branco, Luís Cília, Sérgio Godinho, Francisco Fanhais,
etc.
E porque Abril se fez
canto, novos nomes surgiram na divulgação do nosso património musical, como
Vitorino, Brigada Victor Jara, Janita Salomé, Afonso Dias, etc.
No teatro também
sopravam ventos de Abril.
Assim, no Teatro
Estúdio em Lisboa, na peça Lisboa 72/74, da autora e encenadora Luzia Maria
Martins, Ermelinda Duarte cantava a canção “Somos Livres”, com arranjos de José
Cid.
Capa do disco |
Esta foi a canção mais
badalada e cantarolada a seguir ao derrube da ditadura. Ela simboliza a
liberdade conquistada, tendo sido, pelo seu simbolismo, um dos temas mais
populares.
Ontem como hoje, quer
se goste quer não, a cantiga continua a ser uma arma.
Com os troikyanos que
tomaram o nosso país, e nos desgraçam as nossas vidas todos os dias, cada vez
se torna mais urgente uma mudança de rumo.
E como estamos em
Abril, vamos despertar as consciências, para não sermos um povo de escravos
dentro do seu próprio país, e dizer de novo bem alto:
- “Somos Livres”.
- Bom domingo!
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