O 25 de ABRIL
O
25 de ABRIL
FAZ
39 ANOS
Cartaz alusivo ao 25 de Abril de 2013 |
Enquanto em Lisboa no
Terreiro do Paço e no Carmo, Salgueiro Maia, comandava as tropas revoltosas, em
Penafiel, assim como na maior parte do país, reinava a calma, não tendo os
penafidelenses interrompido os seus trabalhos, nem tão pouco as aulas nos
vários estabelecimento de ensino.
Eu, encontrava-me em
Angola, no planalto central na cidade de Nova Lisboa, quando se deu o Golpe
Militar do 25 de Abril. Depois do golpe falhado das Caldas, a sensação que tive
foi que o golpe era da direita militar, devido aos elementos que formavam a
Junta da Salvação Nacional.
Concentração no Largo da Ajuda |
Mas voltando novamente
a Penafiel, a população seguia os acontecimentos do golpe de estado através da
rádio, ouvindo os comunicados do M.F.A., via as imagens através da televisão, e
lia a imprensa que fez mais de uma tiragem neste dia.
No 26 de Abril se 1974,
ao final da tarde, passou-se algo de notório na presente conjuntura.
Cerca das 18 horas,
dois carros de comandos militares dirigiram-se ao edifício da ex- legião
portuguesa, situado na Rua Alfredo Pereira em Penafiel, para de lá retirarem
algum pouco material que ali se encontrava pertencente àquela organização.
O Largo da Ajuda
encheu-se de pessoas que assistiram pacatamente a este acontecimento.
O zelo posto nesta
tarefa por estes militares foi tanto, que se esqueceram de retirar a bandeira
da legião portuguesa, que se encontrava içada no mastro da varanda da sua sede.
Sábado, 27 de Abril é
que se deu o grande acontecimento digno de registo em Penafiel de apoio ao
golpe militar.
Manifestação em direcção ao quartel. |
Cerca das 14 horas, um grupo de estudantes e jovens promovem uma manifestação de regozijo e de apoio às Forças Armadas.
Concentraram-se no
Largo da Ajuda, onde com cartazes e slogans atravessam a cidade em direcção ao
quartel, onde o comandante do R.A.L. 5, oficiais e praças os esperavam à porta
de armas e aí foi cantado o Hino Nacional.
Oficiais e praças recebem os manifestantes |
A Dr.ª D. Alice Nemett, acompanhada de seu amigo Sr. Eng.º Carlos Paquim, entregaram ao comandante um ramo de cravos vermelhos, que este aceitou e pediu para que o mesmo fosse deposto no obelisco existente frente ao aquartelamento.
Manifestantes junto ao quartel. |
Assim se procedeu, ao
som da Portuguesa, cantada em sentido por todos os presentes.
No jardim Egas Moniz,
muitas centenas de pessoas presenciaram o acto, regressando no final os jovens
ao Largo da Ajuda.
Entoando a Portuguesa |
Devido aos militares não terem realizado o serviço completo como lhes competiam no dia anterior na sede da ex-legião portuguesa, alguns jovens manifestantes treparam para a varanda do prédio e rasgaram a bandeira da legião portuguesa.
E cá estamos nós 39
anos depois, sem sabermos muito bem o que é a “democracia”, pois até aqueles
que vendem o país a retalho, que antigamente eram apelidados de Miguéis de
Vasconcelos, hoje são democratas, e o que ainda é mais estranho, é que
continuam a ser eleitos pela maioria do povo, que durante as campanhas
eleitorais lhes prometem o céu, e depois de eleitos tornam-lhes o seu dia-a-dia
num inferno.
Parece-me que qualquer
dia, temos que definir política, como a arte de enganar o maior número de
pessoas, num certo período de tempo.
Por estas e por outras,
é que é preciso acordar para novos rumos, porque quer queiramos quer não, “o
voto continua a ser, a arma do povo”.
Para além de saudar
estes jovens penafidelenses de ontem, queria terminar saudando os jovens de
hoje, no exemplo de Ana Maria Pinto, cantora lírica, que numa forma de protesto
contra o descalabro económico e financeiro, interpretou a cantiga “ACORDAI”,
junto do Palácio de Belém,
e a canção “FIRMEZA”, no sopé das escadarias da Assembleia da República,
e nas comemorações do 5 de Outubro de 2012, no Pátio da
Galé, para descontentamento do Sr. Silva & Cia.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home