07 maio 2013

A IGREJA DAS FREIRAS



A IGREJA DAS FREIRAS


Esta igreja é tudo quanto nos resta do antigo convento das Freiras conhecido por “Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição”.

A construção deste convento foi iniciada nos finais do Sec. XVII por Gonçalo Ferreira da Costa, a fim de cumprir a última vontade de sua esposa, Clara de Barros, que faleceu na Quinta das Lages em Milhundos.

Por morte de Gonçalo Costa, o convento foi penhorado e posto em praça. Por esse motivo as obras da construção do convento das Freiras pararam por algum tempo.

Entretanto, por testamento lavrado a 8 de Fevereiro de 1692, Gonçalo Pinheiro e sua mulher Ana de Castilho fundaram um recolhimento para seis donzelas, que seria instalado nas casas que os fundadores possuíam e habitavam bem de fronte da principal porta da igreja da Misericórdia. 


Falecido Gonçalo Pinheiro, sua esposa chamou para junto de si cinco companheiras e com elas, deu início ao Recolhimento que com ela mesmo fundara.

Os anos foram correndo e eis que vem de visita pastoral a Arrifana de Sousa o Bispo do Porto D. Tomás de Almeida.

Ana de Castilho já falecera e as companheiras obtiveram do Prelado autorização para deixar a casa de junto da Igreja da Misericórdia e passar a habitar o Recolhimento das Freiras que estava abandonado e sobre o qual pesava uma penhora judicial. 

O processo correu os seus termos e em 1713 puderam, finalmente, as Recolhidas da Misericórdia arrematar o Recolhimento das Freiras pelo preço de oitocentos e dois mil reis.


Logo providenciaram para que fossem concluídas as obras.

Uma vez concluídas, passaram as Recolhidas a habitar o convento das Freiras no dia 19 de Novembro de 1716. 

Esse dia foi de grande festa na terra.

As Recolhidas foram acompanhadas de solene cortejo desde o Largo das Chãs (Praça Municipal), até à sua nova morada sita no lugar de então chamado da Piedade de Cima (Av. Sacadura Cabral).

Aqui adoptaram o hábito da Ordem de Nossa Senhora da Conceição, instituída em Espanha em 1489 pela fidalga D. Beatriz da Silva. O hábito que usavam estas freiras, era constituído por um manto ou escapulário azul e saia ou túnica branca.


O dormitório era virado para o vale do Sousa, tinha cozinha, refeitório e celas. Alçados de seis janelas, para a cerca e para o claustro.

Conforme o uso e devoção daqueles tempos, todos os santos, cujas imagens figuravam nesta igreja, tinham a sua festa em dia próprio, sendo porém a festa mais brilhante a da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição, no dia 8 de Dezembro.

Em meados do século XIX, este edifício degradado ficou vago, servindo apenas para utilizar o importante espaço que ocupava, em área de expansão da cidade, ficando apenas de pé a igreja como hoje a conhecemos.

Na fachada exterior da mesma, se destaca o brasão da instituição.



Eis a razão, porque a igreja de Nossa Senhora da Conceição, ainda hoje é conhecida em Penafiel, por Igreja das Freiras.