A IGREJA DAS FREIRAS
A
IGREJA DAS FREIRAS
Esta igreja é tudo
quanto nos resta do antigo convento das Freiras conhecido por “Recolhimento de
Nossa Senhora da Conceição”.
A construção deste
convento foi iniciada nos finais do Sec. XVII por Gonçalo Ferreira da Costa, a
fim de cumprir a última vontade de sua esposa, Clara de Barros, que faleceu na
Quinta das Lages em Milhundos.
Por morte de Gonçalo
Costa, o convento foi penhorado e posto em praça. Por esse motivo as obras da
construção do convento das Freiras pararam por algum tempo.
Entretanto, por
testamento lavrado a 8 de Fevereiro de 1692, Gonçalo Pinheiro e sua mulher Ana
de Castilho fundaram um recolhimento para seis donzelas, que seria instalado nas casas que os fundadores possuíam e habitavam bem de fronte da principal porta
da igreja da Misericórdia.
Falecido Gonçalo
Pinheiro, sua esposa chamou para junto de si cinco companheiras e com elas, deu
início ao Recolhimento que com ela mesmo fundara.
Os anos foram correndo
e eis que vem de visita pastoral a Arrifana de Sousa o Bispo do Porto D. Tomás
de Almeida.
Ana de Castilho já
falecera e as companheiras obtiveram do Prelado autorização para deixar a casa
de junto da Igreja da Misericórdia e passar a habitar o Recolhimento das
Freiras que estava abandonado e sobre o qual pesava uma penhora judicial.
O processo correu os
seus termos e em 1713 puderam, finalmente, as Recolhidas da Misericórdia
arrematar o Recolhimento das Freiras pelo preço de oitocentos e dois mil reis.
Logo providenciaram
para que fossem concluídas as obras.
Uma vez concluídas,
passaram as Recolhidas a habitar o convento das Freiras no dia 19 de Novembro
de 1716.
Esse dia foi de grande
festa na terra.
As Recolhidas foram
acompanhadas de solene cortejo desde o Largo das Chãs (Praça Municipal), até à
sua nova morada sita no lugar de então chamado da Piedade de Cima (Av. Sacadura
Cabral).
Aqui adoptaram o hábito
da Ordem de Nossa Senhora da Conceição, instituída em Espanha em 1489 pela
fidalga D. Beatriz da Silva. O hábito que usavam estas freiras, era constituído
por um manto ou escapulário azul e saia ou túnica branca.
O dormitório era virado
para o vale do Sousa, tinha cozinha, refeitório e celas. Alçados de seis
janelas, para a cerca e para o claustro.
Conforme o uso e
devoção daqueles tempos, todos os santos, cujas imagens figuravam nesta igreja,
tinham a sua festa em dia próprio, sendo porém a festa mais brilhante a da
Padroeira, Nossa Senhora da Conceição, no dia 8 de Dezembro.
Em meados do século
XIX, este edifício degradado ficou vago, servindo apenas para utilizar o
importante espaço que ocupava, em área de expansão da cidade, ficando apenas de
pé a igreja como hoje a conhecemos.
Na fachada exterior da
mesma, se destaca o brasão da instituição.
Eis a razão, porque a
igreja de Nossa Senhora da Conceição, ainda hoje é conhecida em Penafiel, por
Igreja das Freiras.
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