24 fevereiro 2013

ATÉ SEMPRE ZECA



ATÉ SEMPRE ZECA



No dia 22 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal de Penafiel, foi prestada uma homenagem a José Afonso. 

Carlos Andrade, José Silva e João Teixeira.

Carlos Andrade, João Teixeira e José Silva, cantaram canções do Zeca Afonso.

Infelizmente canções como os Vampiros estão tão actuais nos tempos que correm, como quando Zeca as escreveu.

Grândola Vila Morena é a canção eleita pelos indignados para receberem ministros e primeiro-ministro como forma de mostrarem a sua revolta, e foi com Grândola cantada de pé e em uníssono que encerrou esta homenagem ao Zeca.

Agora até os nossos vizinhos espanhóis a cantam, como forma de protesto.


Também foi recordado Adriano Correia de Oliveira, na Trova do Vento que Passa na voz de João Teixeira.

Quanto à poesia esteve a cargo de Lurdes dos Anjos. 

Lurdes dos Anjos declamando poesia.

Entre os vários poemas declamados, um de Hélia Correia:

Só Assim Será Poema. 

”Que o poema tenha carne
ossos vísceras destino
que seja pedra e alarme
ou mãos sujas de menino.
Que venha corpo e amante
e de amante seja irmão
que seja urgente e instante
como um instante de pão.

Só assim será poema
só assim terá razão
só assim te vale a pena
passá-lo de mão em mão.

Que seja rua ou ternura
tempestade ou manhã clara
seja arado e aventura
fábrica terra e seara.
Que traga rugas e vinho
berços máquinas luar
que faça um barco de pinho
e deite as armas ao mar.

Só assim será poema
só assim terá razão
só assim te vale a pena
passá-lo de mão em mão”


Cantado nos anos 70, por José Jorge Letria


Enquanto “As Portas Que Abril Abriu” como escreveu Ary dos Santos, e que depois do 25 de Novembro de 1975, paulatinamente foram-se fechando, e as poucas que continuam abertas estão voltadas para becos sem saídas, cada vez faz mais sentido estes cantos livres.

Resta-me agradecer a todos que tornaram possível este desfiar de canções e poemas de Abril, pois apesar dos ventos serem adversos, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não.

Nesta foto pode-se ver a  urna de José Afonso, a ser transportada aos ombros de Francisco Fanhais e José Mário Branco.

No dia 23 de Fevereiro de 1987, a morte saiu à rua. Este ano, faz 26 anos que José Afonso morreu, em Setúbal, aos 57 anos, vítima de esclerose lateral amiotrófica.

Ontem como hoje

'Eles comem tudo, e não deixam nada...'
E já nem esperam pela 'noite calada'.
É à luz do dia e de cara descoberta...
Malditos 'Vampiros'!

E como “Somos Filhos da Madrugada”, “O Que Faz Falta” é avisar a malta.

Até sempre, Zeca. 


Bom domingo!
Fotos cedidas por: Napoleão Monteiro