ATÉ SEMPRE ZECA
ATÉ
SEMPRE ZECA
No
dia 22 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal de Penafiel, foi prestada uma
homenagem a José Afonso.
Carlos Andrade, José Silva e João Teixeira. |
Carlos
Andrade, João Teixeira e José Silva, cantaram canções do Zeca Afonso.
Infelizmente
canções como os Vampiros estão tão actuais nos tempos que correm, como quando
Zeca as escreveu.
Grândola
Vila Morena é a canção eleita pelos indignados para receberem ministros e
primeiro-ministro como forma de mostrarem a sua revolta, e foi com Grândola
cantada de pé e em uníssono que encerrou esta homenagem ao Zeca.
Agora
até os nossos vizinhos espanhóis a cantam, como forma de protesto.
Também
foi recordado Adriano Correia de Oliveira, na Trova do Vento que Passa na voz
de João Teixeira.
Quanto
à poesia esteve a cargo de Lurdes dos Anjos.
Lurdes dos Anjos declamando poesia. |
Entre os vários poemas declamados, um de Hélia Correia:
Só Assim Será Poema.
”Que o poema tenha carne
ossos vísceras destino
que seja pedra e alarme
ou mãos sujas de menino.
Que venha corpo e amante
e de amante seja irmão
que seja urgente e instante
como um instante de pão.
Só assim será poema
só assim terá razão
só assim te vale a pena
passá-lo de mão em mão.
Que seja rua ou ternura
tempestade ou manhã clara
seja arado e aventura
fábrica terra e seara.
Que traga rugas e vinho
berços máquinas luar
que faça um barco de pinho
e deite as armas ao mar.
Só assim será poema
só assim terá razão
só assim te vale a pena
passá-lo de mão em mão”
Cantado nos anos 70, por José Jorge Letria
Enquanto
“As Portas Que Abril Abriu” como escreveu Ary dos Santos, e que depois do 25 de
Novembro de 1975, paulatinamente foram-se fechando, e as poucas que continuam
abertas estão voltadas para becos sem saídas, cada vez faz mais sentido estes
cantos livres.
Resta-me
agradecer a todos que tornaram possível este desfiar de canções e poemas de
Abril, pois apesar dos ventos serem adversos, há sempre alguém que resiste, há
sempre alguém que diz não.
Nesta foto pode-se ver a urna de José Afonso, a ser transportada aos ombros de Francisco Fanhais e José Mário Branco. |
No
dia 23 de Fevereiro de 1987, a morte saiu à rua. Este ano, faz 26 anos que José
Afonso morreu,
em Setúbal, aos 57 anos, vítima de esclerose lateral amiotrófica.
Ontem
como hoje
'Eles
comem tudo, e não deixam nada...'
E já nem esperam pela 'noite calada'.
E já nem esperam pela 'noite calada'.
É
à luz do dia e de cara descoberta...
Malditos
'Vampiros'!
E
como “Somos Filhos da Madrugada”, “O Que Faz Falta” é avisar a malta.
Até
sempre, Zeca.
Bom
domingo!
Fotos cedidas por: Napoleão Monteiro
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