EI-LOS QUE PARTEM DE NOVO
EI-LOS
QUE PARTEM DE NOVO
Nos anos 60, íamos com
duas malas de cartão para terras de França.
Depois, vinham contar
histórias de lá de longe, onde o suor se fez em pão.
Só que nessa altura iam
clandestinos, enquanto hoje são expulsos pelos empregados da troyka que tomaram
conta deste chão.
Muitos vão só com
bilhete de ida, buscar a sorte noutras paragens.
Não foi para isto que
se fez Abril, mas foi para isto que se fez Novembro.
Como dizia a escritora
galega Rosália de Castro, a emigração, é um drama de uma terra, que os seus
filhos se vêm obrigados a abandonar.
Manuel Alegre também escreveu na sua “trova do
emigrante”:
Ficam
mulheres a chorar
Por aqueles
que se foram
Ai lágrimas
que se choram
Não fazem
qualquer mudança
Já foram
donos do mar
Vão para
terras de França
Enquanto, este parte, e
aquele parte, a maioria dos políticos cá da praça, tal como os emigrantes da
década de sessenta, entram para os tachos com uma mala de cartão, e saem como
todos nós sabemos, rechonchudos e cheios de arame, à nossa pala.
Até quando…
Com letra traduzida
para português da galega Rosália de Castro, e música de José Niza, vamos ouvir
na voz de Adriano Correia de Oliveira, Cantar de Emigração, em homenagem a
todos os emigrantes portugueses espalhados por todo o mundo.
Bom domingo!
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