03 fevereiro 2013

EI-LOS QUE PARTEM DE NOVO



EI-LOS QUE PARTEM DE NOVO



Nos anos 60, íamos com duas malas de cartão para terras de França. 

Depois, vinham contar histórias de lá de longe, onde o suor se fez em pão. 

Só que nessa altura iam clandestinos, enquanto hoje são expulsos pelos empregados da troyka que tomaram conta deste chão.

Muitos vão só com bilhete de ida, buscar a sorte noutras paragens.

Não foi para isto que se fez Abril, mas foi para isto que se fez Novembro. 

Como dizia a escritora galega Rosália de Castro, a emigração, é um drama de uma terra, que os seus filhos se vêm obrigados a abandonar.

Manuel Alegre também escreveu na sua “trova do emigrante”:

Ficam mulheres a chorar
Por aqueles que se foram
Ai lágrimas que se choram
Não fazem qualquer mudança
Já foram donos do mar
Vão para terras de França

Enquanto, este parte, e aquele parte, a maioria dos políticos cá da praça, tal como os emigrantes da década de sessenta, entram para os tachos com uma mala de cartão, e saem como todos nós sabemos, rechonchudos e cheios de arame, à nossa pala.

Até quando…

Com letra traduzida para português da galega Rosália de Castro, e música de José Niza, vamos ouvir na voz de Adriano Correia de Oliveira, Cantar de Emigração, em homenagem a todos os emigrantes portugueses espalhados por todo o mundo.


Bom domingo!