26 julho 2015

PAULO FLORES



PAULO FLORES

 

Paulo Flores, autor, compositor e intérprete, é uma das principais referências na música de Angola e um defensor incansável do Semba.

Paulo Flores, nasceu em Luanda, a 2 de Julho de 1972, mas mudou-se para Lisboa durante a sua infância.

As suas canções trazem temas diversos como, o Amor, a vida quotidiana dos Angolanos, a guerra civil e a corrupção. 

É com Carlitos Vieira Dias, célebre guitarrista dos palcos angolanos nos anos 70 que Paulo Flores faz as suas primeiras incursões no Semba tradicional, autêntico, original, ritmos marcados por guitarras e melodias em tons menores.

As suas composições seduzem e emocionam e falam também de esperança. 

Canta histórias pessoais e colectivas que exprimem desejos do quotidiano. 

Usa palavras e frases do português, até mesmo do inglês, do kimbundu e do calão de Luanda na sua língua portuguesa, justapondo subtilmente os seus contrastes.


1988 - Com apenas 16 anos grava na Rádio de Luanda Kapuete Kamundanda, onde o tema “Cherry” protagoniza um novo género musical, a Kizomba (que significa Festa em kimbundu), fusão de ritmos do zouk das Antilhas com elementos do Congo e de Angola, com grande predominância de teclados electrónicos.

 

1990 - Sassasa


1991 - Coração Farrapo

1992 - Thunda Mu N´jilla

Os álbuns Sassasa (1990), e Thunda Mu N’jilla (1992) são os principais sucessos que fazem de Paulo Flores um ícone da música de Angola em Portugal.


1993 - Brincadeira tem hora

Paulo Flores procura novos sons e introduz alguns Sembas e Kazukutas no seu repertório.


1995 - Inocente

Nesta gravação, encontramos um género de cantos dolorosos (na tradição dos lamentos angolanos) alternando com ritmos de dança que associam instrumentos acústicos e eléctricos, na vontade de criar um Semba que correspondesse aos seus sentimentos, um Semba de fusão entre a tradição e o moderno.



1998 - Perto do fim

Neste disco reúne grandes músicos de Angola (Simmons Massini, Moreira Filho, Marito Furtado, Rufino Cipriano e Joãozinho Morgado, entre outros). “Mana Chiquita”, “Fim de Semana”, “Dinheiro Não Chega”, “Serenata a Angola” são alguns dos sucessos deste álbum. Paulo Flores consagra-se como a principal referência da música de Angola da sua geração.


2001 - Recompasso

O Paulo Flores é aquela coisa, aquele artista que se construiu ano após ano, expandindo as fronteiras da sua música à medida que vai ganhando idade, incorporando novos sabores, novos temperos aos seus cozinhados sonoros, juntando culturas essencialmente africanas e outras que de África saíram para se irem enraizar e desenvolver noutras paragens, como o Samba (neto do Semba) ou o Reggae. Este disco é um clássico, com colaborações de grandes músicos tipo Jacques Morelembaum, Tito Paris e artistas da geração seguinte como Lura e Sara Tavares. É um deleite e altamente aconselhável.


2003 - Xé Povo 

Este disco, traz melodias, sonoridades e palavras que reflectem a grande diversidade do seu universo poético e musical de Paulo Flores. Excelentes músicos participam nestes álbuns: Ciro Bertini, com quem colabora desde os anos 90, Betinho Feijó, Carlos Burity, Tito Paris, Lura e Sara Tavares, entre outros.


2003 -  The Best

É editada uma colectânea de êxitos


2004 - Ao Vivo

A gravação do primeiro DVD e Cd ao vivo do músico e compositor angolano Paulo Flores acontece entre os dias 05, 06 e 07 de Maio de 2004,  no cine Karl Marx, em Luanda, durante três espectáculos programados para aquela sala de diversão.


2009 - Ex-Combatentes

A trilogia ExCombatentes (“Viagens”, “Sembas” e “ Ilhas”), 27 temas, foi apresentada em Portugal no Cinema São Jorge e na Casa da Música, num espectáculo que contou com a participação especial de Jaques Morelenbaum. Um trabalho extenso, condensado, elegante e sincero, da vida e da arte de Paulo Flores. Uma arte de encontros (Manecas Costa, “Samba em Prelúdio” com Mayra Andrade, entre tantos outros…), de descobertas e de grande maturidade artística. ExCombatentes é uma homenagem ao povo angolano, a todos aqueles que viveram o período de guerra, à coragem e à dignidade de um povo que não ganhou a guerra mas sim a paz. Paulo Flores exprime dúvidas e interrogações sobre uma existência angolana que vê projectada no mundo. Angola de hoje não é mais a da sua infância.


2012 - Excombatentes Redux

Paulo Flores vai ao encontro do público francês em Junho de 2012, com o lançamento de ExCombatentes Redux, uma compilação a partir da trilogia ExCombatentes, e dois espectáculos: no Théâtre de la Ville em Paris, com a participação de Mayra Andrade e no Festival Rio Loco em Toulouse, com a participação de Yuri da Cunha e Jaques Morelenbaum. Em instantes mágicos de harmonia e alegria Paulo Flores ofereceu as suas melodias, a sua poesia e a sua pessoa, para fazer partilhar as suas emoções de angolano neste início do século XXI.


2013 - O País Que Nasceu Meu Pai

É o seu último trabalho de originais. Neste disco Paulo Flores procura reavivar a memória do tempo da geração de seus pais, os seus sonhos, os seus ideais, a sua forma de estar, de ser, de pensar, e até de vestir…a sua abertura para o mundo e para a modernidade; os novos sons e as novas formas numa espécie de harmonia com o seu quotidiano, os seus modelos, os seus hábitos e as suas tradições. Neste disco Paulo Flores homenageia esta geração que plantou nos seus quintais a nova africanidade angolana.

Fez este mês 40 anos que deixei Angola, rumo a Portugal. Para todos que comigo cruzaram e palmilharam esse chão barrento e sujo de sangue, nesses dias difíceis de 1975, aqui vai o meu abraço.

Por tudo que atrás foi dito, resolvi trazer ao blogue "Penafiel, terra nossa" um cantor angolano.

Na voz doce e quente, vibrante e grave, de Paulo Flores, vamos ouvir "Serenata a Angola".




- Bom domingo! Boas Férias!