VITORINO
VITORINO
Vitorino
Salomé Vieira, ou apenas Vitorino,
como é conhecido, (Redondo, no Alentejo, onde nasceu em 1942).
Vitorino nasceu no
seio de uma família de músicos e viveu rodeado de música. Praticamente todos os
seus tios tocavam. Seus quatro irmãos também influenciados pela música que
dominava as suas vidas, fizeram-se igualmente músicos. Vitorino é o terceiro
dos cinco irmãos e Janita Salomé é o quarto.
É um cantor onde a
sua música combina o folclore tradicional do Alentejo e o estilo urbano e popular
da sua voz.
Em 1968, cursou
Belas Artes, mas cedo enveredou por circuitos musicais associados a alguma
boémia.
Conheceu Zeca
Afonso, de quem se tornou amigo, quando estava a fazer a recruta no Algarve.
Foi emigrante em
França, estudou pintura e, para poder sobreviver, teve de lavar pratos em restaurantes. Nessa altura um amigo disse-lhe
que poderia ganhar mais a cantar na rua ou no metro do que a lavar pratos.
Aceitou o conselho e resolveu experimentar: era verdade. Largou então os pratos
e agarrou na guitarra.
Em Paris juntou-se
depois, com Sérgio Godinho e José Mário Branco, igualmente emigrados.
Colaborou em
discos de José Afonso, “Coro dos Tribunais”, e Fausto. Actuou no célebre
concerto de 29 de Março de 1974, I Encontro da Canção Portuguesa, que decorreu
no Coliseu dos Recreios.
O seu primeiro
single foi lançado em 1974 (‘Morra Quem Não Tem Amores’), o mesmo ano em que
participa no célebre concerto de 29 de Março de 1974 (no Coliseu) ‘I Encontro
da Canção Portuguesa’.
1975 - Faz precisa
mente este ano 40 anos, que Vitorino lançou o seu primeiro LP, com o título
"Semear Salsa ao Reguinho", disco
esse, que incluía uma das canções mais bonitas do seu reportório: “Menina estás
à janela”.
1977 - Foi editado o disco
"Os Malteses" que inclui "Oh Beja, Terível Beja", uma evocação ao
tempo em que cumpriu o serviço militar obrigatório naquela cidade alentejana.
1978 - O Grupo de Cantares
do Redondo, da qual fazia parte, lançou o disco "Canto da Terra".
1979 - Sai o álbum "Não
Há Terra Que Resista - Contraponto", que inclui o tema "Dá-me Cá Os
Braços Teus".
1980 - "Romances",
editado conta com a colaboração especial de Pedro Caldeira Cabral. "Indo
Eu Por I Abaixo" e "Laurinda" são algumas das canções deste
disco. Vitorino começa assim a ser o cantor do Alentejo, a «Terra Vermelha»
portuguesa das planícies verdes e frescas da Primavera ou douradas e
escaldantes do Verão.
1983 - É editado o álbum
"Flor de la Mar", que incluiu temas como "Queda do
Império", com Filipa Pais, "Cervejaria da Trindade",
"Marcha Ingénua" e "Dama de Copas".
1984 - É lançado no Outono "Leitaria
Garrett". Nele podemos ouvir: "Tinta Verde", "Leitaria
Garrett", "Tragédia da Rua das Gáveas", "Andando Pela
Vida", "Poema", "Menina Estás À Janela" (com o Opus
Ensemble) e "Postal para D. João III" são alguns dos temas.
1985 - Em Dezembro desse ano
foi editado o álbum "Sul" com temas como "Meninas",
"Sul" e "Homens do Largo".
1988 - Aparece o álbum
"Negro Fado". O disco inclui temas como "Vou-me Embora",
"Negro Fado", "Flor de Jacarandá" e uma versão em crioulo
de "Joana Rosa".
O disco vence o Prémio José
Afonso.
1989 - Foi lançado em
Novembro de 1989 "Cantigas de Encantar", com a participação dos seus
sobrinhos. O disco inclui um livro com dez histórias populares.
1990 - Surgiu com o quarteto Lua Extravagante, com Filipa
Pais e os seus irmãos Janita e Carlos Salomé.
1992 - Com o álbum "Eu
Que Me Comovo Por Tudo E Por Nada", com textos de António Lobo Antunes.
Este disco venceu o Prémio
José Afonso/93 e o Se7e de Ouro/92 para música popular.
1993 - Foi editada a
compilação "As Mais Bonitas" com regravações de "Laurinda"
e de "Menina Estás À Janela" e a gravação de Vitorino para "Ó
Rama Ó Que Linda Rama".
1995 - O álbum "A
Canção do Bandido", editado em Novembro de 1995, inclui canções como
"Nomes do Amor", "Fado da Prostituta", "Tocador de
Concertina" e "Fado Alexandrino”.
Foi fundador do projecto Rio
Grande juntamente com Rui Veloso, Tim, João Gil e Jorge Palma.
1996 - Em Dezembro, este
grupo grava o disco de estreia, CD "Rio Grande", que obtem 4 discos
de platina.
Em Dezembro de 1997 é
editado o álbum "Dia de Concerto" com gravações ao vivo dos Rio
Grande.
Vitorino, Janita Salomé, Rui
Alves, Ricardo Rocha e João Paulo Esteves da Silva apresentaram no CCB, no
âmbito do festival dos 100 dias da Expo-98, os dois espectáculos "A Utopia
e a Música" onde apresentaram um repertório menos conhecido de Zeca
Afonso.
Com a brasileira Elba
Ramalho participou, em 1999, num dos programas "Atlântico" de Eugénia
Melo e Castro.
Em 1999 gravou um disco em
Cuba com o Septeto Habanero. "Desde El Día En Que Te Vi" e "Toda
Una Vida" foram os temas em maior destaque do disco "La Habana
99".
2001 - Em Novembro de 2001
foi editado "Alentejanas e Amorosas". O disco inclui os temas
"Vou-me Embora Vou Partir", "Alentejanas e Amorosas",
"Meu Querido Corto Maltese","Ausência em Valsa", "Cão
Negro", "Constança", "Bárbara Rosinha", "Dona dos
Olhos Castanhos", "Paixão e Dúvida", "Mariana à
Janela", "Coração ao Deus Dará" e "Guerrilha
Alentejana". Inclui também o tema da série "Estação da Minha
Vida".
2002 - Sai uma compilação
"As Mais Bonitas 2 - Ao Alcançe da Mão" é editada em finais de 2002.
Inclui os inéditos "Galope" e "O Dia Em Que Me Queiras".
Colabora num dos temas do projecto Cabeças No Ar.
"Ao Alcance da
Mão" é o nome de um 'songbook', editado em Junho de 2003 pela editora D.
Quixote, com 25 canções do seu repertório. O livro é acompanhado de um CD onde
interpreta os temas "Menina Estás à Janela", "Queda do Império"
e "Alentejanas e Amorosas".
2004 - Em Abril de 2004 foi
lançado o disco “Utopia”, de Vitorino e de Janita Salomé, com o registo dos
dois concertos realizados no CCB em Fevereiro de 1998.
Ainda em 2004 é editado o
álbum "Ninguém Nos Ganha Aos Matraquilhos!" que contou com a
colaboração de nomes como Rui Veloso, Manuel João Vieira e Sílvia Filipe.
2006 - A completar 30 anos
de carreira, foi editada em Fevereiro de 2006 a compilação "Tudo" com
50 canções em três discos temáticos subordinados ao "O Alentejo",
"Lisboa" e "O Amor".
2006 - Em Abril de 2006,
Manuel Freire, Vitorino e José Jorge Letria cantaram Abril aos mais novos no
disco "Abril, Abrilzinho" que foi lançado através do jornal Público.
2007 - Em 9 e 13
de Maio de 2007 dá concertos ao vivo em Lisboa, no Teatro da Trindade, dos
quais resultou o CD intitulado AO VIVO — Vitorino a preto e branco.
2009 - Publica o
CD TANGO, El Perro Negro Canta, gravado em Buenos Aires, na Argentina,
mas com três temas gravados em Lisboa, o qual dedicou à memória do pintor João
Vieira, que lhe ilustrou as capas desde o CD Tudo.
2010 - Para a
comemoração do centenário da implantação da República, em 5 de outubro de 2010,
com a colaboração do Jornal de Notícias e o Montepio Geral e o apoio do Fundo
Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores, publica um CD de 2 originais
intitulado Viva A República, Viva.
2012 - É editado o cd Moda Impura dos irmãos Vitorino e Janita Salomé.
Nele se misturam sons tradicionais Alentejanos com letras de António Lobo
Antunes
2011 - Na
devoção à identidade e alma alentejana da Adega Mayor, produtor de
Campo Maior, e a boa relação entre ambos, foram o mote para esta associação
entre o vinho e a música, que agora se traduz na edição especial “Vitorino
Salomé Tinto 2011″.
Este vinho,
que pretende ser uma homenagem à cultura e tradições alentejanas, chega-nos num
pack de duas garrafas, que inclui ainda um CD exclusivo de seis temas de
Vitorino, entre eles o inédito “Saias de Montemayor”, composto propositadamente
para o projecto.
E com vinho
ou sem vinho, vamos brindar à boa música portuguesa, com uma cantiga com
Vitorino no canto e Manuel da Fonseca a dizer parte do seu poema "O Maltês",
com alma e coração alentejano.
- Bom
domingo!
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