26 abril 2015

VITORINO



VITORINO


Vitorino Salomé Vieira, ou apenas Vitorino, como é conhecido, (Redondo, no Alentejo, onde nasceu em 1942). 

Vitorino nasceu no seio de uma família de músicos e viveu rodeado de música. Praticamente todos os seus tios tocavam. Seus quatro irmãos também influenciados pela música que dominava as suas vidas, fizeram-se igualmente músicos. Vitorino é o terceiro dos cinco irmãos e Janita Salomé é o quarto.

É um cantor onde a sua música combina o folclore tradicional do Alentejo e o estilo urbano e popular da sua voz.

Em 1968, cursou Belas Artes, mas cedo enveredou por circuitos musicais associados a alguma boémia.

Conheceu Zeca Afonso, de quem se tornou amigo, quando estava a fazer a recruta no Algarve.



Foi emigrante em França, estudou pintura e, para poder sobreviver, teve de lavar pratos em restaurantes. Nessa altura um amigo disse-lhe que poderia ganhar mais a cantar na rua ou no metro do que a lavar pratos. Aceitou o conselho e resolveu experimentar: era verdade. Largou então os pratos e agarrou na guitarra. 

Em Paris juntou-se depois, com Sérgio Godinho e José Mário Branco, igualmente emigrados.

Colaborou em discos de José Afonso, “Coro dos Tribunais”, e Fausto. Actuou no célebre concerto de 29 de Março de 1974, I Encontro da Canção Portuguesa, que decorreu no Coliseu dos Recreios.


O seu primeiro single foi lançado em 1974 (‘Morra Quem Não Tem Amores’), o mesmo ano em que participa no célebre concerto de 29 de Março de 1974 (no Coliseu) ‘I Encontro da Canção Portuguesa’.



1975 - Faz precisa mente este ano 40 anos, que Vitorino lançou o seu primeiro LP, com o título "Semear Salsa ao Reguinho",  disco esse, que incluía uma das canções mais bonitas do seu reportório: “Menina estás à janela”.



1977 - Foi editado o disco "Os Malteses" que inclui "Oh Beja, Terível Beja", uma evocação ao tempo em que cumpriu o serviço militar obrigatório naquela cidade alentejana. 



1978 - O Grupo de Cantares do Redondo, da qual fazia parte, lançou o disco "Canto da Terra".




1979 - Sai o álbum "Não Há Terra Que Resista - Contraponto", que inclui o tema "Dá-me Cá Os Braços Teus".



1980 - "Romances", editado conta com a colaboração especial de Pedro Caldeira Cabral. "Indo Eu Por I Abaixo" e "Laurinda" são algumas das canções deste disco. Vitorino começa assim a ser o cantor do Alentejo, a «Terra Vermelha» portuguesa das planícies verdes e frescas da Primavera ou douradas e escaldantes do Verão.




1983 - É editado o álbum "Flor de la Mar", que incluiu temas como "Queda do Império", com Filipa Pais, "Cervejaria da Trindade", "Marcha Ingénua" e "Dama de Copas".




1984 - É lançado no Outono "Leitaria Garrett". Nele podemos ouvir: "Tinta Verde", "Leitaria Garrett", "Tragédia da Rua das Gáveas", "Andando Pela Vida", "Poema", "Menina Estás À Janela" (com o Opus Ensemble) e "Postal para D. João III" são alguns dos temas.




1985 - Em Dezembro desse ano foi editado o álbum "Sul" com temas como "Meninas", "Sul" e "Homens do Largo".



1988 - Aparece o álbum "Negro Fado". O disco inclui temas como "Vou-me Embora", "Negro Fado", "Flor de Jacarandá" e uma versão em crioulo de "Joana Rosa".
O disco vence o Prémio José Afonso.




1989 - Foi lançado em Novembro de 1989 "Cantigas de Encantar", com a participação dos seus sobrinhos. O disco inclui um livro com dez histórias populares.



1990 - Surgiu com o quarteto Lua Extravagante, com Filipa Pais e os seus irmãos Janita e Carlos Salomé.



1992 - Com o álbum "Eu Que Me Comovo Por Tudo E Por Nada", com textos de António Lobo Antunes.
Este disco venceu o Prémio José Afonso/93 e o Se7e de Ouro/92 para música popular.




1993 - Foi editada a compilação "As Mais Bonitas" com regravações de "Laurinda" e de "Menina Estás À Janela" e a gravação de Vitorino para "Ó Rama Ó Que Linda Rama".




1995 - O álbum "A Canção do Bandido", editado em Novembro de 1995, inclui canções como "Nomes do Amor", "Fado da Prostituta", "Tocador de Concertina" e "Fado Alexandrino”.


Foi fundador do projecto Rio Grande juntamente com Rui Veloso, Tim, João Gil e Jorge Palma.




1996 - Em Dezembro, este grupo grava o disco de estreia, CD "Rio Grande", que obtem 4 discos de platina.



Em Dezembro de 1997 é editado o álbum "Dia de Concerto" com gravações ao vivo dos Rio Grande.

Vitorino, Janita Salomé, Rui Alves, Ricardo Rocha e João Paulo Esteves da Silva apresentaram no CCB, no âmbito do festival dos 100 dias da Expo-98, os dois espectáculos "A Utopia e a Música" onde apresentaram um repertório menos conhecido de Zeca Afonso.

Com a brasileira Elba Ramalho participou, em 1999, num dos programas "Atlântico" de Eugénia Melo e Castro.




Em 1999 gravou um disco em Cuba com o Septeto Habanero. "Desde El Día En Que Te Vi" e "Toda Una Vida" foram os temas em maior destaque do disco "La Habana 99".



2001 - Em Novembro de 2001 foi editado "Alentejanas e Amorosas". O disco inclui os temas "Vou-me Embora Vou Partir", "Alentejanas e Amorosas", "Meu Querido Corto Maltese","Ausência em Valsa", "Cão Negro", "Constança", "Bárbara Rosinha", "Dona dos Olhos Castanhos", "Paixão e Dúvida", "Mariana à Janela", "Coração ao Deus Dará" e "Guerrilha Alentejana". Inclui também o tema da série "Estação da Minha Vida".




2002 - Sai uma compilação "As Mais Bonitas 2 - Ao Alcançe da Mão" é editada em finais de 2002. Inclui os inéditos "Galope" e "O Dia Em Que Me Queiras". Colabora num dos temas do projecto Cabeças No Ar.

"Ao Alcance da Mão" é o nome de um 'songbook', editado em Junho de 2003 pela editora D. Quixote, com 25 canções do seu repertório. O livro é acompanhado de um CD onde interpreta os temas "Menina Estás à Janela", "Queda do Império" e "Alentejanas e Amorosas".



2004 - Em Abril de 2004 foi lançado o disco “Utopia”, de Vitorino e de Janita Salomé, com o registo dos dois concertos realizados no CCB em Fevereiro de 1998.




Ainda em 2004 é editado o álbum "Ninguém Nos Ganha Aos Matraquilhos!" que contou com a colaboração de nomes como Rui Veloso, Manuel João Vieira e Sílvia Filipe.




2006 - A completar 30 anos de carreira, foi editada em Fevereiro de 2006 a compilação "Tudo" com 50 canções em três discos temáticos subordinados ao "O Alentejo", "Lisboa" e "O Amor".



2006 - Em Abril de 2006, Manuel Freire, Vitorino e José Jorge Letria cantaram Abril aos mais novos no disco "Abril, Abrilzinho" que foi lançado através do jornal Público.



2007 - Em 9 e 13 de Maio de 2007 dá concertos ao vivo em Lisboa, no Teatro da Trindade, dos quais resultou o CD intitulado AO VIVO — Vitorino a preto e branco.



2009 - Publica o CD TANGO, El Perro Negro Canta, gravado em Buenos Aires, na Argentina, mas com três temas gravados em Lisboa, o qual dedicou à memória do pintor João Vieira, que lhe ilustrou as capas desde o CD Tudo



2010 - Para a comemoração do centenário da implantação da República, em 5 de outubro de 2010, com a colaboração do Jornal de Notícias e o Montepio Geral e o apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores, publica um CD de 2 originais intitulado Viva A República, Viva.  


2012 - É editado o cd Moda Impura dos irmãos Vitorino e Janita Salomé. Nele se misturam sons tradicionais Alentejanos com letras de António Lobo Antunes 




2011 - Na devoção à identidade e alma alentejana da Adega Mayor, produtor de Campo Maior, e a boa relação entre ambos, foram o mote para esta associação entre o vinho e a música, que agora se traduz na edição especial “Vitorino Salomé Tinto 2011″.
Este vinho, que pretende ser uma homenagem à cultura e tradições alentejanas, chega-nos num pack de duas garrafas, que inclui ainda um CD exclusivo de seis temas de Vitorino, entre eles o inédito “Saias de Montemayor”, composto propositadamente para o projecto.




E com vinho ou sem vinho, vamos brindar à boa música portuguesa, com uma cantiga com Vitorino no canto e Manuel da Fonseca a dizer parte do seu poema "O Maltês", com alma e coração alentejano.






- Bom domingo!