AS JANEIRAS E OS REIS NOS ANOS 30 EM PENAFIEL
AS
JANEIRAS E OS REIS
NOS
ANOS 30 EM PENAFIEL
Em
1928, o clube de futebol Sport Club de Penafiel, fundou um interessante grupo
musical, composto por 30 figuras, na maior parte jogadores das diversas
categorias do clube.
O
regente da orquestra e ensaiador da mesma, era o 2,º Sargento José de Matos,
músico da Regimento de Infantaria 6, instalado no quartel de Penafiel.
A
Orquestra Jazz- Sport para além de dar concertos a favor da Santa Casa da
Misericórdia de Penafiel, da Associação Artística de Socorros Mútuos, nas noites
de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro, e nas de 5 para 6 de Janeiro, percorria as
ruas da cidade de Penafiel, a fim de saudar os penafidelenses.
Hoje
há quem as cante aí num pavilhão fora do prazo de validade, sem o encanto, o
entusiasmo e a magia do antigamente.
Era
uma tuna composta de vários instrumentos musicais, desde o bombo à guitarra,
que tocando e cantando alegravam a nossa terra dando lugar a que as artérias se
enchessem de numeroso público interessado em ouvir as piadas e os ditos que os compères
(dois sujeitos de cartola de coco e de calças de fantasia), transmitiam aos
presentes em cumprimento do programa previamente estabelecido e aprovado pela
censura.
Havia
certas casas que a Orquestra visitava e, quase sempre, os vidros das portas sofriam
grande destroço nessas noites porque a assistência queria romper a todo o
transe, fosse de que maneira fosse, de nada valendo as ordens do dono da casa
no sentido de haver método na entrada.
A
Orquestra-Jazz Sport saiu para a rua durante alguns anos mantendo o exclusivo
dessa actividade nas noites de boas-festas (anos 30), até que, numa atitude de
rivalidade, apareceu mais tarde a Orquestra- Jazz União, produto do outro grupo
desportivo da cidade União Desportiva Penafidelense.
Daí
em diante é que a coisa redobrou de animação nas noites de Janeiras e Reis, por
virtude da actuação das duas orquestras que procuravam, cada uma delas ser
superior à outra.
As
opiniões dividiam-se, a discursão redobrava de intensidade e os vidros das portas
das casas visitadas continuavam a desaparecer em estilhaços não obstante a
distribuição de murros e bordoadas por parte das pessoas encarregadas de velar
pela sua integridade.
Partidários
do Sport e do União travavam azeda polémica parecendo que a rivalidade do campo
se estendia à rua!...
Certo
ano a Orquestra do União causou um certo sucesso, ao se apresentar, na noite de
Reis, com os seus três compères montados em cavalos dos moleiros do Cavalum e
com indumentária de Reis Magos.
Com
o decorrer dos anos, a Orquestra-Jazz Sport desapareceu, para dar lugar à
Orquestra Jazz Albardófila que deu continuidade a esta tradição de cantar as
Janeiras e os Reis.
A
Orquestra-Jazz União, essa desapareceu para sempre o que contribuiu para
reduzir o valor dessas animadas noites.
Aqui
ficam os nomes de alguns elementos que fizeram parte da Orquestra- Jazz Sport
mais tarde Orquestra- Jazz Albardófila:
Bernardino
José de Oliveira
João
Oliveira
Irmãos
José e Augusto de Sousa
Manuel
da Silva Almeida
Américo
Clemente Ferreira
Alberto
Teixeira
Alberto
Vieira
Sargento
Francisco da Costa Chicória
Sargento
José de Matos
José
Teixeira Estrela
José
Augusto Baptista
Antero
Nogueira
António
Ribeiro
Joaquim
Moreira
Alberto
Silveira
António
Melo
Albano
Moreira da Silva
Jorge
Saraiva
António
Mário Pinto da Costa
José
Martins
António
Soares dos Reis
João
de Carvalho Moreira
Gregório
de Freitas Nunes
Sargento
António da Rocha
Alberto
Oliveira
Joaquim
Rocha Leal
Miguel
Pinto Leal
Sargento
Costa Pinto
Todas
estas coisas, não passam de lembranças de um tempo em que a rivalidade
desportiva entre o Sport e o União, dois grupos desportivos que existiam em
Penafiel, se estendia à música para alegria dos penafidelenses, nas noites de
Ano-Novo e Reis.
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