S. VICENTE, MOÇO E MÁRTIR
S.
VICENTE, MOÇO E MÁRTIR
O milagroso São
Vicente, Moço e Mártir, com o seu corpo incorrupto, repousa num altar lateral, no
interior da Igreja da Ordem Terceira do Carmo na cidade de Penafiel, dentro
de uma bela urna de madeira dourada, vestido com ricos panos de seda, à maneira
dos antigos nobres romanos, tendo colocado na frente um vitral, podendo os
fiéis vê-lo e venerá-lo perfeitamente.
Chama-se moço e
mártir, para o distinguir dos outros Vicentes que também foram santos e
mártires, pois teria apenas 12 anos, ou pouco mais, à hora do martírio e, por
isso se intitula Moço e Mártir.
Para evitar
dúvidas ou futuras mistificações, o Concílio Tridentino, convocado em 1545,
pelo Papa Paulo III, em Trento, cidade do Tirol, no norte de Itália, decretou
que, de então em diante, não deviam ser recebidas novas relíquias, a não ser
que o Bispo as reconhecesse e aprovasse.
Estava praticamente,
estabelecida a necessidade do certificado.
O Código de
Direito Canónico veio, por fim, regular o assunto.
Assim, no cânone
1283, 1, determina que só poderão ser objecto de culto público as relíquias
legitimamente autenticados, ou seja, aprovados e reconhecidos como autênticos
por um Cardeal, ou Ordinário do lugar, ou outro eclesiástico devidamente
autenticado.
Graças ao
esforço ou teimosia do tesoureiro da Venerável Ordem Terceira da N. S. do Carmo
de Penafiel, Sr. José Maria da Rocha Quintas. No ano de 1955 foi encontrado o
documento chave do culto do nosso S. Vicente. Trata-se da autêntica das
relíquias, há tanto procurada. O documento chama-se:
Vicente - dono deminus ... Sacrum Corpus
- Como veio o S.
Vicente até nós?
Os mesários da
Ordem Terceira do Carmo de Penafiel, pediram o corpo de S. Maurício mártir,
mas, como tal relíquia não existia, tiveram que resignar-se a aceitar uma das
que lhe eram indicadas numa carta datada de 2 de Julho de 1825, onde figurava o
nome de um jovem mártir, S. Vicente, o Moço.
Por conta de
Lisboa, de 31 de Outubro de 1826, as despesas em Roma foram de 130$600, e somou
tudo 222$110, ou seja na moeda corrente 300 €, foi quanto custou o corpo de S.
Vicente, posto em Penafiel.
António Joaquim
de Carvalho passou recibo desta importância ao Sr. José Joaquim de Sousa
Cirnes, Secretário da Ordem em Penafiel, a 4 de Janeiro de 1827.
Pouco tempo
esteve S. Vicente sem festa com missa própria, desde que foi retirado das
catacumbas do cemitério de Santa Ciríaca em Roma.
Segundo o
Indulto da Sagrada Congregação dos Ritos, de 13 de Setembro de 1878, a festa de
S. Vicente poder-se-á celebrar no 4.º ou 5.º domingo de Julho.
Bispo do Porto de 1871 a 1899 |
Por despacho ao
requerimento, em que os Mesários da Ordem Terceira de N.S. do Carmo de
Penafiel, solicitavam do Prelado do Porto, Cardeal D. Américo Ferreira dos
Santos Silva, autorização para expor ao público em devido lugar o Corpo de S.
Vicente, era dada comissão, em 11 de Dezembro de 1826, ao Juiz dos Resíduos
para proceder ao exame determinado pela constituição e informar.
Logo a 15 do
mesmo mês e ano, o dito senhor informava que procedeu ao exame determinado e
achou o Corpo do Santo, conforme ao Brevê junto.
Três dias
depois, ou seja no dia 18 de Dezembro de 1826, foi dada licença canónica para a
exposição pública do Corpo de S. Vicente, que era reconhecido por verdadeiro,
pelo que, no próximo dia 18, faz 188 anos, que o S. Vicente está exposto aos
fiéis, na Igreja do Carmo em Penafiel.
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