11 dezembro 2014

S. VICENTE, MOÇO E MÁRTIR



S. VICENTE, MOÇO E MÁRTIR


O milagroso São Vicente, Moço e Mártir, com o seu corpo incorrupto, repousa num altar lateral, no interior da Igreja da Ordem Terceira do Carmo na cidade de Penafiel, dentro de uma bela urna de madeira dourada, vestido com ricos panos de seda, à maneira dos antigos nobres romanos, tendo colocado na frente um vitral, podendo os fiéis vê-lo e venerá-lo perfeitamente. 

Chama-se moço e mártir, para o distinguir dos outros Vicentes que também foram santos e mártires, pois teria apenas 12 anos, ou pouco mais, à hora do martírio e, por isso se intitula Moço e Mártir.

Para evitar dúvidas ou futuras mistificações, o Concílio Tridentino, convocado em 1545, pelo Papa Paulo III, em Trento, cidade do Tirol, no norte de Itália, decretou que, de então em diante, não deviam ser recebidas novas relíquias, a não ser que o Bispo as reconhecesse e aprovasse. 

Estava praticamente, estabelecida a necessidade do certificado.

O Código de Direito Canónico veio, por fim, regular o assunto.

Assim, no cânone 1283, 1, determina que só poderão ser objecto de culto público as relíquias legitimamente autenticados, ou seja, aprovados e reconhecidos como autênticos por um Cardeal, ou Ordinário do lugar, ou outro eclesiástico devidamente autenticado.


Graças ao esforço ou teimosia do tesoureiro da Venerável Ordem Terceira da N. S. do Carmo de Penafiel, Sr. José Maria da Rocha Quintas. No ano de 1955 foi encontrado o documento chave do culto do nosso S. Vicente. Trata-se da autêntica das relíquias, há tanto procurada. O documento chama-se: 

Vicente - dono deminus ... Sacrum Corpus

- Como veio o S. Vicente até nós?

Os mesários da Ordem Terceira do Carmo de Penafiel, pediram o corpo de S. Maurício mártir, mas, como tal relíquia não existia, tiveram que resignar-se a aceitar uma das que lhe eram indicadas numa carta datada de 2 de Julho de 1825, onde figurava o nome de um jovem mártir, S. Vicente, o Moço. 

Por conta de Lisboa, de 31 de Outubro de 1826, as despesas em Roma foram de 130$600, e somou tudo 222$110, ou seja na moeda corrente 300 €, foi quanto custou o corpo de S. Vicente, posto em Penafiel.

António Joaquim de Carvalho passou recibo desta importância ao Sr. José Joaquim de Sousa Cirnes, Secretário da Ordem em Penafiel, a 4 de Janeiro de 1827. 


Pouco tempo esteve S. Vicente sem festa com missa própria, desde que foi retirado das catacumbas do cemitério de Santa Ciríaca em Roma.

Segundo o Indulto da Sagrada Congregação dos Ritos, de 13 de Setembro de 1878, a festa de S. Vicente poder-se-á celebrar no 4.º ou 5.º domingo de Julho.

Bispo do Porto de 1871 a 1899

Por despacho ao requerimento, em que os Mesários da Ordem Terceira de N.S. do Carmo de Penafiel, solicitavam do Prelado do Porto, Cardeal D. Américo Ferreira dos Santos Silva, autorização para expor ao público em devido lugar o Corpo de S. Vicente, era dada comissão, em 11 de Dezembro de 1826, ao Juiz dos Resíduos para proceder ao exame determinado pela constituição e informar.
Logo a 15 do mesmo mês e ano, o dito senhor informava que procedeu ao exame determinado e achou o Corpo do Santo, conforme ao Brevê junto.


Três dias depois, ou seja no dia 18 de Dezembro de 1826, foi dada licença canónica para a exposição pública do Corpo de S. Vicente, que era reconhecido por verdadeiro, pelo que, no próximo dia 18, faz 188 anos, que o S. Vicente está exposto aos fiéis, na Igreja do Carmo em Penafiel.