UM ANO DEPOIS
UM
ANO DEPOIS
Na pirâmide social, as
classes mais importantes, aparecem com a profissão antes do nome, ou seja:
Padre Manuel,
Engenheiro Almeida, Doutor Joaquim, Professor Cunha, etc..
Os das artes e ofícios,
lê-se o nome seguido da profissão, por exemplo:
Miguel electricista,
Serafim barbeiro, Rocha sapateiro, e por aí fora.
Ainda há os que são
catalogados pela posição geográfica do seu estabelecimento como: o Zé do
Cantinho e o Martins da esquina.
Outros colam o nome da
casa onde exercem a sua profissão ao do próprio, é o caso do Sr. Ricardo dos
Abílios, o Sr. Zéquinha da farmácia, o Sr. Freitas da Mimosa, e muitos outros.
Por falar na Casa
Mimosa, veio-me à memória, que no próximo dia 31 de Dezembro de 2014, faz um
ano que a Casa Mimosa encerrou de vez as suas portas.
A casa Mimosa, abriu as
suas portas no mês de Julho do ano de 1952.
Era propriedade da
firma Abílio Júlio Barbosa & Companhia, Sucrs, do Sr. Adriano Alves Barbosa
e Alfredo Sampaio Mesquita.
Na construção desta
obra intervieram, na concepção do seu traçado, o Sr. Eng.º Fernando Graça e o
Arquitecto J. Pinto dos Reis e Manuel d’Ávila.
Foram fornecedores de
materiais:
Albino de Matos, P.
& Barros, Lda., de Penafiel, a Lapidadora Lda., da Av. Dos Aliados do
Porto, cristais e revestimentos de fachada.
A parte eléctrica
esteve a cargo da Electrificadora Penafidelense, a carpintaria foi executada
pelo mestre-de-obras Augusto Alves Ferreira, a parte de serralharia por Luís
Maria da Silva e os mosaicos pela Social do Norte Lda, do Porto.
A Mimosa, quer pelo bom
gosto do seu enorme sortido que satisfazia, cabalmente as mais requintadas e
finas exigências, quer pela honestidade e modicidade dos seus preços, soube-se
impor estética e comercialmente na cidade de Penafiel.
Na Casa Mimosa, encontravam-se
artigos para homens, senhoras e crianças, predominando as sedas, as lãs, os
estampados, camisaria, malhas e miudezas.
Na abertura desta casa
comercial a Mimosa, era gerente o meu tio Sr. Virgílio de Oliveira, conhecido
na urbe pelo Sr. Virgílio da Mimosa.
Em 1962, o jornal
Notícias de Penafiel, promoveu um Concurso de Montras, tendo como tema o Natal,
e usando como base os artigos à venda nos respectivos estabelecimentos
comerciais, tendo a Casa Mimosa vencido o mesmo.
Com o terminar do ano 2013,
encerrou a casa Mimosa, sendo o seu gerente o Sr. Freitas da Mimosa, e tendo
como seu colaborador o nosso amigo Adão da Mimosa.
Quando iniciei este
texto, não era minha intenção vir desaguar na Casa Mimosa, mas o meu gatinho,
sempre atento ao que escrevo, segredou-me estas coisas ao ouvido, e fruto da
nossa amizade, fiz-lhe a vontade.
A todos desejo
continuação de Boas-Festas, e um BOM ANO 2015.
1 Comments:
Grande casa, grande gente....eu tive a honra e o privilégio de desfrutar de muitos dos artigos desta casa durante muitos anos pois era a afortunada afilhada do seu tio, Sr. Virgilio de Oliveira e o aniversário, o Natal ou a Páscoa eram eventos dignos de investimento e mimos na afilhada. O sr. Freitas ainda é primo da familia e por fim o Adão veio completar o bom ambiente, ou não fosse ele um amante da pesca como o meu padrinho e o meu pai....enfim, ir à casa Mimosa era como estar em casa e essas recordações nunca deixarão de existir nem nunca deixarão de enobrecer a nossa cidade. Um abraço Fernando e votos de um feliz e próspero 2015.
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