MORTOS DE 1.ª e 3.ª CATEGORIA
MORTOS
DE 1.ª e 3.ª CATEGORIA
No monumento aos Mortos
da Grande Guerra, na Praça Municipal em Penafiel, foi-lhe colocado no
rés-do-chão em estilo de campa rasa os nomes dos camaradas mortos na Guerra do
Ultramar.
Se nos anos de guerra colonial, eram
apelidados de carne para canhão, depois de tudo darem pela pátria, passaram a
mortos de 3.ª categoria.
Realmente esta gente
ainda não compreendeu, ou não quer saber, que este monumento nada diz à Guerra
Colonial.
Assim temos mortos no
1.º andar (Grande Guerra), e outros no rés-do-chão (da Guerra Colonial). Será que
esta postura se deve a uns terem ganho a guerra e outros a perderam?
Uma coisa tenho a
certeza, quem dá a sua vida em defesa da Pátria, dá o melhor que tem de seu, e
merece muito mais respeito e dignidade.
Mas o que é preciso é
festa, medalhas, inaugurações, e se forem seguidas de uns comes e bebes muito
melhor.
Se dantes tínhamos uma
placa ao alcance de uma alçada de perna para uma mijadela de cão, agora até
podem fazer as suas necessidades.
O que dirá aos
combatentes do ultramar a batalha de La Lys ou o Armistício? Nada.
Enquanto não separarmos
as coisas, este monumento será sempre dos mortos da Grande Guerra e serão
sempre relegados para segundo plano os mortos da Guerra Colonial.
Será que os seus
promotores, andaram nas picadas de terra barrenta, e calcorrearam a savana
africana? Creio que não.
Porque não aproveitar
este maciço de granito quadrangular, para colocarem nas suas faces os nomes dos
combatentes que tombaram na Guerra Colonial?
Até que deste quartel
saíram muitos batalhões para a guerra, e os nomes dos camaradas mortos também
ficavam no 1.º andar.
Assim, a Batalha de La
Lys e o Armistício seriam comemorados nas devidas datas junto ao monumento dos
mortos da Grande Guerra e junto ao quartel seriam as cerimónias dedicadas à
Guerra do Ultramar, ou na data do seu início 4 de Fevereiro, ou quem sabe no
dia da saída do 1.º contingente do RAL 5 para Angola.
Bem sei que esta gente
não é muito pensante, e na terra onde se faz uma escultura ao comboio numa rua
onde ele nunca lá passou, nada disto me espanta.
4 Comments:
Resta saber se os nossos camaradas que morreram pela Pátria se auto intitulavam mortos do Ultramar Português ou mortos da Guerra Colonial? Não será uma sacanice chamá-los daquilo que eles se calhar não gostavam? Proponho que se passem a chamar guerras de África e assim acabam-se os juizos de valor!
Os mortos da Guerra Colonial, também engloba os camaradas que tombaram na Índia, que geograficamente não fica no continente africano.
Fernando Oliveira, quer a linguagem quer o sentido que entendeu dar a este seu 'post', são um nojo!
São opiniões. Há quem goste e quem não goste.
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