TRAVADINHA
TRAVADINHA
António
Vicente Lopes, o violinista conhecido no meio musical por Travadinha,
foi um músico autodidacta de Cabo Verde, nascido na Ilha de Santo
Antão.
Era
violinista e aprendeu a tocar sozinho alguns instrumentos como: viola
de 12 cordas, cavaquinho, violão e violino, encantando quem o ouvia
com as suas mornas e coladeiras, géneros musicais de Cabo Verde.
Ainda
jovem mudou-se para a ilha vizinha de S.Vicente, mais cosmopolita,
onde se fixou e viveu.
Embora
alguns amigos e até músicos de fama, como Luís de Morais e Manuel
Novas, sempre lhe tenham reconhecido o talento, foi só a partir de
1981, depois de uma pequena "tournée" em Portugal, que o
seu nome se popularizou e hoje pode-se dizer que Travadinha é uma
referência obrigatória na música de Cabo Verde.
As
interpretações que faz dos temas populares, sendo profundamente
enraizados na tradição, têm um cunho pessoalíssimo de onde se
destaca uma continua reinvenção da linha melódica e um grande
poder de improvisação, que são notáveis, ainda mais se
considerarmos que para Travadinha a música é apenas passatempo,
pois não existe a profissão de músico no meio social que é o seu.
Travadinha
gravou dois discos:
1983
– Sai o disco “Travadinha no Hot Club” (tradicional clube de
jazz em Lisboa), registo ao vivo de uma actuação de Travadinha
neste clube de jazz em finais de 1982, onde é notório o seu poder de improvisação.
1986
– Grava em Lisboa, no mês de Novembro “Feiticeira de cor
Morena”.
Este
é o último registo em vida de um nome grande da música
Caboverdiana e uma das designadas raridades em vinil.
"Feiticeira de Cor Morena" é um belíssimo
disco que teve a participação da Ana Firmino (voz), Armando Tito
(violas, cavaquinho, baixo, chocalho, reco-reco, voz), Ildo Ramos
(violão) e Micau (bongós, reco-reco, chocalho).
Travadinha
viria a falecer em (1987) pouco tempo depois do lançamento deste
disco.
1996
– Já muito depois da sua morte, o disco "Feiticeira de Cor Morena", aparece em
formato CD, através da etiqueta Musique du Monde com o título “Le Violon Du Cap Vert”.
O
músico Travadinha é, provavelmente, o primeiro violinista a
alcançar notoriedade no exterior de Cabo Verde, gravando em Portugal a sua obra.
Vamos
ouvir o gemer do seu violino, avivado com o seu sentimento na morna
“Papa Juquim Paris”.
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Bom domingo!
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