O FADISTA RODRIGO
O FADISTA RODRIGO
Rodrigo
Ferreira Inácio, nasceu na freguesia da Graça, em Lisboa, no dia 29 de Junho de
1941.
Tinha
12 anos quando pediu aos pais (apercebendo-se das dificuldades financeiras ao
tempo existentes no seio familiar) que o deixassem trabalhar, pois continuaria
os estudos de noite.
Assim,
arranjou o seu primeiro emprego numa grande empresa de peças para automóveis:
UTIC.
Cerca
de um ano mais tarde, o seu padrinho de baptismo colocou-o na Companhia
Colonial de Navegação, onde se manteria até aos 19 anos. Entretanto, completa o
5º Ano do Liceu.
Por
esta altura, trava conhecimento com alguns músicos que estavam em fase de
formação dum grupo vocal, e que mais tarde se viria a chamar “Os Cinco Reis”,
do qual viria a fazer parte tendo assim a oportunidade de realizar a
experiência tão desejada: cantar! Este grupo obteve grande sucesso no início
dos anos 60, tendo participado em muitos programas de televisão, em directo.
Grava um disco de êxito (“O Pepe”), apresentando-se em muitas salas de Lisboa e
não só, donde se destaca o então famosíssimo “Passatempo para Jovens”.
Este conjunto acaba por se desmembrar devido ao serviço militar de alguns dos seus elementos, entre os quais Rodrigo.
Entretanto,
teve uma experiência riquíssima que ainda hoje recorda: passou alguns meses
comprando peixe nas praias e a vendê-lo na Ribeira Lisboeta. Esta experiência
permitiu-lhe lidar de muito perto com os Homens do Mar, criando uma enorme
admiração por toda essa humilde, mas nobre gente, aprendendo com eles muito da
sua filosofia de vida.
Aos
21 anos, vai para França afim de aprender a língua francesa. Na véspera da
partida para Paris, resolve fazer uma festa de despedida com alguns amigos,
passando a noite a fazer aquilo a que normalmente se chama visitar as
“capelinhas”. Terminaram a noite numa casa de fados em Alcântara, a velha
“Cesária".
Incitado
pelos amigos, resolveu participar daquele ambiente fadista cantando o único
fado que sabia, “Biografia do Fado”, celebrizado por um grande senhor do Fado-
Carlos Ramos.
Já
em França, com bastante surpresa sua, o momento que mais recordava, para além
da saudade que sentia da família, era o daquele mágico momento fadista.
Aos 26 anos, Rodrigo regressa em definitivo a Portugal e passa a frequentar e a cantar assiduamente nas casas de Fado amador, a sua grande maioria situadas em Cascais e arredores, onde conhece uma singular geração de fadistas; Teresa Tarouca, António Melo Correia, João Braga, José Pracana, Carlos Zel, Carlos Guedes Amorim, Teresa Siqueira, entre outros. Começou a ser solicitado para espectáculos ao vivo e convidado para a primeira gravação.
No
início dos anos 80 abriu a sua própria casa de Fados, em Birre, nos arredores
de Cascais, "O Arreda", seguiu-se o "Picadeiro" e o
"Estribo" que passou para "Forte D. Rodrigo", dedicando-se
quase em exclusivo à sua grande paixão, o Fado.
Profissionaliza-se
em 1975, mas ainda como amador gravou os seus primeiros discos, como é o caso
de:
1973
- Meu Desejo Sobre o Mar
1974
- Eu Sou Povo e Canto Esperança
1975
- A Última Tourada Real em Salvaterra
Agora
como fadista profissional grava:
1975
- Nada é Pobre Quando é Povo
1976
- Coentros e Rabanetes
1978
- Não Me Importa a Cor da Pele
1980
- Canto ao Fado
1982
- Tanto Te Dei Muito Te Devo
1983
- O Meu Nome é Rodrigo
1985
- O Charme do Fado
1985
- Pérolas
1987
- Rodrigo
1990
- Histórias, Balada e Lendas
1991
- Asas e Raízes
1994
- Velho Marinheiro
1996
- Cais do Sodré
2002
- Marés de Saudade
2008
- O Melhor de Rodrigo
2013
- Grandes Êxitos
Escrito, musicado e cantado pelo grande
fadista Rodrigo vamos ouvir o fado "Cais do Sodré", que retrata as
vivências deste recanto de Lisboa, em tempos não muito distantes.
- Bom domingo!
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