A VOZ SUBLIME DE FILIPA PAIS
- A VOZ SUBLIME DE FILIPA PAIS
Filipa Pais
iniciou a sua carreira artística na dança em 1976 com Margarida de Abreu,
ingressando em 1981 nos cursos de formação profissional do Ballet Gulbenkian e
aí se mantendo até 1984.
Nos três anos
seguintes ruma a Nova Iorque, onde frequenta desenvolve técnicas de dança
moderna, étnicas e ballet clássico.
Paralelamente à
dança, Filipa Pais desenvolve intensa actividade como cantora, colaborando com
inúmeros artistas como Sérgio Godinho, Vitorino, José Mário Branco, Jorge
Palma, Zeca Medeiros, Úxia, Tito Paris, Chico César, Júlio Pereira, João Bosco,
Maria Bethânia, Michael Nyman, Francisco Ribeiro, entre muitos outros.
Depois de
múltiplas colaborações com Vitorino e Janita Salomé, em espectáculos e discos,
é convidada no final dos anos oitenta, para participar no projecto Lua
Extravagante onde assume um grande protagonismo ao lado dos irmãos Salomé
(Vitorino, Janita e Carlos). Em 1991 gravam um disco para a EMI – Valentim de
Carvalho com arranjos despojados, acústicos e
vocalizações surpreendentes, especialmente de Filipa Pais que acaba por ser a
revelação deste projecto.
1994 - Grava o
seu disco de estreia a solo “l’amar”, editado pela Strauss. O disco abre com um
tema tradicional do Alentejo “Vos Omnes” recolhido por Michel Giacometti e a
interpretação de Filipa Pais é sublime e encantatória, lembrando Agnès Buen
Garnas. Segue-se
um tema baseado num poema de Luiz Camões, cheio de lirismo e gravidade, com o
piano de João Paulo Esteves da Silva como companhia principal. Seguem-se dois
temas da autoria do pianista, dos quais se destaca “Danças da Maré”, belíssimo
e a explorar todas as cambiantes da voz de Filipa. Na “Canção do Coração”
Filipa trilha os mesmos caminhos dos Madredeus do início, mas sem se exceder nos
maneirismos vocais. Há mais dois temas tradicionais, um recolhido no Algarve e
outro na Beira Baixa, ambos com excelente desempenho de Filipa e com arranjos
que lhe dão um toque subtil de modernidade. Vitorino e Janita assinam vários
temas, que Filipa Pais aproveita para arrancar excelentes interpretações,
acompanhada a maior parte do tempo pelo piano, ora vibrante ora discreto, de
João Paulo. O tema “Janelinha” da autoria de Pedro Ayres Magalhães, remete para
a sonoridade inicial dos Madredeus. Segue-se um tema de Sérgio Godinho “Bom
Prazer”, mais solto e festivo que o registo geral do disco, mas sem destoar. A
produção de Paulo Pulido Valente e Vitorino, bem como os arranjos de João Paulo
Esteves da Silva, muito contribuem para o elevado nível deste registo ancorado
na tradição, mas aberto à modernidade.
1997 - Filipa
Pais enceta uma colaboração regular com António Chainho, incluindo a
participação no disco “A Guitarra e Outras Mulheres” e em diversos concertos em
Portugal e no estrangeiro.
2003 - Edita o
seu segundo registo em nome próprio “A Porta do Mundo” com produção de Ricardo
Dias e de João Paulo Esteves da Silva. Neste novo trabalho, Filipa Pais
desenvolve o percurso iniciado no trabalho anterior, mantendo uma sonoridade
predominantemente acústica, sendo acompanhada pelo piano de João Paulo, Ricardo
Dias (acordeão, gaita-de-foles), Manuel Rocha (violino), Eduardo Miranda
(bandolim), Yuri Daniel (contrabaixo), Quiné (percussões) e Mário Delgado
(guitarra). Este disco marca também a estreia de Filipa Pais como compositora
no tema “Em Todas as Ruas Te Encontro” baseado num poema de Mário Cesariny.
Alguns dos colaboradores habituais de Filipa Pais contribuem novamente com
letras para este disco como Hélia Correia, Vitorino ou João Afonso. A porta do
mundo abre-se e de lá surge o Principezinho de Exupèry e Corto Maltese para nos
guiarem numa viagem aventurosa para um universo imaginário, com paragens e
revisitações da tradição como nos temas “Não Se Me Dá Que Vindimem”, “Altinho” e
“José Embala o Menino” ou a medieval “Cantiga de Amigo” de D. Sancho I. Os
subtis e elegantes arranjos de Ricardo Dias e de João Paulo potenciam a voz
aquática e cristalina de Filipa Pais, que consegue novamente registar um
excelente disco, mesclando a tradição com a contemporaneidade.
Premiando a
qualidade do disco, Filipa Pias vence o Prémio José Afonso em 2003, um dos mais
importantes galardões da música portuguesa.
2004 - Filipa
Pais e José Peixoto apresentam "Estrela", acompanhados por Mário
Delgado (guitarra), Yuri Daniel (contrabaixo) e Quiné (percussão) e a produção
de Mário Barreiros. "Estrela", resulta de um conjunto de canções que
José Peixoto idealizou para serem cantadas por Filipa Pais, tendo convidado
João Monge para a escrita das letras.
Filipa Pais, é
uma cantora pouco divulgada, e vamos ouvi-la na canção "Dia da
Tentação", com letra de João Monge e música de José Peixoto.
- Bom domingo!
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home