03 fevereiro 2015

ASSIM NASCEU O CAFÉ CENTOPEIA



ASSIM NASCEU
O CAFÉ CENTOPEIA


Em 1 de Novembro de 2012, já tinha publicado neste blogue “Penafiel, terra nossa”, um texto com o título “ Café Centopeia”, mas vou abordar novamente este café, em virtude de me ter chegado à mão a escritura da sociedade que originou este estabelecimento. 

Se nas grandes urbes, muitas tertúlias de café eram de cariz político ou literário, na província as discursões rondavam outros temas.

Desde ao futebol, à criação de grupos excursionistas, à organização de festas, à caixa dos 20 amigos, e por fim vejam bem, para ser criado um novo café.


Este último caso, aconteceu com um grupo de frequentadores do Café Bar, que a dado altura resolveram abrir um novo café na parte norte da cidade.

Como eram muitos os amigos para dar corpo a este novo projecto, resolveram baptizá-lo com o nome de centopeia, que é um animal que para a sua locomoção utiliza muitas patas. 

A sociedade adopta a firma Amado & Companhia Limitada, para todos os seus actos e contratos, e tem a sua sede na Rua Alfredo Pereira, número duzentos e doze, desta cidade de Penafiel, ou seja no Café Centopeia.

Dela faziam parte:

1 – Estevão Amado Pereira de Araújo
2 – António Afonso Pinheiro
3 – Luís da Rocha Barbosa
4 – Joaquim da Rocha Santos
5 – Afonso Augusto Almeida da Silva Pereira
6 – Armando da Cunha Pestana
7 – José Teixeira Barbosa
8 – Manuel Gomes
9 – Albano Ferreira Gomes
10 – José Ferreira Gomes
11 – Álvaro Adriano de Sousa Moreira
12 – António da Rocha
13 – Augusto Vieira Mendes
14 – Carlos Alberto Ferreira Sanhudo
15 – António Hadulindo Soares e Silva
16 – Adão da Rocha Barbosa
17 - Adriano Baptista
18 – Alcides da Rocha Santos de Sousa
19 – José da Silva Carvalho

Todos eles penafidelenses.

O objectivo é a exploração de venda de café à chávena, confeitaria, restaurante, snak-bar e derivados de todos estes ramos.

O capital social foi de noventa e cinco mil escudos em dinheiro, e dele pertence a cota de cinco mil escudos, ou seja na moeda actual 25€ a cada um dos sócios atrás mencionado.

Foi o primeiro café em Penafiel a ter uma máquina de cimbalino, embora também continuasse a servir café e cevada de saco.

Nesse tempo as padarias não se dedicavam à pastelaria, pelo que os pastéis que se vendiam no café Centopeia, vinham todos os dias da Confeitaria Ceres do Porto.

Era o único estabelecimento deste ramo na cidade de Penafiel, que tinha matraquilhos. Por isso não era de admirar que a estudantada da Escola Industrial, quando tinha uma folga, dava um salto ao Centopeia para matraquilhar um pouco. Também chegaram a realizarem-se torneios de matraquilhos.

Anualmente, com referência a trinta e um de Dezembro, será dado balanço geral e os lucros líquidos nele apurados, depois de deduzida a percentagem de cinco por cento, pelo menos, para fundo de reserva legal e as percentagens que a Assembleia Geral em deliberação tomada designar para constituição e reintegração de fundos especiais, assim como os prejuízos, se os houver, serão repartidos pelos sócios na proporção das suas cotas.

Nenhum sócio poderá por si ou por outra interposta pessoa, exercer ramo de comércio ou indústria igual ou idêntico aos que constituem objecto desta sociedade, dentro da área da cidade de Penafiel.


E assim nasceu a 13 de Agosto de 1964, a sociedade Amado & Companhia Limitada, que deu origem ao Café Centopeia, que ainda hoje mantém as suas portas abertas, ao cimo da Rua Alfredo Pereira, em Penafiel, embora com nova roupagem e outra gerência.

1 Comments:

Blogger Francisco E da Rocha said...

Muito bom achar aqui essa historia. Sou filho do sócio nº 12 da lista: António da Rocha que veio ao Brasil e aqui viveu até seu falecimento. Mas tive o privilégio de o acompanhar por diversas vezes nas idas ao Café Centopeia e ali assistir "aulas de Sueca". Bons tempos e é sempre bom repassar essas lembranças. Fique todos Bem!

2:36 da manhã  

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