ASSIM NASCEU O CAFÉ CENTOPEIA
ASSIM
NASCEU
O
CAFÉ CENTOPEIA
Em 1 de Novembro de
2012, já tinha publicado neste blogue “Penafiel, terra nossa”, um texto com o
título “ Café Centopeia”, mas vou abordar novamente este café, em virtude de me
ter chegado à mão a escritura da sociedade que originou este estabelecimento.
Se nas grandes urbes,
muitas tertúlias de café eram de cariz político ou literário, na província as
discursões rondavam outros temas.
Desde ao futebol, à
criação de grupos excursionistas, à organização de festas, à caixa dos 20
amigos, e por fim vejam bem, para ser criado um novo café.
Este último caso,
aconteceu com um grupo de frequentadores do Café Bar, que a dado altura
resolveram abrir um novo café na parte norte da cidade.
Como eram muitos os
amigos para dar corpo a este novo projecto, resolveram baptizá-lo com o nome de
centopeia, que é um animal que para a sua locomoção utiliza muitas patas.
A sociedade adopta a
firma Amado & Companhia Limitada, para todos os seus actos e contratos, e
tem a sua sede na Rua Alfredo Pereira, número duzentos e doze, desta cidade de
Penafiel, ou seja no Café Centopeia.
Dela faziam parte:
1 – Estevão Amado
Pereira de Araújo
2 – António Afonso
Pinheiro
3 – Luís da Rocha
Barbosa
4 – Joaquim da Rocha
Santos
5 – Afonso Augusto
Almeida da Silva Pereira
6 – Armando da Cunha
Pestana
7 – José Teixeira
Barbosa
8 – Manuel Gomes
9 – Albano Ferreira
Gomes
10 – José Ferreira
Gomes
11 – Álvaro Adriano de
Sousa Moreira
12 – António da Rocha
13 – Augusto Vieira
Mendes
14 – Carlos Alberto
Ferreira Sanhudo
15 – António Hadulindo
Soares e Silva
16 – Adão da Rocha
Barbosa
17 - Adriano Baptista
18 – Alcides da Rocha
Santos de Sousa
19 – José da Silva
Carvalho
Todos eles penafidelenses.
O objectivo é a
exploração de venda de café à chávena, confeitaria, restaurante, snak-bar e
derivados de todos estes ramos.
O capital social foi de
noventa e cinco mil escudos em dinheiro, e dele pertence a cota de cinco mil
escudos, ou seja na moeda actual 25€ a cada um dos sócios atrás mencionado.
Foi o primeiro café em
Penafiel a ter uma máquina de cimbalino, embora também continuasse a servir
café e cevada de saco.
Nesse tempo as padarias
não se dedicavam à pastelaria, pelo que os pastéis que se vendiam no café
Centopeia, vinham todos os dias da Confeitaria Ceres do Porto.
Era o único
estabelecimento deste ramo na cidade de Penafiel, que tinha matraquilhos. Por
isso não era de admirar que a estudantada da Escola Industrial, quando tinha
uma folga, dava um salto ao Centopeia para matraquilhar um pouco. Também
chegaram a realizarem-se torneios de matraquilhos.
Anualmente, com
referência a trinta e um de Dezembro, será dado balanço geral e os lucros
líquidos nele apurados, depois de deduzida a percentagem de cinco por cento,
pelo menos, para fundo de reserva legal e as percentagens que a Assembleia
Geral em deliberação tomada designar para constituição e reintegração de fundos
especiais, assim como os prejuízos, se os houver, serão repartidos pelos sócios
na proporção das suas cotas.
Nenhum sócio poderá por
si ou por outra interposta pessoa, exercer ramo de comércio ou indústria igual
ou idêntico aos que constituem objecto desta sociedade, dentro da área da
cidade de Penafiel.
E assim nasceu a 13 de
Agosto de 1964, a sociedade Amado & Companhia Limitada, que deu origem ao
Café Centopeia, que ainda hoje mantém as suas portas abertas, ao cimo da Rua
Alfredo Pereira, em Penafiel, embora com nova roupagem e outra gerência.
1 Comments:
Muito bom achar aqui essa historia. Sou filho do sócio nº 12 da lista: António da Rocha que veio ao Brasil e aqui viveu até seu falecimento. Mas tive o privilégio de o acompanhar por diversas vezes nas idas ao Café Centopeia e ali assistir "aulas de Sueca". Bons tempos e é sempre bom repassar essas lembranças. Fique todos Bem!
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