ESCOTEIROS DE PENAFIEL
ESCOTEIROS DE PENAFIEL
GRUPO 22
Tenente Álvaro Mello Machado |
O primeiro grupo de Escoteiros em terras portuguesas, foi criado em 1911 pelo sr. 1.º Tenente Álvaro Mello Machado em Macau. No ano seguinte, este jovem oficial de marinha regressou a Lisboa onde promoveu a criação do 2.º grupo de escoteiros em Portugal. Entretanto surge um novo agrupamento no Liceu Pedro Nunes.
Com a colaboração do grande pedagogo Dr. Sá Oliveira, então Reitor do Liceu
Pedro Nunes, e de Roberto Moreton,
lançou as bases da Associação dos Escoteiros de Portugal da qual viria a ser
Escoteiro-Chefe Geral, com o Reitor Sá Oliveira dirigindo a Presidência.
Foram estes dois grupos de Lisboa, juntamente com o grupo N.º1 de Macau, que em 6 de Setembro de 1913 fundaram a Associação dos
Escoteiros de Portugal (AEP).
Logotipo da Associação dos Escoteiros de Portugal |
Desde a sua fundação, alheia a credos religiosos e
partidarismos políticos, conseguiu a AEP a admiração e o respeito do povo e dos
primeiros governos da República, graças à acção desenvolvida pelos escoteiros e
dirigentes nos chamados anos heróicos do Escotismo Português, que se estendem
até ao início de 1920.
Em
1923, a Igreja Católica idealizou criar outra associação escotista, mas com
caráter confessional, destinada exclusivamente aos jovens que professavam a
religião Católica Romana. Assim nasceu o "Corpo de Scouts Católicos
Portugueses", mais tarde "Corpo Nacional de Scouts".
Por desconhecimento da pronúncia inglesa e inspiração no escotismo católico francês, a expressão "scout" era pronunciada à maneira francesa: "secúte". E, embora com outro desfecho, a história repetiu-se - os responsáveis daquele movimento católico tentaram encontrar uma palavra portuguesa que soasse ao ouvido de uma maneira próxima de "secúte" e com um significado ajustável. Escolheram o "escuta", justificando que, para além da semelhança fonética, o "scout" era atento e observador e, por isso, se adequava ao significado da palavra. Apesar de ser um conceito muito redutor veio a vingar, dando origem ao "Corpo Nacional de Escutas".
Por desconhecimento da pronúncia inglesa e inspiração no escotismo católico francês, a expressão "scout" era pronunciada à maneira francesa: "secúte". E, embora com outro desfecho, a história repetiu-se - os responsáveis daquele movimento católico tentaram encontrar uma palavra portuguesa que soasse ao ouvido de uma maneira próxima de "secúte" e com um significado ajustável. Escolheram o "escuta", justificando que, para além da semelhança fonética, o "scout" era atento e observador e, por isso, se adequava ao significado da palavra. Apesar de ser um conceito muito redutor veio a vingar, dando origem ao "Corpo Nacional de Escutas".
Baden Powell |
No dia 4 de Março de 1929, Baden Powell (fundador do escotismo), visitou a
cidade de Lisboa, acompanhado da esposa e filhas, sendo aguardado no cais da
Rocha Conde d'Óbidos por grupos de escuteiros do “Corpo Nacional de Scouts”
e da “Associação de Escoteiros Portugueses”, e populares desejosos de
conhecer uma das mais representativas figuras mundiais da época.
No dia seguinte, 5 de Março de 1929, o general Baden-Powell seria recebido
no salão nobre do Palácio da Cidadela, em Cascais, pelo Presidente da
República, General Óscar Carmona.
Se todos estes
acontecimentos, a nível nacional tiveram a sua influência na juventude
portuguesa, a nível local outros factores se juntaram.
A inauguração do busto
de Egas Moniz, no dia 16 de Junho de 1927, onde estiveram presentes os
escoteiros do Porto e Marco de Canaveses.
Sargento António Rocha |
Por iniciativa dos ilustrados sargentos de Infantaria 6, sr. Francisco Magalhães Brochado, Otelo Pinto Laranjeira, José Ferreira de Lima e António Rocha, está em organização nesta cidade, um grupo de escoteiros que conta grande número de inscritos.
No dia 7 de Julho de
1935, o Grupo 15 do Porto visitou esta cidade e acampou no Campo Torres Novas.
Pelas 15h, o seu chefe realizou no Cine-Clube uma palestra sobre o escotismo.
Entretanto apareceu na
cidade a propagar um boato, o que levou a Comissão Organizadora a lançar um
comunicado na imprensa local, para desvanecer quaisquer dúvidas sobre o Grupo
Escoteiro em formação.
Eis o comunicado:
Tendo
constado, que alguém propalara que o Grupo de Escoteiros em organização nesta
cidade tinha o caracter anti-religioso, a Comissão Organizadora do referido
Grupo, torna público de que é completamente falsa essa afirmativa, porquanto,
desde princípio se procurou tornar público e notório de o Grupo em organização
seria alheio a credos religiosos e políticos e por isso, essa neutralidade não
pode nem deve de forma alguma representar caracter anti-religioso, mas sim
permitir a qualquer dos componentes do Grupo siga, conforme entender as suas
crenças.
Campo do Conde de Torres Novas |
Apesar de todas estas peripécias, o Grupo 22 de Escoteiros de Penafiel, nasceu com uma cerimónia realizada no dia 25 de Agosto de 1935, pelas 15,50h, no Campo do Conde de Torres Novas (Campo da Feira), onde se procedeu à cerimónia do compromisso do Escoteiro a prestar pelos componentes do Grupo local.
Assistiram delegações
dos Grupos N.º15, 41, 58 e 116 da Associação dos Escoteiros de Portugal.
Pelo Chefe do Grupo 116
sr. Pinto Bastos, foram dirigidas algumas palavras, cheias de fé patriótica e
espírito escotista, aos Escoteiros desta cidade.
Em seguida ao
compromisso, as madrinhas dos novos Escoteiros do 22 desta cidade,
entregaram-lhes o chapéu e o bastão, armando-os Escoteiros, como outrora eram
armados os cavaleiros medievais.
As autoridades estavam
representadas:
Comandante Militar –
Tenente Filipe Gonçalves
Comandante do RI 6 –
Capitão Pinto da Silva
Administrador do
Concelho – Manoel Coelho Pereira
Bombeiros Voluntários
de Penafiel – Grande número de componentes do corpo Activo.
Chefe do Núcleo do
Porto da Associação dos Escoteiros de Portugal – Em virtude de estar de visita
às nossas colónias, o Coronel Namorado de Aguiar fez-se representar pelo seu
adjunto Frederico de Matos.
O tenente Eduardo Maria
Correia Gaspar, chefe do Grupo 22 de Penafiel, dirigindo-se aos seus
subordinados e à assistência, mostrou-lhes os fins altruístas e educativos do
escotismo e terminou por exortar os Escoteiros a serem cada vez mais dignos do
nome que usam.
Mandando a lei do
Escoteiro manterem-se sempre alegres e bem dispostos, como os componentes dos
Grupos visitantes procuraram e conseguiram com os seus recitativos e canções,
conservar a assistência ora em gargalhada, ora em meditação de amor pátrio.
E pronto meus amigos,
assim começou o Escotismo em Penafiel, e o Grupo 22 da Associação
dos Escoteiros de Portugal (AEP).
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