05 janeiro 2014

OBJECTIVO



OBJECTIVO


No início de cada ano, todo o mundo traça o seu objectivo para atingir no decorrer do mesmo.

Mas o OBJECTIVO que vos vou falar hoje, nada tem a ver com défices, lucros, bolsas ou mercados, mas sim de um conjunto musical português dos anos 60. 

A sua linha musical situa-se ao nível das mais modernas criações "pop" internacionais tendo, no entanto, sentido melódico acessível a todo o público.

O nome do grupo foi escolhido por votação dos telespectadores do lendário programa de televisão "Zip-Zip". 

Os Objectivo nasceram em 1960 das cinzas dos Showmen que, por sua vez, já eram uma cinzas dos Ekos, com Mário Guia (bateria), Zé Nabo (baixo), Tó Gândara, ex-Guitarras de Fogo, (guitarra) e Luís Filipe, também conhecido por Luís Toureiro, músico experiente do Casino Estoril (teclas e guitarra).

Esta formação não aguentou muito tempo e, em breve, Tó Gândara e Luís Filipe deixam a banda, tendo sido substituídos por Mike Sergeant (guitarra e teclas) e Kevin Hoidale (voz e guitarra).

Kevin Hoidale é um músico norte-americano que os Sheiks descobriram em Paris em 1967. Chegou a ser considerado como substituto de Carlos Mendes, mas o seu estilo não se ajustava bem aos Sheiks, segundo Edmundo Silva. Carlos Mendes acabou por ser substituído por Fernando Tordo.

Mike Sergeant, escocês, que parece ter sido guitarra-substituto nos britânicos Marmalade, fez carreira em Portugal sobretudo ao lado de José Cid.


O primeiro disco (Movieplay SON 100.0039) surgiu em 1969 com "A Place In The Sky", "At Death's Door", "I Know That" e "Gin Blues", originais da banda.

Como era um pezudo a tocar bateria e eles eram músicos muito bons, acabei por deixar de tocar, dando lugar ao Zé da Cadela, que foi um dos melhores bateristas de todos os tempos e passei a ser o empresário, lembra Mário Guia.


O 2º disco (Movieplay SP 20.007) foi o primeiro single gravado em estereo em Portugal. Inclui "This Is How We Say Goodbye" e "The Dance Of Death".

Sucessivas mudanças de músicos continuam a marcar a vida do grupo: Mike Sergeant sai e regressa um par de anos depois, sendo temporariamente substituído por Dick Stubbs, que quase não chega a afinar a guitarra - três meses depois sai.

Para o seu lugar entra Bas Riche e, mais tarde, Jim Cregan que virá a ser um dos músicos de Rod Stewart.

Estávamos sempre à procura de um bom guitarrista. Fazíamos anúncios no "Melody Maker" pedindo músicos. Alguns respondiam, vinham cá, mas depois chateavam-se porque viam que o meio musical aqui em Portugal era quase inexistente e nem podiam viver da música. Por isso iam-se logo embora, conta o empresário da banda.
 


Ainda em 1970, os Objectivo editam o terceiro single, o da imagem (Movieplay SP 20.012), com "Glory" e "Keep Your Love Alive", também originais da banda.

Em 1971, Terry Thomas é outra das aquisições dos Objectivo que, pouco depois, perdem Jim Cregan, de regresso a Inglaterra, e Zé da Cadela, substituído por Guilherme Inês.

É com esta formação que o grupo se apresenta no Festival de Vilar de Mouros, no Verão de 1971.



No ano seguinte, Mike Sergeant regressa à banda que grava o que viria a ser o seu 4º e último disco (Nexus NX 2o.001) com "Music" e "Out Of The Darkness".


Terry Thomas resolve deixar a banda e regressar a Inglaterra.
 

Os Objectivo participam ainda num espectáculo com o Duo Ouro Negro e os cantores Fernando Girão (Very Nice) e Vicky a que dão o nome de "Blackground", uma singular mistura de música africana e europeia. Deste espectáculo, nasceu um LP com o mesmo nome, creditado ao Duo Ouro Negro.

Logo a seguir, melhor dizendo em 1972, os Objectivo acabaram.

Se para uns estes sons são para recordar, para os mais jovens é uma descoberta do rock feito em Portugal nos anos 60.

Aqui fica  “Out Of The Darkness”, dos….








- Bom domingo!