OBJECTIVO
OBJECTIVO
No início de cada ano,
todo o mundo traça o seu objectivo para atingir no decorrer do mesmo.
Mas o OBJECTIVO que vos
vou falar hoje, nada tem a ver com défices, lucros, bolsas ou mercados, mas sim
de um conjunto musical português dos anos 60.
A sua linha musical situa-se ao nível das mais modernas criações
"pop" internacionais tendo, no entanto, sentido melódico acessível a
todo o público.
O nome do grupo foi
escolhido por votação dos telespectadores do lendário programa de televisão
"Zip-Zip".
Os Objectivo
nasceram em 1960 das cinzas dos Showmen que, por sua vez, já eram uma cinzas
dos Ekos, com Mário Guia (bateria), Zé Nabo (baixo), Tó Gândara, ex-Guitarras
de Fogo, (guitarra) e Luís Filipe, também conhecido por Luís Toureiro, músico
experiente do Casino Estoril (teclas e guitarra).
Esta
formação não aguentou muito tempo e, em breve, Tó Gândara e Luís Filipe deixam
a banda, tendo sido substituídos por Mike Sergeant (guitarra e teclas) e Kevin
Hoidale (voz e guitarra).
Kevin
Hoidale é um músico norte-americano que os Sheiks descobriram em Paris em 1967.
Chegou a ser considerado como substituto de Carlos Mendes, mas o seu estilo não
se ajustava bem aos Sheiks, segundo Edmundo Silva. Carlos Mendes acabou por ser
substituído por Fernando Tordo.
Mike
Sergeant, escocês, que parece ter sido guitarra-substituto nos britânicos
Marmalade, fez carreira em Portugal sobretudo ao lado de José Cid.
O primeiro disco (Movieplay SON 100.0039) surgiu em
1969 com "A Place In The Sky", "At Death's Door", "I
Know That" e "Gin Blues", originais da banda.
Como era um pezudo
a tocar bateria e eles eram músicos muito bons, acabei por deixar de tocar,
dando lugar ao Zé da Cadela, que foi um dos melhores bateristas de todos os
tempos e passei a ser o empresário, lembra Mário Guia.
O 2º disco
(Movieplay SP 20.007) foi o primeiro single gravado em estereo em Portugal. Inclui "This Is How We Say Goodbye" e "The Dance Of
Death".
Sucessivas
mudanças de músicos continuam a marcar a vida do grupo: Mike Sergeant sai e
regressa um par de anos depois, sendo temporariamente substituído por Dick
Stubbs, que quase não chega a afinar a guitarra - três meses depois sai.
Para o seu
lugar entra Bas Riche e, mais tarde, Jim Cregan que virá a ser um dos músicos
de Rod Stewart.
Estávamos
sempre à procura de um bom guitarrista. Fazíamos anúncios no "Melody
Maker" pedindo músicos. Alguns respondiam, vinham cá, mas depois
chateavam-se porque viam que o meio musical aqui em Portugal era quase
inexistente e nem podiam viver da música. Por isso iam-se logo embora, conta o empresário da banda.
Ainda em
1970, os Objectivo editam o terceiro single, o da imagem (Movieplay SP 20.012),
com "Glory" e "Keep Your Love Alive", também originais da
banda.
Em 1971,
Terry Thomas é outra das aquisições dos Objectivo que, pouco depois, perdem Jim
Cregan, de regresso a Inglaterra, e Zé da Cadela, substituído por Guilherme
Inês.
É com esta
formação que o grupo se apresenta no Festival de Vilar de Mouros, no Verão de
1971.
No ano
seguinte, Mike Sergeant regressa à banda que grava o que viria a ser o seu 4º e
último disco (Nexus NX 2o.001) com "Music" e "Out Of The
Darkness".
Terry Thomas
resolve deixar a banda e regressar a Inglaterra.
Os Objectivo
participam ainda num espectáculo com o Duo Ouro Negro e os cantores Fernando
Girão (Very Nice) e Vicky a que dão o nome de "Blackground", uma
singular mistura de música africana e europeia. Deste espectáculo, nasceu um LP
com o mesmo nome, creditado ao Duo Ouro Negro.
Logo a
seguir, melhor dizendo em 1972, os Objectivo acabaram.
Se para uns estes sons são para
recordar, para os mais jovens é uma descoberta do rock feito em Portugal nos
anos 60.
Aqui fica “Out Of The Darkness”, dos….
- Bom
domingo!
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