AS CATEQUISTAS
AS
CATEQUISTAS
Hoje em dia vejo muita
gente a fazer voluntariado por essas instituições, mas as primeiras voluntárias
que conheci, quando ainda esta palavra não estava tão em moda, nem contava para
qualquer curriculum vitae para emprego, foram as minhas catequistas.
No meu tempo, ou seja,
há mais de meio século atrás, eram geralmente mulheres, que tinham como
canseira dominical, estarem às 9 horas na Igreja Matriz de Penafiel, para nos
ensinar a Doutrina Cristã.
Nós sentávamos num
banco corrido de madeira, e a senhora catequista num banco de frente para nós e
com o catecismo na mão, nos ensinava e fazia perguntas para testar a nossa
atenção.
Antes das dez horas
vinha a Zulmirinha (creio que era assim que se chamava a senhora que vivia na
Sagrada Família), distribuir uma senha de presença estilo santinho. Quem menos
faltasse à catequese, mais senhas tinha no final do ano.
Quando se aproximava os
exames da catequese, que eram feitos pelo Sr. Padre Albano, as catequistas que
tinham brio que todos os seus meninos passassem, davam ensinamentos extras aos
mais enrascados nas suas próprias casas.
Graças a essa gente,
aprendemos a fazer o pelo sinal da Santa Cruz, a rezar o Padre-Nosso, a Ave-maria,
a Salve-rainha, a dizermos a Confissão, o Credo e muitas mais coisas que
aplicamos hoje na Santa Missa.
Ainda tive um ou dois
anos, em que a missa era rezada em latim, e com o padre voltado de costas para
o povo.
Depois vinha a 1.ª Comunhão
também chamada de pequenina ou da rosquinha, já que no final das cerimónias
religiosas era oferecido uma mini rosca feita em pão, nas padarias para o
efeito.
Por volta dos dez anos,
fazia-se a 4.ª classe no ensino obrigatório e a Comunhão Solene.
Esta era sempre no
segundo domingo depois da Páscoa.
Aí os rapazes e as
meninas, vestiam-se com as suas melhores fatiotas, parecendo os meninos uns
homenzinhos de fato e gravata e as meninas com as suas vestes noivas em
miniatura.
Ao meio da cerimónia
religiosa saíam em procissão da Igreja Matriz para o Hospital da Santa Casa da
Misericórdia de Penafiel, e no átrio deste era-lhes servido um pequeno-almoço,
em que constava de pão, doces e para beber leite ou café, que muitos misturavam
bebendo um galão. Enquanto isto se desenrolava, uma banda de música animava a
festa.
No final a procissão
recolhia de novo à Igreja Matriz onde se finalizava a cerimónia religiosa com a
entrega de um diploma.
A maioria acabava aqui
a sua catequese, embora alguns, continuavam a frequentar a perseverança.
Para encerramento de
tudo isto, vinha a festa da catequese.
Esta decorria no parque Zeferino de Oliveira
mais conhecido por Jardim do Sameiro, onde neste recanto (ver foto), era
montado um bazar, em que todos poderíamos comprar algo com as senhas de
presença da catequese.
Não faço ideia onde as
meninas as aplicavam, mas os rapazes eram nos rebuçados que traziam cromos da
bola e quase todos coleccionavam.
Em virtude de não
possuir nenhuma senha de presença para ilustrar este texto, restou-me em forma
de homenagem a todas as catequistas desse tempo e de agora, as imagens do meu catecismo
da Primeira Comunhão.
1 Comments:
Que lindo post! Parabéns pelas memórias e pelo reconhecimento de suas catequistas.
Deus te abençoe!
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