04 dezembro 2013

REAL CONFRARIA DA SENHORA DA PIEDADE E SANTOS PASSOS



REAL CONFRARIA DA SENHORA DA PIEDADE E SANTOS PASSOS


Em tempos que já lá vão, nas traseiras do edifício da Câmara Municipal de Penafiel, realizava-se a Praça do Peixe. 

Além de dar mau aspecto e maus cheiros, a higiene não era nenhuma, pelo que se resolveu construir no campo da Piedade, a Praça do Mercado, que foi inaugurada em 1885.


Esta praça (que ainda hoje os penafidelenses recordam com saudade), acabou por ser demolida, para em seu lugar, nascer um edifício que descaracteriza o local, devido à sua altura.

Acontece que para a construção da Praça do Mercado, as capelas de Nossa Senhora da Piedade, assim como a do Senhor dos Santos Passos foram demolidas, ficando as respectivas confrarias sem templo.

Em 1882 a Câmara Municipal cedeu às ditas Confrarias os terrenos de logradouro público do Monte de S. Bartolomeu (hoje vulgarmente conhecido por Sameiro), para que aí edificassem duas capelas, uma vez, que as capelas onde estavam erguidas haviam sido demolidas por expropriação camarária devido às obras de construção da praça do Mercado da Alegria.

A 22 de Abril de 1885, as Irmandades de Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos fundiram-se e resolveram construir no cimo do Monte de S. Bartolomeu, um moderno e magnificente templo.

Foto de Manuel Pedro Guedes

Neste ano de 1885, o presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Dr. Manuel Pedro Guedes solicita ao Eng.º Pereira Leite o projecto de que viria a ser o Santuário de Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos, e oferece-o à Confraria de Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos, e cuja Capela-Mor foi benzida em 15 de Setembro de 1895, sendo realizada nessa altura grande festividade religiosa.

Rei D. Carlos I

Dom Carlos I, por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, assinou em despacho no dia 16 de Fevereiro de 1899, a concessão do título de Real, à Confraria de Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos de Penafiel, o qual foi publicado no Diário do Governo de terça-feira de 18 de Julho de 1899.

Diário do Governo - Clicar para ampliar

Reunidos os confrades em Assembleia Geral, a agora Real Confraria da Senhora da Piedade e Santos Passos, no dia 14 de Julho de 1899, para eleição dos seus corpos Gerentes, foi eleito Juiz Honorário, o Rei D. Carlos I.

Juiz Honorário – Sua Majestade o Senhor D. Carlos.
Juiz – Barão do Calvário
Vice Juiz – José Maria Pinto Monteiro
Secretário – Miguel Gomes Teixeira
Tesoureiro – José Maria Pinto

Mesários – Zeferino José da Rocha, Casimiro Sequeira de Sousa Rebelo, José Soares de Carvalho, Laurentino da Rocha Nunes, António José de Freitas Guimarães, Evaristo de Sousa e António Fortunato da Silva.

Substitutos – Alberto Coelho dos Santos Oliveira, Justino Ribeiro de Carvalho, Francisco de Sá Pereira, Luís Barbosa Braga, José Coelho de Barros e Vitorino José Pereira da Silva.

Infelizmente, a Real Confraria da Senhora da Piedade e Santos Passos, não ostenta este título de Real quer no seu estandarte, assim como no seu emblema.

Na procissão de N. S. da Ajuda em 2005


Estas duas fotos, são da procissão do Corpo de Deus de 2013



Afinal de contas, a única confraria penafidelense que se pode reclamar de Real, parece ter vergonha de sair à rua com tal nomeação, nestes tempos republicanos.