1.ª Exposição Pecuária
Em
Penafiel
No
S. Martinho de Abril de 1878
1.ª Exposição Pecuária
Segundo
noticiou a Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro, “O Occidente” de 1
de Setembro de 1878, depois da publicação do regulamento d’agronomia distrital
de 28 de Fevereiro de 1877, foi o distrito do Porto, e por agora o único, que
nos termos do dito regulamento fez a sua exposição pecuária.
Feira de gado junto ao quartel |
Esta
exposição foi realizada em Penafiel, nos dias 10, 11 e 12 de Abril de 1878, ou
seja no S. Martinho
de Abril. Nesta feira, costumava o exército adquirir cavalos para as suas
unidades militares.
Entre
os diversos exemplares bovinos que concorreram na exposição, distinguiram-se
duas vacas e um touro de raças barrosãs, que foram premiadas, e um touro de Alderney
de raça inglesa.
O
dono do touro de raça barrosã premiado nesta exposição, é o Sr. Visconde de
Vilar d’Além.
Exemplares bovinos da Exposição Pecuária em Penafiel |
Segundo
o negociante de gado M. Giblet, de nacionalidade inglesa, o gado português é
mais são que o de qualquer outro país, dando como exemplo: Inglaterra, Irlanda
e Escócia, pois os pulmões são mais claros, não aderem às costelas, e não
apresentam vestígios de doença alguma. É por isso que os judeus, lhe dão toda a
preferência, consumindo só em Londres para cima de 6.000 cabeças por ano.
Só
pela barra do Porto, foram exportadas em 1847, 548 cabeças no valor de
17.500$000 réis, sabendo-se que em 1878, este número situava-se entre 15 a
20.000 cabeças, no valor de mais de mil contos de réis, sendo metade das rezes
da raça barrosã.
O
peso médio de cada exemplar, ronda os 635Kg, sendo comprado ao lavrador por 23
libras esterlinas.
O
frete ronda as 2 libras por cabeça, entre a cidade do Porto e qualquer porto de
Inglaterra. A viagem até Londres, Southampton e Liverpol leva entre quatro a quatro
dias e meio, já para Glasgow ou Dublin demora cinco dias.
O
gado é transportado em barcos a vapor que carregam 500 a 600 toneladas.
O
lavrador desta zona de entre Douro e Minho, vivia do milho que produzia nos
campos, do vinho e do gado. Com o acabar das feiras de gado, o mesmo
desapareceu, com a proibição da venda do vinho à pipa, não compensa a sua
produção, e alguns ainda vão cultivando o milho, para alimentar as aves de capoeira,
e coser broa de milho em suas próprias casas para alimentar a sua prole.
Mas
com o fecho de tanta fábrica, a solução passa pelo regresso das pessoas à
terra, quanto mais não seja para assegurarem a sua própria subsistência.
Porque
neste país, a vida só sorri aos políticos.
Falta
saber … até quando?
5 Comments:
Boa noite. Parabéns pelo seu blog. Gostaria de lhe pedir se me pode dizer se as informações que dá a respeito da exportação de gado para Inglaterra constam da revista que cita, e me que número, ou de outra publicação. Estou muito interessada neste assunto e qualquer informação a respeito seria muito útil. Obrigada, Rosa Maria
Rosa Maria, se me enviar o seu email, eu envio-lhe as páginas que tenho dessa revista e que falam da exportação e venda de gado para Inglaterra.
Muitissimo obrigada pelo envio da informaçao pedida, foi-me muito útil. Entretanto, enviei-lhe um email para o endereço que mencionou.
Muito obrigada por esta publicação.
Estou a fazer um trabalho sobre a criação de gado na zona Entre Douro e Minho e estas informações são me muito uteis.
Ana Margarida F. Gomes
Tenho algumas folhas sobre o assunto dessa revista. Se me enviar o seu email, mando-lhas como já fiz à amiga Rosa Maria.
Quanto ao seu email não será publicado no blogue.
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