07 janeiro 2013

1.ª Exposição Pecuária



Em Penafiel
No S. Martinho de Abril de 1878
 1.ª Exposição Pecuária



Segundo noticiou a Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro, “O Occidente” de 1 de Setembro de 1878, depois da publicação do regulamento d’agronomia distrital de 28 de Fevereiro de 1877, foi o distrito do Porto, e por agora o único, que nos termos do dito regulamento fez a sua exposição pecuária.

Feira de gado junto ao quartel
Esta exposição foi realizada em Penafiel, nos dias 10, 11 e 12 de Abril de 1878, ou seja no S. Martinho de Abril. Nesta feira, costumava o exército adquirir cavalos para as suas unidades militares.

Entre os diversos exemplares bovinos que concorreram na exposição, distinguiram-se duas vacas e um touro de raças barrosãs, que foram premiadas, e um touro de Alderney de raça inglesa.

O dono do touro de raça barrosã premiado nesta exposição, é o Sr. Visconde de Vilar d’Além.

Exemplares bovinos da Exposição Pecuária em Penafiel

Segundo o negociante de gado M. Giblet, de nacionalidade inglesa, o gado português é mais são que o de qualquer outro país, dando como exemplo: Inglaterra, Irlanda e Escócia, pois os pulmões são mais claros, não aderem às costelas, e não apresentam vestígios de doença alguma. É por isso que os judeus, lhe dão toda a preferência, consumindo só em Londres para cima de 6.000 cabeças por ano.

Só pela barra do Porto, foram exportadas em 1847, 548 cabeças no valor de 17.500$000 réis, sabendo-se que em 1878, este número situava-se entre 15 a 20.000 cabeças, no valor de mais de mil contos de réis, sendo metade das rezes da raça barrosã.

O peso médio de cada exemplar, ronda os 635Kg, sendo comprado ao lavrador por 23 libras esterlinas.

O frete ronda as 2 libras por cabeça, entre a cidade do Porto e qualquer porto de Inglaterra. A viagem até Londres, Southampton e Liverpol leva entre quatro a quatro dias e meio, já para Glasgow ou Dublin demora cinco dias.

O gado é transportado em barcos a vapor que carregam 500 a 600 toneladas. 

O lavrador desta zona de entre Douro e Minho, vivia do milho que produzia nos campos, do vinho e do gado. Com o acabar das feiras de gado, o mesmo desapareceu, com a proibição da venda do vinho à pipa, não compensa a sua produção, e alguns ainda vão cultivando o milho, para alimentar as aves de capoeira, e coser broa de milho em suas próprias casas para alimentar a sua prole. 

Mas com o fecho de tanta fábrica, a solução passa pelo regresso das pessoas à terra, quanto mais não seja para assegurarem a sua própria subsistência.

Porque neste país, a vida só sorri aos políticos.

Falta saber … até quando?

5 Comments:

Blogger Unknown said...

Boa noite. Parabéns pelo seu blog. Gostaria de lhe pedir se me pode dizer se as informações que dá a respeito da exportação de gado para Inglaterra constam da revista que cita, e me que número, ou de outra publicação. Estou muito interessada neste assunto e qualquer informação a respeito seria muito útil. Obrigada, Rosa Maria

9:00 da tarde  
Blogger Fernando Oliveira said...

Rosa Maria, se me enviar o seu email, eu envio-lhe as páginas que tenho dessa revista e que falam da exportação e venda de gado para Inglaterra.

10:11 da manhã  
Blogger Unknown said...

Muitissimo obrigada pelo envio da informaçao pedida, foi-me muito útil. Entretanto, enviei-lhe um email para o endereço que mencionou.

12:58 da tarde  
Blogger Guidinhah said...

Muito obrigada por esta publicação.
Estou a fazer um trabalho sobre a criação de gado na zona Entre Douro e Minho e estas informações são me muito uteis.

Ana Margarida F. Gomes

7:26 da tarde  
Blogger Fernando Oliveira said...

Tenho algumas folhas sobre o assunto dessa revista. Se me enviar o seu email, mando-lhas como já fiz à amiga Rosa Maria.
Quanto ao seu email não será publicado no blogue.

2:21 da tarde  

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