02 junho 2012

CONTA-ME COMO ERA


O CORPO DE DEUS EM PENAFIEL


A Festa do Corpo de Deus em Penafiel já foi cabeça de cartaz da região, e tempos houve que até comboios especiais a C.P. punha a circular fazendo a ligação Porto – Penafiel e vice-versa.
A única atracção que actualmente está mais bem organizada, é o cortejo do carneirinho.



Quanto ao espectáculo musical da véspera foi caindo de qualidade, apostando-se mais na Feira da Agrival, realizada no mês de Agosto na freguesia de Milhundos, apresentando nos dias que correm, qualquer freguesia do concelho e não só, um cartaz mais atrativo nas festas em honra ao seu padroeiro.



 No tempo em que não havia computadores nem playstation, os miúdos da cidade faziam fila para tirar as medidas para irem de figurantes na procissão. Além de serem muitos mais os quadros bíblicos que compunham a procissão, até os heróis da nossa história de Portugal tinham o seu lugar, desde o D. Afonso Henriques, o Infante D. Henrique, Nuno Álvares Pereira, Mocidade Portuguesa, etc., não vivêssemos nós, debaixo da trilogia da Educação Nacional: “Deus, Pátria e Família, sendo notório até nas próprias procissões, a forte ligação do Estado Novo à Igreja. 






Anos houve, que na véspera se realizava uma parada, onde a indústria do concelho e casas comerciais locais se faziam representar, assim como os estabelecimentos de ensino. Evidentemente que, os poleirantes actuais desconhecem tudo isto. Uns porque não são de cá, outros porque são novos demais para terem vivido estas cousas. 

Garagem Egas Moniz
Garagem Albano Miguel
Casa da Sagrada Família

Casa SINGER
Colégio do Carmo

Juntamente com os ranchos folclóricos do concelho de Penafiel, eram contratados grupos folclóricos de outras regiões, estando-me a lembrar dos Pauliteiros de Miranda, que actuavam durante o dia nas ruas da cidade, e à noite debaixo do coberto da Praça do Mercado, num palco aí montado.






 Embora nos dissessem que erámos “a terra melhor do mundo”, “a capital do comércio do Vale do Sousa”, “que icem bandeiras prateadas ou douradas da mobilidade”, quem nos (des) governou durante estes anos, nada fez e faz para inverter a desertificação do miolo da cidade, e sem pessoas temos uma cidade sem alma, descaracterizada, e o bairrismo do “Sentir Penafiel”, se é que ainda existe, anda ao nível da sola dos sapatos. E com tanto chão em pedra, até este pouco, vai-se romper num instante.