O FRUTO PROIBIDO
(Conto)

Certo dia, ao final da tarde o avô foi mercar meia dúzia de castanhas, as quais trouxe nas suas mãos papudas e roxas da má circulação até casa.
Já em casa repartiu a compra comigo, e com a avó.
- Toma lá rapaz!... Lembra-te que todo o homem que se preze deve ter duas castanhas. E ria-se, ria-se.
Aquela quentura dada pelas castanhas às mãos, provocaram-lhe uma maior fluidez de sangue na circulação, o que lhe dava uma sensação falsa de um rejuvenescimento de vinte anos.
- Ó mulher!... Hoje vou comer o fruto proibido.
- Toma mas é juízo homem.
Por fim, ambos se recolheram nos seus aposentos, donde só sairiam na manhã do dia seguinte.
Quando cheguei à cozinha para tomar o pequeno-almoço, já o avô tinha entre mãos uma malga com café a fumegar. Foi então que lhe perguntei:
- Ó avô! Sempre comeste o fruto proibido?
- Não meu netinho. Ainda não foi desta que consegui vencer, a força da gravidade.
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