MOINHOS ABERTOS AO TEMPO
MOINHOS
ABERTOS
AO TEMPO
No
dia 7 de Abril, celebrou-se o Dia Nacional dos Moinhos Abertos.
No
rio que nasce e morre no Concelho de Penafiel, e que dá pelo nome de
Cavalum, não faltam moinhos abertos durante todo o ano.
Desde
a nascente à foz, muitos são os moinhos que já não têm porta nem
telhado, estando por assim dizer abertos ao tempo.
Deles
apenas restam as paredes, como memórias de um tempo passado, em que
ali viveu uma multidão de pessoas na labuta incessante de dominar as
águas, obrigando-as a rodar as mós, que por sua vez faziam mover a
pedra que transformava os grãos de milho em farinha, que muita dela
chegava em forma de broa ou em pão de cada dia, à mesa do rico e do
pobre.
Os
moleiros todos empoeirados, lá vinham conduzindo à arreata os
burros carregados de sacos de farinha, por íngremes caminhos que
ligavam o rio ao povoado.
Assim
vou assinalar algumas delas, tanto no Cavalum como no Rio Sousa, pois
são os dois rios que atravessam a freguesia de Penafiel, depois da
tal junção de freguesias, que de democrática nada teve.
Rio
Cavalum:
O
Príncipe - Moinhos das Lages
O
Gago – Moinhos da Ponte
O
Beato – Moinhos da Ponte
O
Marrão – Moinhos do Cavalum
O
Magalhaça – Moinhos do Cavalum
O
Barão – Moinhos da Bouça
Rio
Sousa
O
Tambor – Moinho da Ponte das Continhas
O
Bichoila ou Pichoila – Moinho do Ledo
O
Sardinha – Moinho do Ledo
O
Rabicho – Moinho de Monchique
O
Borga – Moinho de Monchique
O
Carqueijeiro – Moinho de Monchique
O
Luiz de Cavalum ou o Lírio – Moinho de Monchique
O
Capitão sem C... - Moinho de Monchique
O
África - Moinho de Monchique
O
Olho Vivo - Moinho de Monchique
O
Linha Fina - Moinho do Campo
O
Francisco Grande - Moinho do Campo
O
Fanado - Moinho do Couto
O
Pisca - Moinho do Couto
O
Rato - Moinho de Calvos
O
Joaquim Tolo - Moinho de Azevedo
O
Rapelha - Moinho de Azevedos
O
Seramago - Moinho da Ponte do Caminho de Ferro.
O
Travanca - Moinho da Ponte do Caminho de Ferro
O
João Cochicho - Moinho de Pias
O
Manuel Cochicho - Moinho de Paredes
O
Joaquim Cochicho - Moinho de Paredes
O
Manuel Lobo – Moinho de Novelas
O
Meigo – Moinho do Sidoiro
O
Mendarelha – Moinho de Macieira
O
nosso povo chama por vezes ao Rio Cavalum de Cavalão, e para ele
(povo), significa valente, rapagão inquieto, mas não passa de uma
adaptação popular.
Pois,
segundo o historiador da nossa terra Abílio Miranda, o nome Cavalum
se deve encontrar em cavalo, e não em palavra de outro significado.
As
inquirições do reino de D. Afonso III sempre dão o nome Cavalum ao
ribeiro, assim como o mesmo se lê em outros documentos medievais, ou
sejo, por exemplo, numa doação de Mendo Pelaiz, feita ao mosteiro
de Bustelo de uma herdade própria, sita na aldeia de Milhundos,
perto da corrente do Cavalum.
O
castro de Santa Marta deveria ligar ao do Santuário, e aqui se
exerceu mais desenvolvidamente de que em qualquer outro castro, a
arte guerreira, atendendo ao aparecimento no local de uma divindade,
de deus Marte, em bronze. Este importante núcleo populacional, de
feição guerreira, não dispensaria cavalos, como não dispensaria
as pastagens dos campos regados pelo Cavalum, para sustento e criação
dos mesmos.
Se
as águas do Cavalum seguem o seu percurso de sempre até abraçarem
o Rio Sousa, as vivências dos moleiros, e do trabalhar das mós dos
moinhos, desapareceram, dando lugar a paredes despidas, na paisagem
destes lindos vales.
Os
trilhos da margem do Cavalum se fossem limpos, e os resguardos
colocados na ponte das Curadeiras, dariam um bom passeio pedonal, que uniriam a
cidade através da Rua de Puços, à zona do parque da cidade e do
parque temático da Magikland, sem terem de atravessar qualquer via
com trânsito automóvel, ou seja, com toda a segurança.
Parece-me
que seria uma obra benéfica, de pouca monta, embora de pouca
eficácia a nível de votos eleitorais, e quem sabe, talvez seja esta
a principal razão, de a mesma nunca ter sido feita.
Fernando
Oliveira – Furriel de Junho
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