OS 25 COPOS
OS
25 COPOS
Andava
cá a matutar comigo mesmo a razão dos 25 copos.
Devido
ao colorido o que me veio logo à ideia foi o CDS, mas facilmente
abandonei esta hipótese porque o mesmo tem muita mais idade.
Também
foi posto de lado que este 25 seja de Abril, porque Abril nunca se
vestiu com estas cores.
Como
ainda há pouco tempo ouve festança com o Manuel Alegre, relacionei
este 25 ao seu poema “ A segunda canção com lágrimas onde o 25
aparece com frequência e que diz assim:
Meu
amigo cantava. Dizem que cantava.
E
de repente
quebraram-se
nas veias os relógios onde
os
ponteiros marcavam vinte e cinco anos.
Vinte
e cinco navios vinte e cinco mapas
Vinte
e cinco viagens para sempre adiadas.
Meu
amigo quebrou-se como se fosse de vidro
Ficaram
vinte e cinco pedaços de um homem.
Não,
não pode ser festejar a morte de um amigo com 25 anos, com 25 copos,
pois era macabro de mais.
Antigamente
também havia a caixa dos 25 amigos, mas essa já acabou faz tempo.
E
quando todo o meu raciocínio estava prestes a encerrar, eis que
surge à mente os 25 anos da inauguração da Biblioteca Municipal,
no antigo Palacete do Barão do Calvário.
Aí
sim … justifica as 25 taças que podemos encher todos os dias com
sabedoria e beber serenamente conhecimentos, que nos transmitem os
milhares de livros dentro daquelas paredes.
Depois
de várias hipóteses, foi esta última que me pareceu mais lógica
para a comemoração dos 25 copos, embora cá em casa, ainda se
continua a usar as velas sobre o bolo, quando há aniversários.
Fernando
Oliveira – Furriel de Junho
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