23 março 2020

SÓ PARA INGLÊS VER

SÓ PARA INGLÊS VER 

 

Estamos mergulhados numa pandemia importada via China para todo o mundo.

O governo chinês cedo se apercebeu da amplitude da mesma e conseguiu contê-la com o menor estrago possível.

Quando a mesma se instalou no nosso país, foi tratada como uma simples constipação, que apenas bastava lavar as mãos que a gripe passava.

As coisas foram-se agravando a tal ponto, que agora estamos em quarentena prolongada, embora alguns portugas (inocentes), mal vêm um dia de sol, resolvem logo ir passear para a marginal voltada ao mar.

A Europa com as calças na mão, não consegue produzir o necessário para se proteger do Coronavírus que agora virou COVID-19 e quem aproveita para vender toneladas de material é a China.

O governo central lá vai dando subsídios para ver se ampara o emprego da malta, enquanto o poder local tenta socorrer os mais frágeis da sociedade.

Mas para além disso é necessário fazer uma desinfestação dos locais públicos. Há dias encontrei um homem de mangueira na mão a desinfectar um largo na cidade. Este verdadeiro D. Quixote combatia o inimigo invisível, sem descanso tentando-o matar por afogamento, tendo direito a selfies.

O pior foi que o cansaço se apoderou dele e viu que a rectaguarda o tinha abandonado, e claro sem uma rectaguarda forte que não tenha capacidade de substituir o combatente esgotado, e não abasteça a frente da batalha com o material necessário para combater, a luta está desde o princípio fracassada.

Assim sem glória, o único combatente sumiu, e o COVID – 19 aniquilou esta frente de combate.

Quando vem alguém de gravata à cidade manda-se lavar as ruas por onde ele vai passa todo sorridente, e agora não será possível arranjar um ou mais carros que venham pulverizar as ruas com desinfectante?

- Talvez sim! - Talvez não!

Bem sei que a resposta não depende de mim, mas por favor não abuse do único combatente para fazer de conta que a desinfestação está em andamento.

É que o COVID-19 não se comove com estas situações de “só para inglês ver”.




A coisa cada vez está mais preta, e os únicos que nos ajudam são os cubanos. Sim, esses mesmo a quem chamamos comunistas, que votamos a favor do bloqueio dos USA ao seu país na ONU, são eles que nos estendem a mão e nos vêm da sua ilha do outro lado do mar tratar de nós europeus, por sinal num país governado pela direita.

São estas pessoas, que ainda nos fazem ter uma réstia de esperança num mundo melhor que há-de vir.

Afinal de contas, nem tudo está perdido, num mundo que muitos, apenas pensam em papel higiénico.

Fernando Oliveira – Furriel de Junho