05 março 2020

OS 25 COPOS

OS 25 COPOS


Andava cá a matutar comigo mesmo a razão dos 25 copos.

Devido ao colorido o que me veio logo à ideia foi o CDS, mas facilmente abandonei esta hipótese porque o mesmo tem muita mais idade.

Também foi posto de lado que este 25 seja de Abril, porque Abril nunca se vestiu com estas cores.

Como ainda há pouco tempo ouve festança com o Manuel Alegre, relacionei este 25 ao seu poema “ A segunda canção com lágrimas onde o 25 aparece com frequência e que diz assim:

Meu amigo cantava. Dizem que cantava.
E de repente
quebraram-se nas veias os relógios onde
os ponteiros marcavam vinte e cinco anos.

Vinte e cinco navios vinte e cinco mapas
Vinte e cinco viagens para sempre adiadas.
Meu amigo quebrou-se como se fosse de vidro
Ficaram vinte e cinco pedaços de um homem.

Não, não pode ser festejar a morte de um amigo com 25 anos, com 25 copos, pois era macabro de mais.

Antigamente também havia a caixa dos 25 amigos, mas essa já acabou faz tempo. 

 
E quando todo o meu raciocínio estava prestes a encerrar, eis que surge à mente os 25 anos da inauguração da Biblioteca Municipal, no antigo Palacete do Barão do Calvário.

Aí sim … justifica as 25 taças que podemos encher todos os dias com sabedoria e beber serenamente conhecimentos, que nos transmitem os milhares de livros dentro daquelas paredes.

Depois de várias hipóteses, foi esta última que me pareceu mais lógica para a comemoração dos 25 copos, embora cá em casa, ainda se continua a usar as velas sobre o bolo, quando há aniversários.


Fernando Oliveira – Furriel de Junho