MÁRIO DE OLIVEIRA DE VISITA À SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PENAFIEL
MÁRIO DE
OLIVEIRA
DE VISITA
À
SANTA CASA
DA MISERICÓRDIA DE PENAFIEL
Depois de
Mário de Oliveira ter inaugurado o busto de seu Pai Zeferino de
Oliveira no parque com o seu nome, o cortejo dirigiu-se para a rua do
Hospital, à qual foi dado o nome de Mário de Oliveira, tendo
descerrado a lápide respectiva sua Ex.ma Esposa Sr.ª D. Lícia de
Oliveira.
Dali
dirigiram-se para o Hospital da Misericórdia de Penafiel, sendo aos
ilustres visitantes apresentado as boas-vindas pelo Sr. Dr. Joaquim
Araújo Cotta, tendo a recebê-los à entrada do edifício o seu
corpo clínico constituído pelos excelentíssimos senhores doutores:
Joaquim da Rocha Reis, Luís Silva e Manuel Guimarães.
Mário de
Oliveira assiste à distribuição da Sopa dos Pobres, instituída e
subsidiada por seu pai, e que continua sendo distribuída a expensas
de Sua Ex.ª, exprimindo a sua satisfação por tão grandiosa obra
humanitária.
Seguidamente
procedeu-se ao lançamento da primeira pedra, nos terrenos da cerca
do Hospital para a construção de um Pavilhão de isolamento,
Zeferino de Oliveira.
Presidiu a
esta cerimónia o Sr. Capitão Arrochela Lobo que leu o respectivo
auto de lançamento que foi de seguida assinado pelo Sr. Mário de
Oliveira e sua esposa D. Lícia de Oliveira, Mesa da Santa Casa,
magistrados, autoridades civis e militares.
Pelas 14
horas teve lugar o banquete que pela Mesa Administrativa da Santa
Casa da Misericórdia de Penafiel, foi oferecido a Suas Excelências,
o qual foi servido a cerca de sessenta convivas no Salão do Asilo
António José Leal, das Crianças Desvalidas, anexo ao Hospital,
tocando durante ele, no jardim do Asilo, uma excelente banda de música, a qual
abrilhantou todas estas cerimónias que se realizaram neste dia 7 de
Outubro de 1934.
Presidiu o
Ex,mo Sr. Mário de Oliveira, tendo à sua direita o Capitão
Arrochela Lobo, Presidente da Câmara de Penafiel, sua esposa D.
Lícia Martins de Oliveira, Dr. Magalhães Barros, Juiz de Direito,
D. Silvina Pinto e comandante do Regimento, e à sua esquerda, o Sr.
Dr. Avelino Soares da comissão de festas, D. Rita Magalhães, Dr.
Armando Calejo, Delegado
da Comarca, D. Maria Constança e Justino Ribeiro de Carvalho; em
frente sentaram-se os Srs. António José de Freitas Guimarães,
Provedor da Santa Casa da Misericórdia, tendo à sua direita o Sr.
Capitão Coelho dos Santos, Administrador do Concelho, Dr. Fernando
Matos, e à sua esquerda o Srs. Sena Pereira, Manuel da Rocha e Melo
e também a senhora D. Maria de Oliveira Mendes, irmã de Zeferino de
Oliveira.
Ao estalar do champanhe, houve brindes sinceros e entusiásticos.
António José de Freitas Guimarães, zeloso Provedor da Santa Casa da Misericórdia, foi quem lhes deu início, dizendo da sua saudade pela memória de Zeferino de Oliveira, que conheceu de perto e no seu coração ocupa lugar reservado.
Os pobres, a quem tanto bem prodigalizou, perderam nele o seu melhor benfeitor.
Ao terminar diz confiar na generosidade de Mário de Oliveira, exuberantemente já demonstrada.
Brindaram ainda os Srs. Dr. Avelino Soares, Capitão Arrochela Lobo, Dr. António Magalhães Barros Queiroz, Delegado do Procurador da República, Manuel Guedes M. e Melo, Dr. Fernando de Matos, Ângelo Neves, representante da imprensa, etc..
Mário de Oliveira agradeceu todas as saudações, e disse levar de Penafiel as mais gratas recordações de toda a sua vida.
Ao estalar do champanhe, houve brindes sinceros e entusiásticos.
António José de Freitas Guimarães, zeloso Provedor da Santa Casa da Misericórdia, foi quem lhes deu início, dizendo da sua saudade pela memória de Zeferino de Oliveira, que conheceu de perto e no seu coração ocupa lugar reservado.
Os pobres, a quem tanto bem prodigalizou, perderam nele o seu melhor benfeitor.
Ao terminar diz confiar na generosidade de Mário de Oliveira, exuberantemente já demonstrada.
Brindaram ainda os Srs. Dr. Avelino Soares, Capitão Arrochela Lobo, Dr. António Magalhães Barros Queiroz, Delegado do Procurador da República, Manuel Guedes M. e Melo, Dr. Fernando de Matos, Ângelo Neves, representante da imprensa, etc..
Mário de Oliveira agradeceu todas as saudações, e disse levar de Penafiel as mais gratas recordações de toda a sua vida.
Findo
o banquete percorreram todas as dependências do hospital, achando-se
plenamente encantados com a ordem e asseio em tudo revelado.
Mário
de Oliveira entregou à Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, cem
mil escudos legados pelo seu Pai Zeferino de Oliveira, enquanto um
dos seus amigos que o acompanhava, ofereceu cinco mil escudos.
E
entretanto os bronzes modestos mas expressivos do Parque Zeferino de
Oliveira e do (antigo) Hospital de Penafiel (inaugurado em 1933),
mostrarão no presente e nos dias mais ou menos agitados e tristes
do futuro o modelo da Caridade, um homem que socorre compadecido
bocas famintas e corações esfarrapados.
Infelizmente,
o busto de Zeferino de Oliveira, que se encontrava em lugar de
destaque (mais que merecido, já que foi o maior benemérito que até
hoje apareceu em Penafiel), foi apeado e colocado numa esquina do
prédio do Hospital. Ainda pensei que com estas obras de remodelação
que o prédio está a sofrer, houvesse algum rebate de consciência a
quem de direito, e recolocasse Zeferino de Oliveira de novo no seu
lugar.
Enganei-me,
afinal, para certo “Sentir Penafiel”, pelo qual não alinho o meu
diapasão, o monumento de Xico Lucena, tem muito mais valor que
Zeferino de Oliveira.
Enquanto
a visita de Mário de Oliveira acontecia em Penafiel, o Governo
português tomou a iniciativa de o condecorar com a Comenda da Ordem
Militar de Cristo.
No
final do dia 7 de Outubro de 1934, os ilustres visitantes recolheram
ao seu solar, onde vão permanecer dois dias.
No
dia seguinte, segunda-feira, 8 de Outubro de 1934, Mário de Oliveira
e sua esposa Lícia de Oliveira, na companhia do Sr. Justino de
Carvalho, visitaram demoradamente o Parque do Santuário, tendo
admirado o panorama que dali se desfruta e com o qual se confessaram
maravilhados.
À
tarde visitaram o Quartel dos Bombeiros onde doaram cinco mil
escudos, sendo recebidos nesta benemérita instituição pela sua
direcção e pelo corpo activo, que lhe prestou as honras merecidas.
Na
terça-feira antes de Mário de Oliveira e esposa se retirarem para
Lisboa, foram Suas Excelências à Câmara Municipal apresentar os
seus cumprimentos de despedida, tendo sido ali recebidos pela
Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Penafiel,
representantes da Mesa da Santa Casa da Misericórdia e irmandade do
Santuário e outras individualidades.
Na
tarde desse dia partiram Suas Excelências de automóvel para o
Porto, onde tomaram o rápido para Lisboa, a fim de seguirem viagem
para o Brasil.
Na
estação de S. Bento, na cidade invicta, estiveram a despedirem-se
de Mário de Oliveira e Lícia de Oliveira o Sr. Capitão Arrochela
Lobo, Presidente da Câmara de Penafiel, Dr. Avelino Soares e Justino
Ribeiro de Carvalho.
Todos
os penafidelenses, desejam a Suas Excelências boa viagem e um breve
e feliz regresso a esta cidade, que tão galhardamente soube cumprir
o seu dever.
É
nesta penafidelidade de respeito, amizade e reconhecimento por quem
nos fez tanto bem, que eu me reconheço.
-
E você?
Continua
na próxima semana
1 Comments:
Era bom que que a família de Mário de Oliveira viesse a Penafiel admirar o apreço em que é tido o gesto do seu antepassado.Tanto na Misericórdia como nos jardins do Sameiro.
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