12 outubro 2016

BERÇOS E ENXOVAIS

BERÇOS E ENXOVAIS



No antigamente, quem fazia o exame da 4. classe e queria continuar os estudos, tinha que fazer o célebre exame de admissão ao liceu ou à escola técnica.

Tanto num como noutro estabelecimento de ensino, quer a via escolhida fosse a liceal ou a técnica, todos os alunos e alunas tinham que frequentar a Mocidade Portuguesa.

Quem ficava pela quarta classe e seguia a universidade da vida, podiam ou não andar na Mocidade Portuguesa.

Nos anos cinquenta, era costume a Mocidade Portuguesa Feminina, por alturas do Natal, oferecer às criancinhas pobres das famílias mas desfavorecidas berços com o respectivo enxoval.

No ano de 1953, no dia 20 de Dezembro, realizou-se uma Sessão Solene no Salão Nobre da Câmara Municipal de Penafiel, que decorreu com grande brilhantismo para abertura da exposição de berços e enxovais confeccionados pelas filiadas da ALA N.º 7 da Mocidade Portuguesa Feminina, que compreende os concelhos de Penafiel, Paredes e Lousada.

A mesa foi presidida pela Delegada Provincial do Douro Litoral, Sr.ª D. Maria Romeira de sá Ferreira, que tinha a ladeá-la as Sr.ªs D. Maria do Carmo Miranda Guedes e D. Maria Luísa Carneiro Pinto, além dos Sr,.s Tenente António de Carvalho Sampaio, Vice-Presidente do Município, Dr. Alberto Ferreira Gomes, Presidente da Comissão Concelhia da União Nacional, Dr. Correia de Noronha, Subdelegado da Ala N,º 1 da Mocidade Portuguesa, Tenente Abílio Ferreira Calatré, Director do Centro Escolar Masculino, Capitão José Rodrigues dos Santos, Presidente da Câmara Municipal da Assistência, Luciano Ferreira de Sá, Vigário da Vara, e Dr. Joaquim da Rocha Reis, Director Clínico do Hospital da Misericórdia de Penafiel.

Também marcaram presença os dirigentes da Mocidade Portuguesa Feminina e Masculina e respectivos filiados ostentando as suas bandeiras e envergando os seus uniformes.

Falou em primeiro lugar a Sr.ª D. Natércia da Conceição Ferreira Nunes, seguindo-se-lhe no uso da palavra a Sr.ª D. Maria Luísa Carneiro Pinto e o Sr. Albano Ferreira de Almeida, pároco desta cidade de Penafiel que se referiram à obra já realizada e a empreender em prol das mães necessitadas de auxílio material e moral.

A menina Maria da Conceição Silva Moura, recitou uns lindos versos intitulados “Mãe”, e as filiadas cantaram os hinos da Mocidade Portuguesa Feminina e Nacional.

Encerrou a Sessão a Sr.ª D. Maria Romeira de Sá Ferreira, que depois de aludir ao significado do acto, exortou todas as filiadas da Ala a bem cumprirem a sua missão humanitária.

Os berços e os enxovais expostos mereceram a atenção da assistência pela maneira delicada e primorosa como haviam sido executados, assim como peças de roupa que se encontravam em volta do presépio, donde Jesus Menino parecia abençoar aqueles simples gestos da Caridade Cristã.

Isto tudo se passava nos tempos em que existia a Sopa dos Pobres, substituída hoje em grande parte pelo Banco Alimentar, que tem a particularidade de socorrer os pobres de agora, e enriquecer os senhores das grandes superfícies comerciais que em dias dos peditórios vendem toneladas de produtos aumentando em muito a sua facturação.

É caso para dizer, que hoje mais do que nunca, precisamos todos uns dos outros.