BERÇOS E ENXOVAIS
BERÇOS E
ENXOVAIS
No
antigamente, quem fazia o exame da 4. classe e queria continuar os
estudos, tinha que fazer o célebre exame de admissão ao liceu ou à escola
técnica.
Tanto num
como noutro estabelecimento de ensino, quer a via escolhida fosse a
liceal ou a técnica, todos os alunos e alunas tinham que frequentar
a Mocidade Portuguesa.
Quem ficava
pela quarta classe e seguia a universidade da vida, podiam ou não
andar na Mocidade Portuguesa.
Nos anos
cinquenta, era costume a Mocidade Portuguesa Feminina, por alturas do
Natal, oferecer às criancinhas pobres das famílias mas
desfavorecidas berços com o respectivo enxoval.
No ano de
1953, no dia 20 de Dezembro, realizou-se uma Sessão Solene no Salão
Nobre da Câmara Municipal de Penafiel, que decorreu com grande
brilhantismo para abertura da exposição de berços e enxovais
confeccionados pelas filiadas da ALA N.º 7 da Mocidade Portuguesa
Feminina, que compreende os concelhos de Penafiel, Paredes e
Lousada.
A mesa foi
presidida pela Delegada Provincial do Douro Litoral, Sr.ª D. Maria
Romeira de sá Ferreira, que tinha a ladeá-la as Sr.ªs D. Maria do
Carmo Miranda Guedes e D. Maria Luísa Carneiro Pinto, além dos
Sr,.s Tenente António de Carvalho Sampaio, Vice-Presidente do
Município, Dr. Alberto Ferreira Gomes, Presidente da Comissão
Concelhia da União Nacional, Dr. Correia de Noronha, Subdelegado da
Ala N,º 1 da Mocidade Portuguesa, Tenente Abílio Ferreira Calatré,
Director do Centro Escolar Masculino, Capitão José Rodrigues dos
Santos, Presidente da Câmara Municipal da Assistência, Luciano
Ferreira de Sá, Vigário da Vara, e Dr. Joaquim da Rocha Reis,
Director Clínico do Hospital da Misericórdia de Penafiel.
Também
marcaram presença os dirigentes da Mocidade Portuguesa Feminina e
Masculina e respectivos filiados ostentando as suas bandeiras e
envergando os seus uniformes.
Falou em
primeiro lugar a Sr.ª D. Natércia da Conceição Ferreira Nunes,
seguindo-se-lhe no uso da palavra a Sr.ª D. Maria Luísa Carneiro
Pinto e o Sr. Albano Ferreira de Almeida, pároco desta cidade de
Penafiel que se referiram à obra já realizada e a empreender em
prol das mães necessitadas de auxílio material e moral.
A menina
Maria da Conceição Silva Moura, recitou uns lindos versos
intitulados “Mãe”, e as filiadas cantaram os hinos da Mocidade
Portuguesa Feminina e Nacional.
Encerrou a
Sessão a Sr.ª D. Maria Romeira de Sá Ferreira, que depois de
aludir ao significado do acto, exortou todas as filiadas da Ala a
bem cumprirem a sua missão humanitária.
Os berços e
os enxovais expostos mereceram a atenção da assistência pela
maneira delicada e primorosa como haviam sido executados, assim como
peças de roupa que se encontravam em volta do presépio, donde Jesus
Menino parecia abençoar aqueles simples gestos da Caridade Cristã.
Isto tudo se
passava nos tempos em que existia a Sopa dos Pobres, substituída
hoje em grande parte pelo Banco Alimentar, que tem a particularidade
de socorrer os pobres de agora, e enriquecer os senhores das grandes
superfícies comerciais que em dias dos peditórios vendem toneladas
de produtos aumentando em muito a sua facturação.
É caso para
dizer, que hoje mais do que nunca, precisamos todos uns dos outros.
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