14 setembro 2016

AO PADRE ALCINO GONÇALVES DE AZEVEDO

AO PADRE
ALCINO GONÇALVES DE AZEVEDO

1951 - Padre Alcino benzendo novas instalação da firma Albano & Miguel.


Hoje vou falar do Padre Alcino Gonçalves de Azevedo, que na Pia Baptismal da Igreja Matriz de Penafiel, no dia 19 de Julho de 1951, me jorrou água benta pela minha moleirinha abaixo.

Foi o Padre Alcino que conseguiu que o mestre Luís Almeida cedesse uma casa para o patronato, quem elaborou os Estatutos do mesmo e, com a colaboração de velhos paroquianos e algumas Senhoras, obteve do Governo a aprovação e subsídios para a sua sustentação.



O Bairro dos Pobres, cujo início e impulso a ele se deve, assim como o Recreatório, antigo teatro, que foi adquirido por ele para a paróquia.

O Reverendo Padre Alcino foi, além de sacerdote exemplar, um trabalhador incansável, só entregue aos cuidados da sua Igreja Matriz e à grande e nobre causa da Pobreza.

Quando a notícia se espalhou pela cidade, da sua ida para a Sé do Porto, os penafidelenses realizaram uma sessão solene de homenagem ao Reverendo Padre Alcino de Azevedo, no Cine-Teatro S. Martinho, na segunda-feira, dia 26 de Outubro de 1953, pelas 21 horas.



No palco artisticamente engalanado constituiu-se a mesa de honra, tomando a presidência o venerando Vigário da Vara, Padre Luciano de Sá, ladeado pelo Presidente da Câmara Afonso Henrique de Sobral Mendes, o homenageado Reverendo Padre Alcino Gonçalves de Azevedo, seguindo-se o eminente orador Rev. Dr. Avelino Soares e outras entidades de relevo do nosso meio, tais como Dr. Rocha Reis, Director Clínico do Hospital, Capitão Rodrigues dos Santos, D. Maria Luiza Carneiro Pinto, Provedor da Santa Casa, Eng.º Graça, Dr. Rodrigues dos Santos, promotores da homenagem, professores e mais convidados.

Abriu com muito brilho a sessão o Reverendo Padre Luciano de Sá, tendo-se seguido outros oradores inscritos, que se referiram em calorosos termos da justiça ao homenageado.

O Rev. Dr. Avelino Soares na sua alocução, falou de um Homem bom e sincero amigo, que se despede para cumprir um dever e uma ordem, como eclesiástico disciplinado e obediente que sempre foi e é.

Instalado agora na sua nova residência e perto da Sé do Porto, onde vai exercer as sua funções, ouvirá as vozes graves e solenes do órgão e o salmear dos cónegos, mas parecer-lhe-à também ouvir, numa doce ilusão, as orações dos pobrezinhos no templo da Matriz, e ver os conhecidos, os amigos, os montes e os vales e toda a poesia que cerca e emoldura Penafiel.... 
 
Daí lhe virá a nostalgia, a saudade, a doce saudade, misto de amargo e doce, em que a gente se compraz, para acordar, para viver … a Vida. 
- Mas o que é a Vida? A vida é isto...



No dia seguinte, terça-feira dia 27 de Outubro de 1953, o Padre Alcino de Azevedo foi presenteado com um jantar em sua homenagem, no Restaurante Morais desta cidade.

O jantar decorreu na maior e melhor confraternização, e foi presidido pelo homenageado.

Trocaram-se durante o repasto e no fim, muitas saudações, proferidas com calor e sinceridade, enaltecendo as altas qualidades do homenageado e acentuando a saudade profunda que vai deixar em todos os penafidelenses.

O Reverendo Padre Alcino de Azevedo ergueu comovido a sua taça para agradecer todos os brindes e todas as saudações, declarando que não sabia, mas conhecia, só agora, a grande amizade e consideração que lhe dispensavam os seus paroquianos, que ia deixar com saudades.

A todos agradeceu, e que ia levar no seu coração muito e muito obrigado e reconhecido. 

 

Domingo, 1 de Novembro de 1953, Dia de Todos os Santos, pelas 8 horas, o Reverendo Padre Alcino Gonçalves de Azevedo disse o último adeus à freguesia de Penafiel, que paroquiou durante 22 anos e celebrou missa no Altar-Mor da Igreja Matriz.
Acompanhado por caminhetas e automóveis repletos de bons amigos e paroquianos, que deixavam de o ser, tomou a direcção do Porto, em cuja Sé celebrou a sua primeira missa, como abade da Sé do Bispado.


Há dias li no jornais locais, que o Recreatório ia ter obras de beneficiação.



Espero que rapidamente as mesmas comecem, e como andam para aí muitos arrumadores da história desta terra, vou terminar este texto, lembrando que o Recreatório foi adquirido pelo Padre Alcino Gonçalves de Azevedo, e parece-me da mais elementar justiça, atribuir o seu nome ao salão principal do mesmo, depois das obras concluídas.

- Ou será que não?


1 Comments:

Blogger maria da graça castelão said...

Palavras para quê ?
Tão bons estes documentários !
Obrigada

Maria da Graça

12:20 da tarde  

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